
São mais de 45 anos dedicados aos céus, boa parte deles a serviço de Mato Grosso do Sul e com tempero de aventura. Este poderia ser um resumo da história do comandante Tito Lívio Jr. que, aos 67 anos, dedica-se ao Aeroclube de Mato Grosso do Sul e às acrobacias aéreas –algo que, muito além de um esporte, pode ser um diferencial na vida de um piloto profissional.

“Um piloto acrobático se entrar em uma necessidade de manobra acidental saberá como sair. Já um piloto pode conseguir, mas dependendo bem mais da sorte”, afirmou Tito, em entrevista ao Jornal da TVE, da TVE Cultura, ao lado de dois dos aviões usados em demonstrações e cursos a pilotos.
Os primeiros voos começaram na região de Aquidauana, entre 1973 e 1974, ajudando a interligar fazendas e prestando serviços a proprietários rurais. Cerca de dez anos depois começaram os serviços à administração estadual, junto aos governos de Ramez Tebet, Wilson Barbosa Martins e Pedro Pedrossian.
Sobre este último, Tito cita as boas lembranças: foram 14 anos de serviços a Pedrossian, período em que também teve oportunidade de conhecer membros da família do ex-governador. Foi nesta gestão que veio o incentivo para aprender mais sobre acrobacias aéreas, incluindo curso nos Estados Unidos, bem como investimentos na aviação sul-mato-grossense.

“O dr. Pedro tinha respeito pela aviação de Mato Grosso do Sul”, afirmou, ao apontar o hangar pelo qual hoje é responsável no Aeródromo da Capital “pelos bons serviços prestados ao Estado”. “O hangar do Aeroporto Internacional, usado pelos governos estaduais, também foi obra dele”, prosseguiu.
Acrobacias
À frente de uma companhia de acrobacias com seu nome, o comandante Tito Lívio Jr. realizou apresentação neste fim de semana, durante a posse da nova direção do Aeroclube de Mato Grosso do Sul, a ser comandado pelo empresário e também aviador Ricardo Figueiró, que não poupou elogios ao colega. “Um senhor de 67 anos fazendo todas essas acrobacias… É necessário técnica, resplandecência e valor”, elogiou.

Tito, por seu turno, reforçou que a acrobacia, vista como esporte radical ou atividade de exibição, também é um diferencial para pilotos comerciais. “Um piloto sem conhecimento praticamente se entrega no momento de adversidade, porque não tem habilidade. Mas quem fizer de cinco a dez horas de atividades de adversidade passa a ser um piloto completo”.
Sob nova direção

Figueiró tomou posse para um mandato de dois anos à frente do Aeroclube de Mato Grosso do Sul, “uma instituição com 80 anos de tradição”, afirmou o empresário, descendente do coronel Pedro José Rufino –combatente brasileiro durante a Guerra do Paraguai e com participação ativa no episódio da Retirada da Laguna.
Na nova gestão, Figueiró aponta entre as prioridades “a retomada da Escola de Aviação e dos cursos de treinamento para o Brasil”. Ele ainda destacou a importância da aviação para a história de Mato Grosso do Sul. “Imagine a ocupação do Pantanal sem a aviação?”, destacou.
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