Faleceu na manhã desta segunda-feira (7 de agosto) a atriz Aracy Balabanian, uma das mais talentosas artistas de sua geração. Campo-grandense, Aracy Balanbanian foi inspiração para profissionais da arte dramática no Estado e dá nome ao teatro localizado no Centro Cultural José Octávio Guizzo, unidade da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
A atriz é filha de armênios que vieram para o Brasil, fugindo do genocídio promovido naquele país pelos turcos otomanos. Eles fixaram residência em Campo Grande, onde Aracy e os irmãos nasceram. Aos quinze anos mudou-se para São Paulo com os sete irmãos e ajudava os pais na criação dos irmãos menores. Passou no vestibular para Ciências Sociais e para a Escola de Arte Dramática, vindo a abandonar os estudos de Sociologia para se dedicar ao teatro, sua verdadeira paixão. Diz que viveu numa época que era considerado feio uma mulher fazer teatro, já que antigamente as mulheres tinham preferência a serem donas-de-casa e cuidarem dos assuntos domésticos.
A sua estreia na televisão foi na peça Antígona, de Sófocles, montada pela TV Tupi. Tornou-se tornou uma das maiores intérpretes do meio e criou personagens inesquecíveis como a idealista Violeta de O Casarão (1976), de Lauro Muniz, a sofrida Maria Faz-Favor de Coração Alado, (1980/81), de Janete Clair, , a ardilosa Marta de Ti Ti Ti (1985/86) e a misteriosa Maria Fromet de Que Rei Sou Eu? (1989), ambas de Cassiano Gabus Mendes, a excêntrica Dona Armênia das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus nos Acuda (1992/93), ambas de Silvio de Abreu.
Uma de suas mais conhecidas personagens foi a socialite decadente Cassandra, no humorístico Sai de Baixo, gravado ao vivo do Teatro Procópio Ferreira de 1996 a 2002 para a Rede Globo.