O Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) voltou a registrar temperaturas acima de 40ºC em Mato Grosso do Sul na última sexta-feira (06). Em Campo Grande, os termômetros atingiram máxima de 37ºC ao longo do dia, enquanto na região sudoeste as máximas chegaram a 43ºC. Com as altas temperaturas registradas no estado, cresce a preocupação do impacto do calor na saúde dos pets.
Para falar sobre o assunto, o programa Rádio Livre, da Rádio E 104.7 FM, recebeu nesta segunda-feira (09) a médica-veterinária Vanessa Ferreira, que destacou os principais cuidados a serem tomados com cães e gatos durante a onda de calor que tem atingido o estado.
Com o calor intenso, cresce o risco das crises de hipertermia em animais, quando ocorre o aumento excessivo da temperatura corporal acima da normal para as espécies, que varia entre 37ºC a 39º para cachorros e 38ºC a 39,2ºC para gatos. “Os principais riscos com os pets neste calor intenso são a hipertermia, aumento da temperatura corporal e desidratação. Além da queima dos coxins, que são as famosas almofadinhas dos pets e até o câncer de pele, que também acontece”, explica Vanessa.
O câncer de pele em cães e gatos é resultado da exposição prolongada ao sol e é dividido em diferentes tipos, entre eles o carcinoma espinocelular, que é o câncer mais comum em gatos e o segundo mais comum em cachorros. Vanessa alerta para a importância do pêlo dos animais em sua proteção térmica e os riscos da tosa excessiva. “As pessoas às vezes pensam ‘vou tosar o animal no zero, mas o pelo do animal também é uma forma de proteção térmica. Existem no mercado marcas disponíveis de protetor solar para pet, é importante se o animal vai ficar muito exposto e do tom da pele dele. Quanto mais branquinho o animal, mais cuidado”.
A médica-veterinária aponta ainda com as precauções que devem ser tomadas ao levar o pet para passear e a possibilidade de queimaduras nos coxins dos animais, também conhecidos como ‘almofadinhas’, localizados nas patas dos bichos. Segundo Vanessa, os horários mais indicados para o passeio são antes das 10h e após às 16h, quando a incidência de raios solares está menor. “Se está quente para você pisar no chão, para o seu pet também vai estar e vai acabar causando queimadura nas patinhas dele. Tem a regra dos sete segundos, que você coloca o dorso da mão na superfície, se você aguentar ficar sete segundos com a mão ali, seu pet também consegue”.
Leishmaniose
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), nos últimos dez anos foram registrados 1.613 casos de Leishmaniose no Mato Grosso do Sul. Vanessa Ferreira destaca que o Mato Grosso do Sul é uma região endêmica da doença e que os tutores devem redobrar a atenção em relação ao contágio da zoonose. “O animal positivo, em tratamento, usando a coleira, tomando a medicação e tendo um acompanhamento médico veterinário, ele não transmite a doença. O contato com o ser humano não transmite Leishmaniose, nem de cachorro para cachorro, para transmitir precisa do vetor que é o mosquito”, completa.
Entre os principais sintomas da Leishmaniose nos animais estão: apatia, emagrecimento, lesões na pele, crescimento acentuado das unhas, falta de apetite e febre. Para evitar o aparecimento do mosquito-palha, vetor da doença, em casa, é importante eliminar materiais orgânicos e evitar o acúmulo de umidade em quintais, usar coleira com repelente nos cães, não deixar os animais soltos nas ruas, levar o animal para consultas rotineiras no veterinário e utilizar medidas de proteção individual, como repelentes.
O programa Rádio Livre vai ao ar pela Rádio E 104.7 FM de segunda à sexta-feira, das 7h às 8h com a apresentação e produção das jornalistas Vivianne Nunes e Eva Regina.