A Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul (RTVE) e emissoras públicas de 11 estados debatem em São Paulo a Nova Televisão Brasileira diante do apagão do sistema analógico, era digital e as novas ferramentas da plataforma multimídia.
A discussão ocorre em fórum paralelo à maior feira de negócios e tecnologia para “broadcast e new media” da América Latina, promovida pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET).
Por orientação do governador Reinaldo Azambuja, em palestra no evento, o diretor-presidente da RTVE, jornalista Bosco Martins, disse que a digitalização deve passar pela customização e inovação e o comportamento do mercado, com suas exigências mediáticas impõe à TV Digital alguns desafios, como a portabilidade e a interatividade. Nesse aspecto, a RTVE, embora na fase de planejamento do processo de digitalização, já migrou seus sistemas para o plataforma multimídia, através do Portal da Educativa.

Para Bosco Martins, outro desafio é ampliar o horizonte, com a operação do multicanal, uma espécie de canal extra, permitindo a prestação de outros serviços, como educação a distância.
Emissoras educativas de 12 Estados que participam do SET 2015 no Centro de Convenções Expo Norte, em São Paulo, incluindo a RTVE-MS, assinaram documento endereçado ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, solicitando a abertura de canais extras.
Bosco Martins acredita que o processo de migração de sistemas deve levar em conta o aspecto mercadológico. “Na era digital é importante a porta do controle de qualidade de conteúdo e para as emissoras públicas, que exercem papel de curadoria, é importante enriquecer com a oferta de emissoras parceiras. Por orientação do governador Reinaldo Azambuja já estamos buscando a qualidade e diversificação do conteúdo, somando a produção própria com o conteúdo autoral independente”.

O presidente da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura de São Paulo, Marcos Mendonça, também destacou o desafio da convergência de conteúdos das mídias eletrônicas (rádio e TV), novas mídias (internet, aplicativos, portais, games, sites e mídias sociais) e start-ups da área de comunicação e tecnologia.
Na semana passada, em reunião com o presidente da TV-E Paraná, Sérgio Kobayashi, Bosco Martins alinhou ações que podem ser compartilhadas pelas emissoras de Mato Grosso do Sul e PR, incluindo a produção de conteúdos pedagógicos. “Há muitos projetos, serviços e produtos no mercado de tecnologia e difusão que eram apenas opcionais. Hoje, com a nova televisão brasileira, os projetos são praticamente obrigatórios e trazem uma contribuição grande para o aperfeiçoamento e a necessária adaptação à plataforma multimídia”, diz Bosco Martins. Para Kobayashi os desafios são inerentes às oportunidades e elas surgem a todo instante em razão das novas tecnologias e plataformas associadas ao broadcast.
Digitalização

Bosco Martins destacou nos debates sobre a tecnologia de transmissão que o processo de digitalização é gradual e no caminho são feitos upgrades “nem tudo que licita é o que será entregue”, por isso é preciso buscar o conhecimento técnico em toda a cadeia da mídia eletrônica, da produção à veiculação, agora num ambiente portátil e interativo. “A informação ou o conteúdo de serviço e entretenimento deve ser produzido para o mercado áudio visual full HD, centrado nas novas tecnologias e formatos display. Estamos diante de uma tendência irreversível, de novos comportamentos e formas de consumo de televisão e conteúdo multimídia”.
O Congresso da SET, que termina nessa sexta-feira no Expo Center Norte, em São Paulo, é o evento mais importante das áreas de engenharias e novas mídias da América Latina nessa fase de início do desligamento analógico da TV e transição para o sistema digital. Participam gestores de emissoras de rádio e televisão dos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Minas Gerais, Pará, Bahia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Tocantins, Amazonas, Paraná e Espírito Santo.