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26 de abril de 2024 - 22:28

‘Livre da Ansiedade’

*Por Genival Mota

A vida dentro de uma caverna é limitada. A visão é limitada, o espaço pequeno, os movimentos se tornam mecânicos. Quem vive numa caverna está prisioneiro, amarrado pelas circunstâncias. A pessoa ansiosa vive como se estivesse prisioneira dentro de uma caverna.

Só conduz outros para a liberdade quem é livre. É difícil libertar quem se acostumou ser prisioneiro; quantas pessoas prisioneiras da ansiedade; sofrendo antes que aconteça e muitas vezes por coisas que nunca se efetivarão.

Está na hora da gente se libertar. Ver o sol do conhecimento, um mundo mais iluminado pela criatividade; observar a beleza das coisas, as cores da natureza, desfrutar do cheiro das flores, o sorriso dos amigos.

Vivemos na época da pressa, da velocidade. Precisamos aprender a esperar. Tudo tem seu tempo. Hoje, o sucesso é medido pela rapidez na produção. Corremos o risco de estarmos matando a galinha dos ovos de ouro.

Conta-se que num concurso de lenhadores ficou para a final um senhor idoso e um jovem. Foi dado o sinal para que começassem a disputa.

Os dois começaram a dar golpes com os machados para ver quem cortava mais madeira em menos tempo. O jovem empregava toda a sua força e não parava para descansar. De vez em quando ele percebia que o senhor estava sentado; ele pensava com ele mesmo: “Esta vitória já esta no papo; enquanto ele senta-se eu corto lenha”.

Terminado o tempo da disputa os juízes da prova foram contar as madeiras e constataram que o velho havia vencido. O jovem ficou descontente com o resultado e perguntou para o seu concorrente: “Como o senhor conseguiu ganhar, parando várias vezes se eu não sentei nenhum minuto para descansar?” O experiente lenhador respondeu: “Quando você me via sentado, eu estava amolando o machado.”

Para sair de uma vida presa pela ansiedade, necessitamos aprender a “amolar as ferramentas”. E o que são essas “ferramentas”? São formadas pela nossa saúde física, mental, intelectual, emocional, profissional, relacional.

Se não cuidarmos desse “patrimônio” pessoal, vamos ficar na situação do jovem da história relatada há pouco. Trabalho sem o devido descanso; excesso de atividades sem pensar nos motivos pelos quais fazemos, agimos, reagimos sem pensar, refletir.

Uma atitude que funciona para começar a combater a ansiedade é disciplinar-se para uma prática de exercício físico regular seja a modalidade que for. É uma das formas mais eficazes de através do corpo promover a qualidade em todos os aspectos da vida.

Exercício físico permite a gente se fortalecer, sair de uma vida cheia de adrenalina para uma produção de endorfina; dá a sensação gostosa de começar e cumprir um desafio que vai crescendo dentro das nossas possibilidades e limitações. Iniciamos pelo corpo e atingimos a mente. Sentimo-nos mais leves; mais motivados para cumprir tarefas do dia a dia que selecionamos melhor porque a atividade física já fez a gente colocar ordem na agenda.

Através do corpo chegamos à mente; melhora a acuidade mental, a capacidade de reflexão e tomadas de decisões; o senso de humor permite levar a sério apenas aquilo que vale a pena; chegamos a rir de nós mesmos, das tolices que cometemos e das coisas que acertamos.

Tem uma espécie de bambu na china que depois de plantada a semente desse incrível arbusto, não se vê absolutamente nada, por quatro anos. Exceto o lento desabrochar de pequeno broto.

Durante quatro anos, todo crescimento é subterrâneo, numa super estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra.

Mas então no quinto ano, o bambu chinês cresce e alguns chegam a atingir vinte e quatro metros. De forma surpreendente, ele se manifesta atingindo uma altura que pessoa alguma acredita se olhar apenas para o frágil broto que fica na superfície do solo durante os longos quarenta e oito meses.

Esta característica peculiar do bambu chinês nos ensina que o segredo esta em trabalhar sempre de dentro para fora. Quando nossas raízes estão fortalecidas, agüentamos os vendavais da vida, as tempestades do cotidiano.

Agora que o cuidado com a saúde física faz parte da sua agenda diária, você começa a verificar que é preciso investir no intelecto. Pode começar dedicando menos tempo para programas veiculados pela mídia. Seja exigente, não perca tempo com coisas que não agregam valor.

As “raízes” intelectual, emocional, relacional precisam ser cultivadas.  Outra decisão legal é dedicar pelo menos uma hora diária de solidão. Todas as pessoas que separam um tempo para a reflexão, consideram-se recompensadas por isto, mesmo que não produzam nada; pelo menos tem a oportunidade de analisar-se.

Essa auto-análise possibilita refletir nos papéis que esta desempenhando; permite tomar decisões acertadas para enxugar seus compromissos; dar mais valor ao que realmente importa pra você é dar um golpe mortal na ansiedade.

Tanto os bons hábitos quanto os maus, começam devagar. Via de regra para se chegar a um alto grau de ansiedade, esse processo começa pequeno; pode ser que tenhamos nos habituado a se preocupar com coisas sobre as quais não temos controle; e por mais que ocupemos o pensamento com isso a realidade não vai mudar.

Alguém já comparou a ansiedade com uma cadeira de balanço: Fica-se em movimento, mas não se sai do lugar. Excesso de preocupações é um indicativo de que não estamos  gerenciando bem nossos pensamentos e emoções. Pode haver aí um processo de confusão mental e falta de objetivos definidos e prioridades bem focadas.

Vida não é sinônimo de excesso de preocupações. Que vida natural, saudável é algo nós construímos de forma consciente. Não adianta jogar a culpa nas pessoas. A vida foi criada por Deus para cada um cuidar da sua. Recebemos influências, mas a escolha final é sempre nossa. Então vivamos livres da ansiedade!

*Genival Mota é jornalista da TVE/MS, doutorando em Letras na UNESP-SJRP. Formado em Historia e Jornalismo pela UFMS. Autor de: O Menino do Livro e o Menino da TV; Dez Passos Para Gostar de Ler; O Que Aprendemos com O Pequeno Príncipe; O Que Aprendermos com Alice no País das Maravilhas; Ser Adolescente Ser Fera; A Caverna Ilu-minada.

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