Mato Grosso do Sul pode diversificar a matriz energética sem ter que impactar o meio ambiente e está na hora do Estado ingressar no ainda reduzido grupo de produtores de energia limpa, barata e renovável. A opinião é do engenheiro de telecomunicações, Joé Nova, baseado em informações sobre o potencial eólico no Brasil. Ele aponta das serras de Maracaju e Bodoquena como pontos ideais à instalação de aerogeradores.
Em entrevista ao Portal da Educativa, o engenheiro nota que a fonte renovável de energia mais barata é a eólica, produzida pelos ventos. “A energia dos ventos põe ambientalistas e investidores na mesma direção”, destaca.
Segundo Joé, o Governo Federal projeta investir R$ 11 bilhões na geração de energia. Desse volume, R$ 20 bilhões vão para o setor eólico-elétrico. Ele lembra que é um círculo virtuoso e a agricultura é um exemplo da dependência e necessidade de energia. “A agricultura e pecuária dependerão cada vez mais da tecnologia, que por sua vez necessita de energia. E no mundo competitivo, o custo desse insumo é ingrediente principal para o bom resultado da atividade econômica. Deste modo cada watt (unidade de potência energética) de energia disponível deverá ser aproveitado esteja aonde estiver”.
O potencial eólico da Região Centro- Oeste, é pequeno se comparado ao da região Nordeste , mas também não é desprezível é da mesma ordem de grandeza da dos estados do Paraná e Santa Catarina, já em fase de aproveitamento inicial. “Embora tenhamos um perfil geográfico único no mundo com planalto e pantanal divididos ao meio pela serra de Maracaju somos geograficamente privilegiados por estarmos próximos ao maior centro de consumo de energia elétrica”, destaca o engenheiro.
Aerogeradores
De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro há regiões propícias para a instalação de aerogeradores em Mato Grosso do Sul, das quais algumas têm fácil acesso e ficam próximas de linhas de transmissão estão localizadas sobre as serras de Maracaju e Bodoquena.
“Na faixa de velocidade média anual de 7m/s, a 50 metros de altura há uma área de 1.541Km², com potência instalável de 3.08 GW. Na faixa de 6m/s área de 50.752 Km² e potência instalável de 101,50 GW”.
A Rádio e TV Educativa (RTVE) utiliza torres de telecomunicações de até 100 metros de altura, para as retransmissões no interior do Estado. Para Joé Nova, “são torres que podem ser utilizadas para o levantamento do potencial eólico local, bastando somente a instalação de anemômetros para a coleta de dados de ventos por um ciclo climático (um ano) imprescindíveis para o início da implantação de aerogeradores”.
Para o engenheiro, Mato Grosso do Sul estava fora dessa mapa energético em razão do “terreno assumidamente hostil” a investidores privados do setor elétrico. “Agora o atual governo pode mudar esse quadro e garantir que o Estado ingresse no grupo de geradores de energia barata e renovável”