Empresária Vanessa Foizer, da Happy Code, falou à Educativa 104.7 FM sobre treinamento para crianças que desejam aprender sobre a atividade

A internet já faz parte da vida cotidiana da grande maioria das pessoas, incluindo aí adolescentes e crianças que procuram nela até mesmo uma profissão. Se há algumas décadas os pequenos sonhavam em ser médicos ou bombeiros, hoje se tornar um youtuber é o sonho de muitos. Em Campo Grande, uma escola de tecnologia até criou um curso com esse objetivo mas, em meio à grade, também estão alertas aos pais sobre os riscos da superexposição virtual.
O Bom Dia Campo Grande desta quinta-feira (16) tratou do fenômeno com a empresária Vanessa Borges Foizer, da Happy Code, escola com foco na preparação e tecnologia para crianças e adolescentes. Segundo ela, o “sonho” dos jovens internautas vem sendo cada vez mais encampado com os pais, merecendo aí um trabalho dobrado para apontar que a jornada de um youtuber de sucesso nem sempre é fácil.
Vanessa explica que dos primeiros passos na escola é justamente ensinar a montar um canal de vídeos e o processo de edição, em um treinamento que chega a durar um ano. “A criança acha que no outro dia já fica famosa, então conversamos, explicamos, e os pais devem estar junto no começo para ir conversando e apontando as regras e a questão da segurança, porque hoje acham que se expor de várias formas ajuda a atrair seguidores, e não é assim”.
Embora muitas crianças com até 3 anos já se arrisquem na internet, na Happy Code os cursos começam aos 8 anos e, mesmo assim, com explicações aos pais de que, nos termos de uso do Youtube, a idade mínima necessária é de 16 anos –ou seja, eles devem ser responsáveis por todo o conteúdo. “Muitos não são, vão, abrem a senha para o filho e deixam por conta da criança”, destacou Vanessa, condenando a prática.
Nesse sentido, orientações sobre não informar os locais onde se está ou a respeito da roupa a ser usada estão no conteúdo abordado com o aspirante a youtuber e seus familiares. Sem falar no conteúdo. “Sempre pergunto sobre algo que querem falar no canal, se já pensaram nisso, e a maioria diz que não”, afirmou a empresária.

Mesmo ressaltando o fascínio que o trabalho de youtuber tem, Vanessa adverte que se trata de uma ocupação que pede muita dedicação até que os resultados surjam. E, nesse caminho, é preciso estar preparado para os “haters” –críticos da internet– e para o bullying, que se faz presente. “Elas não estão preparadas, porque muitas vezes o próprio pai ou não não veem isso. Acham que o bullying é só na escola”, disse, referindo-se ao cyberbullying.
Essa dose de realismo, destacou Vanessa, não desestimula quem realmente gosta de divulgar o que faz de melhor no Youtube e nas redes sociais. “Temos crianças que querem um canal para falar de livros, pois gostam de ler, ou falar de games. Vemos algumas com potencial para outros cursos. Quando chegam à Happy Code os pais acham legal que fique famoso, mas depois pode falar de outra coisa, para o mercado”, destacou. O ensino, reiterou, segue uma linguagem apropriada para a idade e por “filtros” para que, ao seguirem como yotubers, aprendam a lidar com os desafios.
Sintonize – Com produção e Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite ao ouvinte começar o dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, quadros temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.