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24 de abril de 2024 - 10:16

Bom Dia Campo Grande debate o Setembro Amarelo e ações de prevenção ao suicídio

Marlene Garcia Afonso, do GAV, falou à Educativa 104.7 FM sobre ações para enfrentar problema considerado em todo o mundo como de saúde pública
Marlene Garcia Afonso (à direita) falou ao Bom Dia Campo Grande sobre a importância do Setembro Amarelo no enfrentamento aos suicídios. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Marlene Garcia Afonso (à direita) falou ao Bom Dia Campo Grande sobre a importância do Setembro Amarelo no enfrentamento aos suicídios. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

Começou em todo o Brasil o Setembro Amarelo, campanha que visa a alertar a sociedade sobre o suicídio. O atentado contra a própria vida é tratado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma questão de saúde pública: no mundo, estima-se que uma pessoa tira a própria vida a cada 40 segundos; tempo que chega a 40 minutos no Brasil. A questão, além de mobilizar entes públicos, também preocupa a sociedade civil, onde instituições como o GAV (Grupo Amor Vida) realiza trabalho voluntário de prevenção ao suicídio.

O Bom Dia Campo Grande desta segunda-feira (2) tratou do Setembro Amarelo com a representante do GAV, Marlene Garcia Afonso, que defendeu a necessidade de se abordar o suicídio de forma coletiva para que famílias, órgãos governamentais e a mídia fiquem atentos. “Unidos, conseguiremos evitar a perda de muitas vidas”, destacou na Educativa 104.7 FM.

O GAV presta apoio emocional por meio de telefone e presencialmente, em Campo Grande. “Nosso trabalho é sigiloso, anônimo, justamente para deixar a pessoa mais tranquila para falar de seu sofrimento. As que quiseram atendimento pessoalmente podem ligar no Grupo Amor Vida e marcar um horário, que teremos equipes treinadas para fazer esse tipo de atividade”, disse.

Atualmente, a instituição conta com 60 voluntários nos diferentes serviços de apoio prestados –que incluem também palestras e cursos sobre prevenção ao suicídio e valorização da vida–, havendo capacidade para que até 100 pessoas atuem na causa. “Em qualquer lugar que somos chamados temos equipes treinadas para fazer essa divulgação, porque precisamos falar sobre o suicídio e acabar com esse tabu de que falando sobre isso teremos aumento no número de casos”.

Marlene afirma que o GAV percebeu diretamente dados da OMS que indicam aumento no número de casos e busca de apoio contra o suicídio ou tentativas.

“Nem todos os casos vão para a mídia e nem todos entram nas estatística. Mas temos percebido que, quanto mais pressão do dia a dia, aumentam os casos, porque temos aí uma doença que os quadros estão se agravando cada vez mais, que é a depressão. O uso de álcool e de drogas também leva as pessoas ao suicídio porque o sofrimento é muito grande naquele momento de desesperança, de solidão, em que não conseguem resolver o problema. Nós no GAV temos a certeza de que ninguém quer a morte, mas é a forma que as pessoas encontram para se livrar do sofrimento”, disse.

A busca pelo apoio, frisou a ativista, envolve diferentes idades, de crianças a adultos. Resultado, prosseguiu Marlene, da sociedade e do ambiente familiar no qual o indivíduo está inserido.

Representante do Grupo Amor Vida aponta que distanciamento entre familiares é um problema sentido em atendimentos. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Representante do Grupo Amor Vida aponta que distanciamento entre familiares é um problema sentido em atendimentos. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

“Às vezes temos um ambiente familiar desestruturado, com pais vivendo pressão como as do desemprego, uso de álcool e outras drogas. Há essa falta de presença do pai e da mãe em casa para acompanhar as crianças, que não precisam só da escola e de um bom plano de saúde. É preciso dar atenção. Percebemos que, hoje, a tecnologia, que seria servir para algo muito bom, principalmente o celular, tem tirado a presença afetiva dos pais junto às crianças. Observamos o ambiente e vemos os pais e até a criança no celular. Falta entrosamento, presença”, disse.

A representante do GAV lembra que, em razão disso, crianças se sentem sozinhas e já entraram em contato com o grupo. “Hoje faltam abraços e olhares, o olho no olho falta na nossa sociedade e em nossas casas”.

O mesmo ocorre em relação à população idosa, segundo ela, que sofre com a falta de atenção de familiares, vivendo ou sozinhos ou confinados em pequenos quartos no fundo das casas. “Temos muitos casos de suicídio e tentativas justamente porque o idoso sentiu o abandono. No momento me que está no fim da vida e não tem esperança de mais nada grita por socorro, e muitos ligam no GAV em busca de alguém que possa ouvi-los com amor, respeito”.

Marlene lembra que o serviço prestado pelo grupo é feito de forma anônima, a fim de estimular pessoas com dificuldade de se abrir entre os amigos e familiares. “Ninguém vai sair falando da vida dele, criticar, julgar por aquilo que sente. Às vezes uma coisa que pode ser muito tranquila para mim é uma dificuldade muito grande para outro”, destacou.

A situação, frisou ela, envolve ainda a visão distorcida sobre o que é a depressão. “Vemos muitos casos de depressão tratados dentro da família como ‘frescura’, simplesmente, porque as pessoas acham que depressão é estar em um quarto escuro triste, chorando, e não é”.

Ela alerta que a maior parte dos casos de suicídio são relacionados a pessoas com quadros depressivos ou doença mental. Por esse motivo, a mobilização contra o problema deve exacerbar o Setembro Amarelo. “Precisamos falar de suicídio todos os dias para dar oportunidade às pessoas de compartilharem sua dor, tirar o tabu de que falando disso teremos aumento nos casos”.

O GAV também busca voluntários para aumentar seus atendimentos. Quaisquer pessoas acima de 18 anos podem integrar o grupo, passando por um treinamento que dura cerca de dois meses, aos sábados, envolvendo teoria e prática, estágio e encaminhamento para o setor de atendimento no qual melhor se enquadrar –do atendimento telefônico e presencial a palestras e ações de divulgação. A qualificação é oferecida pelos próprios voluntários, que também cuidam do acompanhamento.

Marlene afirma que o GAV está à disposição para ouvir anonimamente pessoas que sofrem com depressão e pensamentos suicidas. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Marlene afirma que o GAV está à disposição para ouvir anonimamente pessoas que sofrem com depressão e pensamentos suicidas. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

“É importante fazer o treinamento porque, mesmo que não fique na equipe, será válido na vida, em casa, no ambiente de trabalho”, disse Marlene, apontando que a pessoa passará a identificar com mais clareza os sinais de depressão e de tendências suicidas. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 e (67) 99644-4141 –nenhum dos números têm identificador de chamadas a fim de manter o anonimato dos atendimentos–, das 7h às 23h, pelo site http://www.grupoamorvida.ong e pela página do Facebook (https://www.facebook.com/grupoamorvida).

“Uma dor compartilhada dói menos. Estamos prontos e com muito amor para abraçar as pessoas necessitadas que em qualquer momento podem ter uma dor para compartilhar”, finalizou Marlene.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite a você começar o seu dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.  Os ouvintes podem participar enviando perguntas, sugestões e comentários pelo WhatsApp (67) 99333-1047 ou pelo e-mail reporter104fm@gmail.com.

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