
A partir de 14 de agosto, a TVE Cultura inicia suas transmissões pelo sistema digital, atendendo a exigências do Marco Regulatório do setor. Até este dia, foram várias medidas e ações tomadas visando a garantir a qualidade de som e áudio que o novo sinal permitirá, incluindo obras para instalação de novos transmissores e de antenas, posicionadas a 123 metros do solo. Este foi o local de trabalho de alguns profissionais de telecomunicações que, nos últimos dias, dedicaram-se à implantação de equipamentos na sede do Palácio das Comunicações.
Simão Arguelho é um deles. Em 1995, ele trocou a rotina em uma churrascaria pela oportunidade de conhecer uma nova profissão. Desde então, são mais de 20 anos nas alturas, atuando como técnico em telecomunicações. “Naquela época estava acontecendo a migração da Telems para a Brasil Telecom (atual Oi) e o pessoal disse que estavam precisando de gente para ajudar com a nova rede em Jardim. Vi o quanto ganhava por semana e o valor da diária deles e decidi ir”, afirmou.
Naquele momento, Simão perguntou se o seu trabalho estaria restrito ao chão ou se também encararia as alturas. “Disseram que no começo era só fundação, mas se quisesse ajudar mais era só fazer os treinamentos (cursos) e ir aprendendo”, contou. Dois meses depois ajudando a içar equipamentos até o alto de torres, ele já estava no alto. “Eu olhava aquilo e queria”, disse.
Décadas depois, ele afirma já estar habituado às altitudes. A torre da TVE Cultura, a maior de alvenaria da América, não foi um grande desafio. “Já subi a mais de 250 metros na avenida Paulista”, conta.

E o medo? “O medo é o nosso companheiro. É ele que nos avisa para trabalharmos sempre com segurança, usando equipamentos e evitando riscos”, afirma. De tempos em tempos, os trabalhadores do ramo deve passar por avaliações médicas atestando estarem em condições de exercerem essa arriscada atividade. A recompensa, afirma Simão, está na vista disponível para poucos.
“A sensação lá no alto é muito boa. Sempre é como a primeira vez, com a adrenalina. É onde me sinto bem”, afirmou.
Simão Argelho também destaca o resultado de seu trabalho na TVE Cultura, onde passou a última semana realizando a instalação da antena digital e ajustes no equipamento. “Sai o sistema analógico, que tem uma imagem não tão boa, para dar a todo mundo um sinal de qualidade, com uma linda imagem. Com certeza é algo que vai ser muito bem aceito, que vou ter sempre que voltar para casa na minha TV”.

“Todo o serviço está sendo feito dentro dos padrões, felizmente não enfrentamos nenhuma dificuldade”, afirmou o também técnico Douglas da Conceição Pereira, que trabalhou no processo de instalação das antenas digitais. Ele também vê o processo de migração do sistema analógico como um ganho para a sociedade, o qual se diz satisfeito em poder dar sua contribuição.
“É algo muito importante para a cidade, estamos preparando a TV para dar a todos uma qualidade absurda em termos de melhora na comparação com a rede analógica”, salientou.
Em virtude da troca de sistemas, telespectadores podem experimentar dificuldades ou mesmo a suspensão total do sinal da TVE Cultura em alguns momentos. Como parte do processo de adaptação à nova tecnologia, que passa também por ajustes em equipamentos a na própria programação, alguns programas da emissora não estão sendo exibidos neste momento. A intenção é retornar com a programação de qualidade a partir do prazo estabelecido no Marco Regulatório.