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Institucional

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26 de abril de 2024 - 23:09

Trabalho premiado destaca relação de perda dentária na ingestão de proteínas por idosos

O trabalho Perdas dentárias e diferenças de gênero na ingestão de proteínas por idosos brasileiros, que tem como autores os professores Rafael Aiello Bonfim (Faodo), Luciana Bronzi de Souza (FacFan) e José Eduardo Corrente (Unesp/Botucatu), foi premiado na 34ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica – SBPqO, maior congresso de pesquisa odontológica do País.

Demonstrando que tanto perda dentária quanto depressão tiveram efeitos totais significativos e bem fortes com relação ao menor consumo de proteína por idosos, o trabalho chamou atenção do Periódico Gerodontology e está em revisão para sua publicação.

O artigo atual dá continuidade a pesquisa de tese de Doutorado da professora Luciana Bronzi, na Unesp, e já ensejou um novo projeto de pesquisa na UFMS, que agora será realizado em Campo Grande, com cerca de 400 idosos institucionalizados.

“O que chamou atenção no trabalho para sua premiação com menção honrosa no Congresso da SBPqO foi a análise do modelo de equação estrutural – bastante utilizado em saúde pública – medindo efeitos tanto diretos quanto indiretos”, expõe o professor.

O artigo aponta que idosos com falta de dentes consomem menos proteína, principalmente de origem animal, pela dificuldade na mastigação. “Até então, não havia nada na literatura com a metodologia que utilizamos”, completa Rafael Aiello.

Pesquisa

A pesquisa foi realizada com 365 idosos de Botucatu (SP), com significativa representatividade. A cada quatro setores censitários, um foi sorteado para visita e registro dos recordatórios nutricionais dos idosos.

Para trabalhar os dados nutricionais, obtidos na aplicação dos questionários de qualidade de vida e saúde bucal, os pesquisadores utilizaram o Nutrition Data System Research, programa no qual foi feita a análise de três recordatórios nutricionais de 24 horas.

“Esse programa fez a análise de toda a alimentação. O idoso informou quanto consumiu de alimentos, durante os recordatários, e o software, reconhecido internacionalmente, faz a transformação para macro e micro nutrientes, e a partir daí, pudemos verificar e comprovar a hipótese de que quem tem perda dentária consome menos proteína, que pode ser explicada pela dificuldade da mastigação”.

O professor Rafael Aiello elaborou um modelo de equação estrutural para confirmar o modelo teórico, que aponta a perda dentária e a depressão como principais responsáveis pela diminuição no consumo de proteína entre os maiores de 60 anos.

“Há outros problemas médicos, como hipertensão e diabetes, mas a depressão e a perda dentária estão presentes e influenciaram o consumo proteico independentemente de outras variáveis”, completa o professor.

A pesquisa mostrou que no efeito total (efeito direto e indireto), a perda de dente, além de ter um efeito significativo na diminuição do consumo de proteína, afeta a qualidade de vida em saúde bucal.

O mesmo acontece nos depressivos que geralmente praticam menos atividade física e têm menor consumo de alimentos saudáveis e nutritivos, entre eles a proteína.

Para os pesquisadores, a grande utilidade desse artigo é servir de alerta para esses idosos e também para as equipes da estratégia de saúde da família, que devem ter uma visão transdisciplinar de áreas como a odontologia e a nutrição, de forma a melhor trabalhar com esse grupo.

“Quem tem perda dentária deve repor esses dentes com uso de próteses ou de implante, ou deve consumir outras formas de proteínas além da carne, como ovos e quinua, para que não ocorra sarcopenia (perda de massa muscular), que entre outras consequências, pode aumentar o risco de queda entre os idosos”, explica Rafael.

“Temos que ter em mente também que não existe qualquer desvantagem nutricional em não se comer principalmente a carne vermelha, que tem sido associada a alguns canceres, segundo a OMS e o Fundo mundial de pesquisas com câncer”, explica.

Resultados

As análises demonstraram que, em geral, o consumo de carboidratos, proteínas e gorduras pela população está dentro dos padrões normais, se nos basearmos em metas populacionais.

Dos 365 idosos acompanhados – dos quais 94% têm perda dentária – 22% estavam com o consumo de proteína abaixo de 0,8 grama (valor referência) por quilo de massa corporal por dia; 30% entre 0,8 grama a 1,2 grama e 48% acima de 1,2 grama.

A média de consumo de proteína total foi de 86 gramas/dia, sendo 55g de origem animal e 31g de origem vegetal. Do consumo total, a proteína representou 18% da alimentação diária, carboidrato 50% e gordura 32%, e em média tivemos um consumo calórico de 1.929 kilocalorias/dia entre os idosos.

Na análise da qualidade de vida, cerca de 25% dos idosos comeram menos ou mudaram algum tipo de comida devido a problemas na mastigação, 40% tiveram dificuldade em mastigar alguma comida, como carne, 33% não foram capazes de comer exatamente o que queriam e 20% sentiram dor nos dentes com alimentos quente ou doce.

A pesquisa também aponta que mulheres idosas possuem mais perdas dentarias que os homens e consomem menos proteína por kg de massa corpórea.

“Agora estamos conduzindo estudo mais amplo em Campo Grande para qualificar nossos achados. Além do recordatório nutricional, iremos fazer a avaliação odontológica, quantificando inclusive um efeito dose-resposta entre o número de dentes e o consumo de proteínas, para melhor definir o conceito de dentição funcional”, expõe o professor.

Fonte: UFMS

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