Quem passa pela Rua Brilhante, na Vila Bandeirantes, e resolve comprar um bolo na confeitaria da Daniela, não imagina que por trás do sorriso escondido pela máscara há marcas de muita preocupação com o futuro de sua microempresa. Ela, assim como milhares de pequenos empresários, tem usado da criatividade, da persistência e de muita gestão para dar continuidade a seus negócios, severamente afetados pela pandemia.
Dados da Jucems, órgão vinculado à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), mostram que Mato Grosso do Sul atingiu um recorde histórico com a abertura de 2.372 empresas no primeiro trimestre de 2021. Mas ainda assim, muitas empresas não sobreviveram e fecharam as portas no mesmo período, totalizando 1.039 negócios.
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Para superar os desafios ocasionados pela pandemia e assim atuar, de forma efetiva e rápida, o secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Eduardo Riedel, participará do encontro ‘Movimento pela Retomada da Economia’, na segunda-feira (17), às 19 horas, na Casa da Indústria, onde ouvirá das principais instituições representativas de as demandas dos segmentos econômicos mais afetados pelas restrições da pandemia de coronavírus.
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“O Governo do Estado tem atuado para equilibrar não apenas a parte econômica, mas da saúde das pessoas, da área social também. Segmentos econômicos nos convidaram para participar de uma reunião para expor as dificuldades que eles vivenciam e vamos encontrar soluções, buscar alternativas para amenizar e buscar a recuperação. Somos o primeiro a buscar alternativa para o mais pronto retorno das atividades econômicas”, explica Riedel.
Para a Daniela, que é confeiteira, microempreendedora e que emprega mais duas famílias, com a venda de doces, bolos, etc. ouvir as demandas de quem está atrás do balcão, na luta de equilibrar as medidas de biossegurança e conseguir passar por essa crise é essencial. A ação conjunta entre as entidades precisa muito mais do que boa vontade para a resolver o problema, mas de uma alternativa eficiente e um senso de urgência para resolver o problema e amortecer os impactos da crise econômica.
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“Qualquer medida efetiva para diminuir os estragos dessa pandemia no comércio passa por uma aproximação maior entre os setores. O diálogo é muito importante para que se tenha compreensão da nossa realidade e do que estamos passando. Muita dificuldade para manter nosso negócio de pé, pagar funcionários e fornecedores”, reforça Daniela, de 43 anos.
O show tem que continuar
A microempresária Luanna Peralta, de 35 anos, mãe de quatro filhos, a pandemia fez uma reviravolta em sua vida financeira e literalmente bagunçou seus planos. Ela tem um espaço cultural e atualmente tenta sobreviver com esta que é a única renda da sua família. “Hoje eu moro no meu local de trabalho, precisei mudar de casa e vir para cá para tentar equilibrar as finanças”.
Luana diz que mudar de casa não foi a única mudança que ela teve que adaptar. “Tive que diminuir os eventos, como as batalhas de poesia, as feiras, por conta da pandemia, estamos tentando de tudo para não falir e não passar necessidades”.
O negócio de Luanna aconteceu por acaso, mas cresceu por força de vontade, gestão e visão. Ela abriu um trailer em uma época em que era funcionária pública municipal, já nesta área de eventos culturais, porém o que era para ser uma renda complementar ganhou força e ela decidiu abrir mão da estabilidade do serviço público e ampliar os negócios. “Porém nos palcos do meu negócio cultural quem subiu, infelizmente, foi o coronavírus”, lamenta.
Com todos os percalços, a empresária não pensa em desistir. “Não é digno trabalhar só para sobreviver. Se tivéssemos algum auxílio do Governo, os pequenos empresários, os MEI’s, podemos em pensar em fomentar a cidade, inclusive, culturalmente”.
Movimento pela Retomada da Economia
O encontro com os empresários será realizado na sede da Fiems (Federação das Indústrias de MS), na próxima segunda-feira (17), às 19 horas, na Casa da Indústria. Também participarão do encontro o presidente da Fecomércio, Edison Araújo; da Faems, Alfredo Zamlutti; da Abrasel, Juliano Wertheimer; o superintendente do Sebrae/MS, Cláudio Mendonça e o secretário da Semagro, Jaime Verruck.
O objetivo do grupo de trabalho é encontrar alternativas viáveis, seguras e responsáveis para apoiar uma retomada ainda mais consistente, em especial dos setores mais atingidos pelas restrições sanitárias.
Ana Brito, Seinfra
Fotos: Divulgação, Guilherme Pimentel e Saul Schramm