Morreu no começo da manhã deste domingo, 26 de abril, o mestre cururueiro Agripino Magalhães. Por conta da idade, 101 anos, ele vinha apresentando problemas de saúde e faleceu em casa. 
“Hoje a cultura amanheceu sem o seu maior Mestre do Saber do Estado … Foram cem anos de histórias cantadas e dançadas em forma de siriri e cururu! Agora o nosso Mestre Seu Agripino irá poder ter força divina para sapatear e tocar a sua Viola de Cocho!”. Assim, Márcia Rolon, diretora do Moinho Cultural Sul-americano, se manifestou em sua rede social.
Ao Diário Corumbaense, Márcia lembrou da importância do mestre cururueiro para a instituição, que oferece aulas de ballet e música clássicos, informática, apoio escolar, grupo de convivência e fortalecimento de vínculos, entre outras atividades a crianças e jovens de Corumbá, Ladário e das cidades bolivianas de Puerto Suárez e Puerto Quijarro.
“Ele foi um grande parceiro. Apesar da idade, fazia questão de participar das atividades e enquanto pôde, ensinou alguns alunos a confeccionar e afinar a viola de cocho, uma tradição que precisa ser mantida. A perda para a cultura é imensa”, afirmou Márcia.
“Seu Agripino vai deixar uma grande lacuna na Cultura de Corumbá. Seu jeito simples, mas que carregava a seriedade ao se trajar para tocar o cururu ou organizar a roda de siriri era de uma ‘devoção’ com valores que gostaríamos de ver sendo mantidos pela nova geração: fé, companheirismo e alegria de viver. Obrigada por todas as lições deixadas, Corumbá e o mundo agradecem seu empenho, dedicação e amor por essa terra e tudo o que ela representa em termos culturais”, destacou a presidente do Conselho Municipal de Cultura, jornalista Lívia Gaertner.
O velório e sepultamento do mestre cururueiro vão seguir normas previstas em decreto municipal em função da pandemia de coronavírus. O velório está marcado para o início da tarde, na capela Cristo Rei, com duração máxima de duas horas e controle de pessoas. O sepultamento foi marcado para ocorrer entre 15h e 16 horas no cemitério Santa Cruz em Corumbá.
Fonte: Rosana Nunes – Diário Corumbaense
