
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam que o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais prevalente entre mulheres, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Estimativa mostra que para cada ano do triênio 2023-2025, devem ocorrer 73.610 novos diagnósticos, o que representa 41 casos para cada 100 mil mulheres. No Mato Grosso do Sul, o Inca estima que 910 casos devem ocorrer por ano até 2025.
Neste mês de outubro, a campanha Outubro Rosa busca a conscientização para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Para falar mais sobre o assunto, o programa Rádio Livre, da Rádio E 104.7 FM, recebeu nesta segunda-feira (23) o médico-mastologista Victor Rocha, que destacou as principais ações de prevenção e cuidado para o diagnóstico e tratamento precoce contra o câncer de mama.
O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. Na região Centro-Oeste, representa 15,9% dos óbitos pela doença entre mulheres, a segunda maior taxa percentual do país. “Os números são alarmantes, tirando o câncer de pele não-melanoma, o câncer de mama é o mais frequente na mulher e que apresenta maior mortalidade”.
“A nossa principal arma é o diagnóstico precoce, esse mês é o mês em que os mastologistas, oncologistas, ginecologistas, médicos e a saúde em geral intensificam as ações, orientando principalmente as mulheres para a redução da mortalidade pelo câncer de mama”
O médico destaca que os autoexames devem ser realizados desde a adolescência, estimulando o autoconhecimento corporal. “Nós orientamos também o exame clínico realizado pelo profissional de saúde, uma vez por ano, para fazer exame clínico das mamas e mamografia anual a partir dos 40 anos”, completa.
Victor explica que o período mais indicado para a realização do autoexame é após a menstruação, devido ao inchaço causado pela flutuação hormonal. “Se você menstruou essa semana, semana que vem vai na frente do espelho, faz a visualização, vê se tem alguma alteração do mamilo, da auréola, do tamanho da mama, alguma vermelhidão local”.
Mais de 50% dos casos diagnosticados de câncer de mama no Brasil são identificados primeiramente pela própria paciente, ou seja, durante o autoexame. “Precisamos evoluir para fazer mais diagnósticos de lesões não-palpáveis, antes da paciente sentir alguma coisa a gente fazer esse diagnóstico para aumentar ainda mais as chances de cura”. Com o diagnóstico precoce, o mastologista aponta que as chances de cura aumentam para quase 95%.
Casa Rosa
Em 2021, foi inaugurado na Maternidade Cândido Mariano o projeto Casa Rosa, espaço voltado para a prevenção do câncer de mama que oferece atendimentos preventivos e resolutivos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico Victor Rocha, idealizador do projeto, aponta que a Casa Rosa contribuiu para integrar a atenção à saúde da mulher em um só lugar, realizando consultas, exames e encaminhamentos. “No cenário em que a paciente aguardava muito tempo por uma consulta, que chegava a nove ou dez meses para consultar com um mastologista, aí ela entrava na fila de novo para uma ultrassonografia de mama e depois entrava na fila para uma biópsia”.
Segundo o médico, a Casa Rosa já realizou 5.700 atendimentos e já recebeu 2 mil pacientes, além de ajudar a zerar a fila por consultas em mastologia, punção e biópsia de mama. “Nós já fizemos mais de mil biópsias e fizemos o diagnóstico de 123 casos de câncer de mama. A cada vinte pacientes que chegam no serviço, fazemos um diagnóstico de câncer de mama, então é um número bastante expressivo no ponto de vista da saúde pública”.