Guga Borba é um camaleão. Conhecido por sempre trocar o estilo do cabelo e ser dono de uma das vozes mais potentes da música de MS, o cantor e compositor vem apostando em novos projetos, em sua carreira como artista solo e aberto a novos voos musicais. Em julho, viaja para São Paulo para participar de dois shows em um intercâmbio que o está aproximando de artistas que criaram uma espécie de movimento em que o ponto de contato é a folk music. Guga Borba concedeu entrevista exclusiva ao Portal da Educativa em que comenta sobre os novos planos e o momento da carreira em que está passando.
PORTAL DA EDUCATIVA – Você recebeu um prêmio do Palco MP3 vinculado a Folk Music e está fazendo shows em São Paulo com artistas que estão em uma espécie de movimento chamado “Folk Brasil”. Como você encara este fato de ter seu som apontado como um determinado gênero?
GUGA BORBA – Recebi o prêmio Palco MP3 como artista mais acessado Folk em 2015 e creio que o gênero é uma modalidade da minha sonoridade. Desde o princípio da minha carreira eu usei como base para o meu trabalho o violão de aço e as afinações vindas da viola caipira, o que certamente remete ao gênero Folk e suas diversas vertentes.
Você se apresenta novamente em Sampa em julho. Fale destes dois shows e os artistas que você vem encontrando nestas ocasiões.
Somos os convidados do Sunday Folk no dia 3 de julho em São Paulo. O evento é produzido pelos amigos Felipe Camara, Bezão e o nosso conterrâneo Jonavo que, juntos, formam o Folk na Kombi. Eles abrem as portas de seu palco para diversos artistas e entusiastas do gênero Folk. Nestas ocasiões vou estar acompanhado do músico e compositor Leandro Perez, meu parceiro do Ladáia. Nesta ocasião vou me apresentar no Ao Vivo (Moema), ao lado do parceiro Tuia Lencioni, que é um dos grandes incentivadores do movimento atual da música Folk no Brasil. Tuia lançou seu novo álbum no Bourbon Street, onde pude conhecer outros artistas que convivem neste meio e possuem trabalhos excepcionais como Heros Dellavega, Paulo Garcia, Francis Rosa, Péricles Garcia e o violeiro Ricardo Vignini, que também estará conosco no dia 2/7.
Você saiu do grupo Naipe, está em trabalho solo, com o Filhos dos Livres e montando este novo grupo. Como definiria a fase musical que está passando neste momento?
É uma nova fase cheia de desafios e muita satisfação. Entre os shows e minha nova temporada estou compondo e gravando nosso novo trabalho intitulado Ladáia, ao lado de Perez e Alex Cavalheri, lançado recentemente em um single audiovisual com o nome “Na Cumbuca/De Campo Grande a Brasília” (Almir Sater/ Guga Borba e Perez) que compila as duas canções.
Você começou a fazer uma nova temporada no Jack Pub todas as quintas em que recebe vários amigos. Qual a ideia do projeto e o objetivo?
Em minha nova temporada no Jack Pub trago sempre convidados diferentes, mas que possuem a mesma linguagem e, principalmente, a música autoral em suas apresentações. Um dos objetivos do projeto é divulgar e difundir essa nova música contemporânea do MS. Já estiveram conosco Jean Donato, Antônio Porto e Ecos (Alex Cavalheri). Nesta semana teremos o show dos amigos Rodrigo Sater e Fábio Brum e na sequencia ainda virão Rodrigo Teixeira, Jerry Espíndola, Ladáia, Rodrigo Faleiros e Tuia.
Como você analisaria o momento que a cena musical de Mato Grosso do Sul está passando?
Creio que a cena musical do MS está passando por um momento delicado, devido à grande febre vinda do novo sertanejo, que tornou-se a grande referência do momento, por meio da repetitividade e do baixo teor das letras, e o público tem se acostumado a não sair desta zona de conforto. Já por outro lado, vejo diversos artistas da capital e do interior do estado fazendo música e arte, compondo e divulgando seus trabalhos e suas apresentações, conquistando dia a dia o público que valoriza o conjunto de sua obra. Creio que essa é a força motor que nos impulsiona, que nos faz querer sempre continuar a criar um mundo melhor, através da nossa humilde modalidade artística, a boa música e todas as suas vertentes.
Rodrigo Teixeira
