A Universidade firmou uma parceria com o Exército que envolve programas de estágio, pesquisa, ministração cursos via Educação a Distância e capacitação para na área de informática para militares. O contato foi estabelecido com a proposta de pesquisar tecnologias que atendam às necessidades do Exército, principalmente no contexto do Sistema de Integração de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).
Segundo o coordenador, líder do Grupo de Pesquisa em Computação Aplicada (GPCA) da UEMS, o grupo ainda não formalizou acordo com o Exército para a produção de pesquisas exclusivas, aquelas que requerem sigilo, no entanto já há avanço com a proposta de várias ideias que podem auxiliar na atuação militar.
Exemplo é a criação de um sistema para reconhecimento de voz, inspirado no filme “Homem de Ferro”, segundo o professor Barbosa Filho. “Com este sistema consegue-se analisar tudo a respeito de voz. Eu gravo uma voz e a coloco em um banco de dados, então é como se a voz fosse uma assinatura digital. Para uso do exército pode ser usado, por exemplo, para entrar em uma sala, ao invés de utilizar uma chave, usa-se o reconhecimento de voz. Se a voz não estiver cadastrada a pessoa não vai conseguir entrar. É igual aos filmes, hoje a gente já consegue fazer esta brincadeira”, conta.
O sistema ainda consegue saber a força da emissão da voz, reconhecer cada voz individualmente e fazer cruzamento de informações sobre as vozes cadastradas em um banco de dados. O próximo passo, segundo o pesquisador, é a criação de um dispositivo para a captação e verificação da voz em locais estratégicos.
Os demais programas criados têm foco na segurança tanto de computadores como de informações de sistemas e redes.
“Quando entramos em um site, existem vários outros sites nos monitorando, pegando informações sobre o que pesquisamos, escrevemos, etc, com isto, por exemplo, o Google consegue saber vários de nossos interesses. Então criamos um programa que identifica quais sites estão monitorando o computador, pois eles podem pegar as informações que conseguem de mim e fazer coisas boas e ruins. Com este programa é possível saber onde estão estas pessoas que estão me monitorando e, o mais importante, é possível bloqueá-las para que elas não recebam mais informações da minha máquina”, explicou.
Também vem sendo desenvolvido um programa que analisa vírus maliciosos, para saber o que tem dentro de cada um deles e o que eles fazem. Com isto é possível se defender ou alertar a polícia sobre os ataques. “Existem vírus que, se instalados no computador, podem capturar tudo o que o usuário faz, com isto pode conseguir senhas, tirar foto pelo webcam sem a pessoa saber, dentre muitas outras coisas”, disse Barbosa Filho.
UEMS e Brigada Guaicurus
O projeto de utilização das pesquisas da UEMS no Sisfron ainda está em fase de estudos, contudo a capacitação dos militares da Brigada Guaicurus de Dourados já está acontecendo e capacitou 160 militares com as aulas de informática básica.
De acordo com a coordenadora do projeto, Gláucia Gabriel Sass, foram oferecidos aos militares módulos sobre o sistema operacional Linux, o navegador de internet Firefox e os recursos do Libre Office – editor de texto e planilha eletrônica. O curso iniciou-se em 26 de outubro e encerra no próximo dia 04 de dezembro.
Sisfron
O Sisfron entrou em funcionamento em novembro do ano passado em Dourados, cidade que recebe o piloto do projeto que visa monitorar toda a área de fronteira do país – 16 mil quilômetros – num investimento total previsto de R$ 12 bilhões, com previsão de implantação até 2017. No Mato Grosso do Sul, os recursos consumidos foram de aproximadamente R$ 900 milhões, operando em 600 quilômetros da fronteira do Estado.
Assessoria de Comunicação da UEMS-Dourados