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20 de abril de 2024 - 07:28

Em MS, principal política pública de acesso a terra está sob as mãos de uma mulher

Em Mato Grosso do Sul, a principal política pública de acesso a terra é coordenada pela servidora da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) Tânia Regina Minussi. Para ela, o 8 de março tem um sentido duplamente especial. A data que é internacionalmente reconhecida como Dia Internacional da Mulher, sacramentando o papel social feminino, é a celebração de suas atividades diárias e, também, o seu aniversário.

Com 14 anos dedicados a agricultura familiar, sendo 11 anos deles como coordenadora do PNCF – Programa Nacional de Crédito Fundiário, Tânia é a prova profissional de que o lugar da mulher é onde ela quiser. “Digo que na Agraer eu voltei a minha raiz porque meus pais vieram da agricultura familiar. No Rio Grande do Sul, eles tiravam o sustento da família a partir da terra. Aos 10 anos vim para cá e me considero sul-mato-grossense de coração”, afirma.

Coração esse que já vivenciou muitas histórias comoventes dentro do meio rural. “Eu sempre me emociono nas entregas de escrituras porque é o momento da realização de um sonho que demorou anos para ser realizado. Ver estampada a alegria no rosto dessas pessoas não tem preço”, diz.

Mas, nem só de felicidade vive a agricultura familiar. É sabido que no País as questões em torno da terra também envolvem muitos interesses, lutas e disputadas, o que requer comprometimento de quem atua no setor de Ater pública – Assistência Técnica e Extensão Rural.

E, não raras vezes, Tânia se viu em meio de casos complicados em que usou do discernimento para ajudar. “Já cheguei a uma reunião que o produtor estava de arma na cintura, mas a gente conseguiu conversar sem problema ao grupo. Acredito que a mulher tem o dom de conversar, apaziguar e negociar sempre olhando os dois lados”.

Tânia tem 14 anos dedicados à agricultura familiar

Atualmente, a servidora tem sob as mãos a gerência de trabalhos do Crédito Fundiário de 170 comunidades agrícolas do Mato Grosso do Sul, o que representa 5.500 famílias agrícolas assentadas. “A gente presta atendimento aos grupos quanto as documentações, serviços e esclarecimento de dúvidas. Apesar de ser cercada por ótimo profissionais, colegas de trabalho, ainda há produtores que fazem questão de serem atendidos por mim. Isso demonstra a confiança no meu trabalho e o carinho”, avalia.

E tantos anos dedicados a agricultura familiar rende frequentes convites que ultrapassam as formalidades das reuniões em associações. “Casamentos, aniversários, tem sempre um convite carinhoso que recebo. Nem sempre consigo cumprir, mas todo natal eu recebo ligações das famílias atendidas e isso é carinho”.

O mesmo sentimento que a levou a trilhar a carreira agrícola. Técnica em agropecuária pelo Cera – Centro de Educação Rural de Aquidauana, e com o curso superior em história, na UCDB, Tânia Regina alia as duas formações em benefício da agricultura familiar. “O diploma em história me ajuda a entender a formação do homem em sociedade. Agricultura familiar é história. A menor associação do mundo é o casamento. Agora, imagina como é uma associação agrícola que envolve 20, 50,100 famílias. São pessoas de origens, culturas e pensamentos diferentes. Ter a atenção sobre isso possibilita dar andamento aos trabalhos”, justifica.

“E, na escola agrícola, dos 60 alunos da minha turma apenas três eram mulheres. Também já trabalhei em uma empresa privada que dos 24 técnicos eu era a única mulher. E, lá, coordenava uma equipe de 30 homens. Hoje, acho que a mulher vem ganhando mais espaço no mercado de trabalho e mesmo com os preconceitos ainda existentes, acredito na nossa força”, enfatiza.

Uma energia que não vem apenas na forma de esforço físico como também no olhar meticuloso. “Em dias movimentados a gente chega a atender 20, 30 ou até 50 pessoas entre atendimentos pessoais e ligações. Teve um período que eu anotava. Hoje não faço mais isso. Mas, a gente faz bastante atendimento e eu viajo muito de carro. Já cheguei a percorrer 1.300 quilômetros em um único dia de trabalho”.

Viagens que ela encara com disposição. “Para mim é natural pegar a estrada sozinha. Já cheguei a sair às 3 horas da manhã de um dia e só voltar às 3 horas do dia seguinte. Anormal para minha família é quando eu não estou viajando a trabalho”, conta a servidora certa da escolha que fez, “Tenho dois filhos, meu esposo, e tanto deles como da minha mãe, recebo apoio, carinho e amor, que são fundamentais para a execução das minhas atividades”, pontua.

Texto: Aline Lira, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer)

Fotos: Néia Maceno/Aline Lira, Agraer

FONTE: Portal do MS

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