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26 de abril de 2024 - 17:41

Diário de Bordo: entre a ‘civilização’ e o Povo Guató, 350 quilômetros de Rio Paraguai

Amanhecer do dia no Rio Paraguai (Foto: Subsecretaria Indígena)

O Povo Guató já foi até considerado extinto e hoje habita um lugar de difícil acesso, na Aldeia Uberaba, localizada na Ilha Ínsua, a 350 quilômetros de Corumbá, sendo o Rio Paraguai o único caminho para chegar até eles. Com 10.900 hectares, a ilha está localizada na divisa com a Bolívia e a viagem pode durar até 40 horas, dependendo das condições do rio e da embarcação. Em casos mais urgentes, também é possível chegar à aldeia de avião, pousando no Destacamento do Exercito, á 20 km do local.

Acompanhada de uma equipe da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá, Silvana Terena, titular da Subsecretaria de Políticas Públicas para a População Indígena, ligada a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), visitou a aldeia e compartilhou fotos e relatos da experiência, descrita por ela como ‘emocionante e inesquecível’.

“Um lugar de difícil acesso e para chegar até a aldeia só de barco. Dependendo da embarcação a viagem pode durar de 6h há 40 h. Nosso povo é guerreiro, pois passam por muitas dificuldades, mas vivem felizes e são de muita resistência. Vivem em um lugar sem água potável e sem energia, sem contar com a dificuldade de irem até a cidade para fazerem suas compras”, relatou Silvana em uma espécie de diário de bordo digital, por meio de mensagens em grupos de conversa.

Nossa embarcação, disponibilizada pela PMA, era de 5 lugares (Foto: Subsecretaria Indígena)
Bate-papo no barco Guató, ancorado no Porto Geral de Corumbá, antes da partida para a aldeia, às 15h30 de quarta-feira (Foto: Subsecretaria Indígena)
Chegada do barco Guató na aldeia, às 11 de sexta-feira  (Foto: Subsecretaria Indígena)

Família Guató (Foto: Subsecretaria Indígena)

Sem energia na aldeia, o calor obriga os alunos a fazerem aula ao livre. Todo dia é assim (Foto: Subsecretaria Indígena)

Crianças Guatós do 5º ano do período matutino (Foto: Subsecretaria Indígena)

Equipe da Subsecretaria Indígena junto com a equipe da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá, ao lada da Subsecretária Silvana Terena o Diretor Presidente Luiz Mario Cambará. (Foto: Subsecretaria Indígena)

Anjo da Mata

O Tenente Rondon foi o responsável por conduzir o grupo até a aldeia. Segundo Silvana, ele foi essencial para a viagem, prevenindo o grupo de risco durante o caminho. “Todo o trajeto, no embarque e desembarque, principalmente nas nossas paradas pelo caminho, o tenente nos alertava para evitar possíveis perigos. Ele estava sempre presente em nossa caminhada, para nos orientar. Foi uma pessoa fundamental na nossa visita. Um anjo da mata”.

Militar com grande experiencia em navegação no Pantanal. Tem mais de 30 anos de serviço na PM de MS e foi o comandante da navegação (Foto: Subsecretaria Indígena)
Ele foi uma pessoa muito educada e gentil. Além de tudo, soube manter a calma em momentos difíceis do nosso trajeto (Foto: Subsecretaria Indígena)
Desde a saída do Porto de Corumbá ele sempre nos orientou. Ele está de parabéns pelo trabalho prestado junto a nossa Secretaria (Foto: Subsecretaria Indígena)
Povo Guató

Os índios da etnia guató estão instalados às margens do Rio Paraguai. Eles ocupavam as terras hoje pertencentes aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Após serem expulsos de seu território e terem suas aldeias substituídas por fazendas de gado nas décadas de 1940 e 1950, os guató migraram para a periferia das cidades do Pantanal. Eles foram, então, julgados extintos. Somente em 1976, alguns indígenas guató foram encontrados em Corumbá e começaram a se organizar e lutar pelo reconhecimento de sua etnia.

São considerados, hoje, os últimos dos povos indígenas canoeiros que ocuparam as terras baixas do Pantanal. Eles vivem na ilha Ínsua, a 350 km de Corumbá, demarcada pela Funai em 1998. Para chegar até a ilha, de 10.900 hectares, é necessário viajar de barco ou sobrevoar a região de helicóptero.

(Foto: Subsecretaria Indígena)
(Foto: Subsecretaria Indígena)
(Foto: Subsecretaria Indígena)
(Foto: Subsecretaria Indígena)

Rio Paraguai

O Rio Paraguai é um curso de água da América do Sul que banha quatro países. Nasce no município de Alto Paraguai no estado brasileiro do Mato Grosso e banha também o estado do Mato Grosso do Sul, sendo afluente do rio Paraná. É região de fronteira com a Bolívia por 58 quilômetros e com o Paraguai por 322 quilômetros.

Em seu percurso inicial (cerca de 50 km) tem o nome de Rio Paraguaisinho, mas logo passa a ser conhecido como Rio Paraguai, percorrendo um trajeto de cerca de 2621 km até desaguar no rio Paraná. Dentro do território brasileiro, o rio Paraguai percorre cerca de 1693 km desde as nascentes até a desembocadura do Rio Apa. A navegabilidade do rio em terras do Brasil dá-se satisfatoriamente a partir de Cáceres (passando por Corumbá) até a foz do Rio Apa. Seu trajeto tem extensão total de cerca de 1323 km.

Seu trajeto no centro do Pantanal é tão sinuoso e como consequência a sua velocidade é tão lenta, que uma canoa solta em Cáceres demoraria cerca de seis meses para chegar ao Oceano Atlântico. O rio Paraguai é o principal curso de água da sub-bacia do rio Paraguai, parte da bacia hidrográfica do Rio da Prata, uma das bacias hidrográficas da América.

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