Campo Grande (MS) – Em 2020 as já tradicionais Oficiências, atividades científicas realizadas por estudantes e professores do grupo Arandu da UFMS em escolas de educação básica, serão realizadas virtualmente. A ação foi aprovada na seleção feita pela Universidade de ideias e projetos para o combate ao coronavirus.
“O acolhimento deve ser a principal característica em nossas atitudes neste momento, pois é um período de insegurança e ansiedade”, disse o professor Ivo Leite, coordenador do projeto. “Por meio de conversas queremos entender como está o dia a dia de cada um, como estão lidando com as ferramentas on-line e, a partir disso, subdividir em grupos conforme as afinidades”, informou Fernando Pereira, coordenador do Arandu.
Ainda segundo os coordenadores, as propostas vão auxiliar os alunos e professores no uso das tecnologias, auxiliar na produção de projetos científicos e realizar oficinas de assuntos diversificados. “Como nas Oficiências presenciais, vamos preparar as oficinas conforme a formação e conhecimento dos graduandos e pós-graduandos participantes do Arandu, agora mais voltadas às demandas identificadas por meio dessa interação. Se surgirem dúvidas sobre como montar uma justificativa para um trabalho de iniciação científica, por exemplo, faremos uma oficina específica sobre esse tema, se surgirem dúvidas em matérias como Química, vamos oferecer outra oficina sobre o assunto, e assim por diante”, afirmou o coordenador do Arandu.
O foco do projeto é também a saúde mental, promover atividades que ajudem nessa área. “Uma simples conversa ou alguma atividade que facilite a interação nas ferramentas virtuais, acreditamos ser de grande valia nessa questão. É um período de bastante ansiedade e queremos evitar o estresse coletivo, queremos contribuir com o que está ao nosso alcance”, falou Fernando.
As atividades devem ter início a partir desta semana com alunos e professores de escolas de todo o estado que participam do movimento da Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (Fetec-MS).
Para o estudante de Filosofia e integrante do Arandu, Allison Vicente Xavier Gonzalez manter as atividades da Oficiência agora virtualmente é uma ação de precaução, uma vez que por meio dela informações sobre o combate à Covid-19 podem ser repassadas e/ou reforçadas; e também de cuidado, pois “permite que as pessoas se ocupem, se cuidem fisica e psicologicamente, consigam talvez diminuir um pouco da ansiedade que tem se distribuído pelo Brasil”, disse. Allison conheceu o grupo justamente em uma Oficiência, em julho de 2018, e já participou de quatro edições presenciais. “Agora, já com mais experiência, esperamos que as Oficiências on-line possam chegar aos tantos alunos que estão em casa devido à situação de combate à Covid-19”, complementou.
O graduando em Física e também integrante do grupo, Rafael de Souza Flores lembrou de como foi a Oficiência realizada em Rio Brilhante (MS) no ano passado. “A experiência foi simplesmente incrível, sentir a curiosidade dos alunos nos olhos e nas perguntas sobre o que estávamos apresentando. Agora com atividades virtuais também está sendo interessante, porque é um formato novo. É um processo diferenciado, onde não teremos o contato direto com os alunos como seria na escola, mas espero que mesmo assim consigamos mostrar para eles o quão interessante a ciência é”, pontuou. Para o estudante, além de manter a divulgação da ciência, o projeto virtual irá mostrar aos alunos que estão amparados nesse período de combate à Covid-19, “que nós estamos aqui justamente pra ajudar nesse processo”, finalizou.
As atividades do Oficiência virtual devem ser realizadas diariamente, com alternância dos temas e dos participantes do Arandu, sob a orientação e com a participação dos coordenadores Ivo Leite e Fernando Pereira.
A Universidade lançou editais para contribuir no combate à Covid-19. Desde março recebe inscrições de ideias, ações e projetos de pesquisa, extensão e inovação relacionados ao enfrentamento do coronavírus. A submissão das propostas deve ser feita no Sistema de Gestão de Projetos (Sigproj) até 30 de junho. Podem participar servidores, estudantes e colaboradores cadastrados nos programas de pós-graduação da Universidade que tenham currículo cadastrado na plataforma Lattes.
Texto: Ariane Comineti – UFMS
