Vários passeios da região da Serra da Bodoquena estão interditados nesta terça-feira (16), incluindo o Balneário Municipal de Bonito e as cachoeiras da Boca a Onça, conhecidos mundialmente por suas belezas naturais.
O motivo são as fortes chuvas que tem atingido a região desde o final de semana. Conforme dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul) apenas nos 15 primeiros dias de maio já choveu o esperado para o mês inteiro e a previsão é de que as chuvas continuem até dia 21.
Em Bodoquena, apenas ontem (15) foram registrados mais de 100 milímetros, deixando várias ruas alagadas, estradas destruídas, pelo menos uma ponte danificada e moradores ilhados.
O atrativo Boca da Onça, onde está localizada a maior cachoeira do Estado com 156 metros de altura, foi interditado, assim como os demais localizados no Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
Em Bonito, a Gruta do Lago Azul, considerada o cartão postal da cidade, ficou interditada na segunda-feira e não recebeu visitantes nas primeiras horas do dia de hoje, sendo liberada apenas às 9 horas, quando o tempo firmou na cidade. Já o Balneário Municipal permanece fechado. O nível do Rio Formoso subiu tanto que invadiu o gramado do atrativo.
Vários passeios que margeiam o rio, como bote e flutuação, também estão fechados, já que a correnteza está muito forte e água turva. Segundo funcionários do Balneário, já o terceiro dia de interdição e ainda não há previsão de retornar as atividades, já que o rio está pelo menos 1, 5 metros acima do normal.
As estradas que dão acesso aos principais passeios da cidade, como a ‘Rodovia do Turismo’ também estão em condições precárias devido a chuva. Em alguns pontos os veículos de grande porte, como ônibus que levam os funcionários aos atrativos acabaram ficando presos no barro. O fato foi registrado por moradores e pelos próprios funcionários.
O secretário de Obras do Município, Ygor Lopes, informou que uma equipe da Prefeitura já está trabalhando no local e que conseguiu recuperar parte do trecho danificado.
Segundo a agente de viagens Roberta Andrade, se as chuvas derem uma trégua, em dois ou três dias a maioria dos atrativos da região devem voltar a funcionar normalmente.
Ela também destacou que apesar dos transtornos causados pelos alagamentos, a chuva não é vista como ‘vilã’ entre os trade turístico. “Na verdade essa chuva é importante, porque normaliza o nível dos rios antes da alta temporada”.
A cachoeira Boca da Onça por ser usada como exemplo, já que em abril deste ano ganhou repercussão nacional pelo pouquíssimo nível de água que caia dela, chegando a ser mencionado como uma possível seca da maior queda d’água de Mato Grosso do Sul.
Na ocasião o gerente de Turismo da Boca da Onça Ecotur, empresa que administra a atividade na propriedade rural onde está localizada a cachoeira, Ronni Gil de Queiroz, disse ao G1 que desde novembro do ano passado a escassez e a irregularidade das precipitações têm afetado não somente o atrativo, mas toda a região da Serra da Bodoquena.
Dados Oficiais
O histórico de chuvas para Bodoquena no mês de maio é 91.9 mm e para Bonito é de 113.5 mm, e até agora já foram registrados mais de 100 mm em cada cidade.
Ainda segundo o Cemtec, a partir do dia 22 as chuvas começam a dissipar na região com a chegada de uma frente fria, com temperaturas em torno de 12°C e 26 ºC.