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28 de abril de 2024 - 20:06

Representantes de diversas religiões se unem para falar de tolerância em MS

Católicos, anglicanos, pagãos, umbandistas, candomblecistas, ciganos, indígenas, todos juntos para falar de respeito à fé do semelhante. O encontro “Campo Grande veste branco contra a intolerância” foi um ato realizado na tarde de domingo (20) na praça Ary Coelho em Campo Grande, mas que provocou discussões positivas que, segundo os participantes, são a motivação para outras ações. Na hora do evento o clima era de alegria e confraternização: abraços, apertos de mão, sorrisos e empatia entre pessoas de crenças bem diversas. Hoje, os grupos de whatsapp revelavam mensagens de amor, paz e união, um propósito para o futuro.

A união entre pessoas de crenças diferentes em Campo Grande, vestindo branco pela paz. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)A união entre pessoas de crenças diferentes em Campo Grande, vestindo branco pela paz. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

A união entre pessoas de crenças diferentes em Campo Grande, vestindo branco pela paz. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

O encontro foi uma iniciativa da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil. De acordo com o Reverendo Hugo Sanchez, a igreja segue uma proposta de inclusão: “Nós temos essa cultura de incluir todo aquele que está à margem”, conta. Junto com a Anglicana, representantes de diversas religiões se uniram à causa e estavam representados no ato. O Reverendo explica que o Brasil vive um momento delicado, de polarizações, e nesse momento de tantas divisões, falar de união é mais do que necessário: ” Estamos divididos. Aqui em Campo Grande tem muita violência contra as religiões, especialmente as afro-brasileiras e os muçulmanos. Essas pessoas tem sofrido com a intolerância, os dados mostram que elas são agredidas, só em uma reunião descobrimos 5 agressões e nós não ficamos sabendo porque não elas não fazem denúncias” explica. “As religiões sofrem e não tem para quem recorrer”.

“A intolerância começa dentro das próprias famílias”

A situação descrita pelo Reverendo é o que a representante da Umbanda, Iyalorixá Janice de Iemanjá, lida o tempo todo: “O pessoal das religiões afro sofre bastante, jogam pedra no telhado, xingam por aí, a gente não pode sair de branco na rua porque é chamado de ‘macumbeiro’. Muitas vezes a intolerância começa dentro das próprias famílias, as pessoas não aceitam”. Janice também esteve no evento e apoia a iniciativa, como uma entre tantas outras atitudes que precisam ser tomadas: “Nós mostramos que todas as religiões podem ser unidas, pra acabar com esse negócio de intolerância, não precisa, não tem por quê. Nós fizemos um evento e nos apoiamos para mostrar para Campo Grande que podemos sim fazer um ato desses com responsabilidade e que acima de tudo, a gente se respeita. Precisamos respeitar a fé dos outros”, finaliza.

De mãos dadas pelo respeito à fé do outro. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)De mãos dadas pelo respeito à fé do outro. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

De mãos dadas pelo respeito à fé do outro. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

“As bruxas são vistas como más, o que é muito errado”

Entre os participantes estava Hugo Gondim, que é Druida. Ele é um dos fundadores da comunidade pagã sul-mato-grossense que compreende as religiões pagãs, neo-pagãs, animistas, politeístas e étnicas. São em média 300 pessoas em todo o Estado que fazem parte dessa comunidade, que não tem um espaço físico, os encontros são realizados em parques, perto da natureza. Hugo explica que por se tratarem de religiões que não são “Abraâmicas” (que são a princípio religiões monoteístas) e por realizarem seus rituais de culto na natureza, desde tempos muito antigos as religiões pagãs são mal interpretadas: “As bruxas são vistas como más por fazerem seus rituais, os pagãos como pessoas perigosas porque faziam sacrifícios. Foram perseguidos por muito tempo por uma interpretação errada, eles cultuavam os deuses que acreditavam ser responsáveis pelos fenômenos da natureza, mas esses ritos foram vistos por séculos como cultos ao demônio, o que é muito errado… Na nossa religião nem existe demônio!” explica.

Comunidade pagã foi com 8 representantes de diversas religiões. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)Comunidade pagã foi com 8 representantes de diversas religiões. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

Comunidade pagã foi com 8 representantes de diversas religiões. (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)

Chá das bruxas e hidromel

Hugo conta que eles foram convidados para participar do encontro e fizeram questão de levar um pouco da cultura pagã para dividir com os demais: “Levamos nossas vestimentas tradicionais, do druidismo, da bruxaria, da Wicca, e levamos algumas bebidas utilizadas em rituais como o “hidromel” (que os fãs da saga Harry Potter conhecem dos livros do bruxo), uma bebida nórdica que é uma espécie de vinho de mel: “É um mel fermentado que é considerado o ‘vinho dos deuses'”.

Além do hidromel, os pagãos também levaram uma bebida tradicional dos rituais conhecido como “chá das bruxas”: “É um chá encorpado feito com casca de laranja, cravo, canela, e nele se coloca intenções como por exemplo um novo amor, uma nova amizade, uma nova forma de ver a vida e algumas transformações do ser… Nesse por exemplo nós colocamos a intenção de tolerância, de paz… Teve uma irmã da igreja católica que provou o chá e adorou, pediu até a receita!” conta.
Sobre o evento, a opinião de Hugo foi a mesma que a equipe do G1 ouviu de todos os demais: “Foi muito bacana, muito positivo, a gente precisava disso pra falar de respeito, foi muito legal ver todas as formas de credo ali, juntas, unidas, em paz”. finaliza.

Abraço entre a freira e o druida: "Unidos e em paz" (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)Abraço entre a freira e o druida: "Unidos e em paz" (Foto: Alessandro Riquelme / Divulgação)
FONTE: g1.globo.com

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