O livro “Poética dos Bugres”, da pesquisadora Isabella Banducci Amizo, é fruto da dissertação de mestrado da autora, e aborda vários fatores que envolvem a principal criação artística de Conceição dos Bugres: a famosa escultura que leva seu nome.
“O bugrinho surgiu inicialmente como uma escultura feita na mandioca, e depois passou para a madeira. A obra é um ícone no estado, identificada como uma referência indígena, mas as pessoas não gostam de se identificar com a população indígena. Bugre é um termo pejorativo, a questão remete ao preconceito, a suposta igualdade não existe, fato verificado na demarcação de terras, nos conflitos com as populações indígenas”, analisou Amizo.
A pesquisadora afirmou que não tem como falar dos bugrinhos sem contar a história da artista que os idealizou.
“Conceição era uma dona de casa, que não teve educação formal, moradora do meio rural. Um dia ela visualizou, em um pedaço de mandioca, uma figura humana, e decidiu fazer os bugrinhos. Como era um material perecível, da mandioca a artista começou a esculpir na madeira”, relatou.
Segundo Isabella o trabalho de Conceição adquiriu uma condição peculiar. “As obras dos artistas são únicas, mas no caso dos bugrinhos eles têm uma continuidade, virou uma tradição familiar. As esculturas continuaram a ser produzidas após a morte de Conceição, primeiro pelo marido e depois pelo neto Mariano”, explicou.
Serviço – O livro “Poética dos Bugres” será lançado nesta quinta-feira (31/01), às 19h30, no Sesc Cultura, que fica na avenida Afonso Pena, 2270, centro.
Bom Dia Campo Grande – programa da 104.7 FM veiculado de segunda à sexta-feira, das 7h às 8h, na rádio e no portal da educativa. Apresentação: Anderson Barão e Maristela Cantadori. Produção: Livia Machado e Eliane Costa. Coordenação: Rose Rodrigues.
