“O governo não lavou as mãos, foi pró-ativo no momento certo e comprou uma briga jurídica ao assumir a responsabilidade de um problema estrutural, em apoio a um dos principais segmentos de Mato Grosso do Sul, que é o turismo”, afirmou Rodrigo Coinete, presidente do Bonito Convention & Visitors Bureau, ao comentar a decisão do Estado de intervir administrativamente no aeroporto regional do município.
A medida tomada no último dia 13, por meio do decreto nº 14.563, recebeu apoio unânime do trade turístico do principal destino do Estado. A intervenção por 180 dias interrompe temporariamente a concessão do serviço público de administração, operacionalização e manutenção do aeródromo por descumprimento contratual. A falta de manutenção da pista de pouso e decolagem colocava em risco a segurança dos usuários e poderia acarretar no fechamento do aeroporto.
Segundo Coinete, a atitude firme do governo estadual foi oportuna e necessária para garantir a sustentabilidade de uma das principais economias do Estado, que tem no transporte aéreo uma de suas principais ferramentas para garantir alta ocupação. “O governo tem demonstrado ser um grande parceiro e acreditar no turismo, gerando satisfação no empresariado em um momento essencial, onde estávamos na iminência de suspensão dos voos”, ressaltou.
Caos econômico
Para a gerente do Marruá Hotel, Tânia Van der Sand, o trade turístico de Bonito é grato ao governador Reinaldo Azambuja não apenas pela tomada de decisão em relação ao aeroporto, mas pelos investimentos carreados para o município e os incentivos fiscais às empresas aéreas, cujo benefício ampliará de três para cinco o número de voos semanais ao município a partir de outubro. “O governo (estadual) só nos tem fortalecido e a questão do aeroporto é exemplo desse comprometimento”, disse.
Tânia acrescentou que as obras emergenciais na pista do aeroporto, executadas pela secretaria estadual de Infraestrutura (Seinfra) com o decreto da intervenção em vigor, garantiram voos em um período crucial para o turismo de Bonito, de alta temporada, que se prolonga até abril. O fechamento do aeródromo, na avaliação do diretor do Zagaia Eco Resort, Guilherme Poli, causaria um caos econômico a um segmento já afetado pela crise.
“Vivemos um momento crítico com a retração econômica do País e a paralisação dos voos para Bonito teria um impacto negativo muito forte, além do desgaste da imagem do destino, que demoramos muito a conquistar”, ponderou o empresário. Para ele, o Estado foi energético e agiu no momento certo ao intervir administrativa no aeroporto para proteger o segmento. “O aeroporto hoje agrega ao produto Bonito e também atrai novos investimentos”, apontou.
Texto: Silvio Andrade
Fotos: Edemir Rodrigues/Subcom
