
As estradas vicinais são aquelas vias que não possuem revestimento asfáltico. Sua superfície é revestida pelo material natural da própria região, como a terra. A malha rodoviária estadual de Mato Grosso do Sul é composta de 145 rodovias, com uma extensão total de 15.413 km, sendo 1,6 mil de vias planejadas, 5,1 mil de rodovias pavimentadas e 8,6 mil de rodovias não pavimentadas.
O Programa Tá na Rua desta semana aborda a importância das estradas vicinais e as medidas de seguranças que devem ser adotadas nestas vias. Confira: É nesta quarta, às 21h30, na Rede E canal 4.1.
Confira:
As estradas vicinais são importantes para o escoamento de mercadorias e serviços dos grandes centros para a zona rural de municípios e costumam ser aproveitadas de trilhas e caminhos previamente existentes. No entanto, apesar de possuírem aspecto diferente das rodovias pavimentadas, as não pavimentadas seguem a mesma legislação de trânsito. O comandante da Polícia Militar Rodoviária, Maxuel Hermes explica que a dificuldade de fiscalização nestes locais exige atenção redobrada dos motoristas.
“Esses locais são os locais mais longínquos, então o próprio deslocamento da viatura torna-se muito custoso. Dependemos muito da educação e da conscientização do motorista, não é questão de tranquilidade e sim tem que redobrar a atenção em virtude do problema que é conduzir veículo em um pavimento que muitas vezes tem cascalho, areia ou lama”.
Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), apenas 12,3% da extensão rodoviária nacional possui pavimento asfáltico, o que corresponde a 25 km de rodovias pavimentadas para cada 1.000 km² de área. O Centro-Oeste possui o segundo menor percentual de infraestrutura rodoviária pavimentada, com 17,6% de sua extensão.
O presidente da Associação de Recuperação, Conservação e Preservação da Bacia Guariroba em Campo Grande (ARCP Guariroba), Claudinei Pecois, ressalta que a condução segura nas estradas vicinais é essencial não apenas para os condutores, mas também para a fauna que vive em torno das vias.
“Quando saímos do asfalto, as pessoas já deixam de usar o cinto, já colocam uma velocidade maior do que a área permite. A pessoa tem que ter cuidado, andar com cinto de segurança e com velocidade controlada, porque os animais passam na frente dos veículos e você pode não ter tempo de desviar”.
Apesar de estarem localizadas em sua maioria longe dos grandes centros urbanos, as estradas vicinais são uma alternativa para quem busca tranquilidade, longe do barulho do trânsito. O advogado João Vitor do Vale trocou os bairros centrais de Campo Grande pela Chácara dos Poderes e frisa a importância da atenção redobrada ao conduzir neste tipo de via.
“Tem que andar na velocidade 30km, uma velocidade segura, atenção com muitos buracos, muita trepidação, e parte com muita terra, quando está seco fica muito fofa e em época de chuva, aí os buracos e valas começam a aparecer”.

A jornalista e escritora Lu Tanno possui uma pequena propriedade em Campo Grande e dirigir nas estradas vicinais faz parte de sua rotina nos finais de semana. A comunicadora relata que já presenciou diversos acidentes ao longo dos anos, consequência da imprudência dos condutores.
“Falta sim um pouco de consciência por parte dos motoristas, de obedecer o limite de velocidade, de obedecer o que a estrada permite. Porque é uma estrada numa serra e estreita, você precisa ter vários cuidados, além da natureza em si mas com outros motoristas”.

Tá na Rua
O Programa Tá Na Rua vai ao ar no canal 4.1 toda quarta-feira, às 21h30, com reexibição aos sábados, às 13h15, com apresentação de Priscila Trauer e Marie Santana.
O programa também pode ser assistido no canal do YouTube da Rede E.
Foto destaque: Chico Ribeiro