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19 de abril de 2024 - 18:32

Rochas coletadas em Gruta de Bonito ajudam a traçar a história das chuvas no Brasil

Um trabalho realizado pelo físico Valdir Felipe Novello e o geólogo e professor Francisco William Cruz, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) e publicado em artigo no Geophysical Research Journal, ajuda a entender 2 mil anos de história das chuvas no Brasil e tem como fonte de pesquisa, materiais coletados na Gruta Jaraguá, em Bonito, interior de Mato Grosso do Sul. Conforme reportagem divulgada pela revista online Exame, o novo estudo mostra que, nos séculos 17 e 18, o clima do sudoeste do Brasil era mais úmido que o atual, ao mesmo tempo, que o clima do Brasil do Nordeste era mais seco.

Segundo o estudo, as rochas recolhidas das cavernas brasileiras revelaram que entre os anos 900 e 1100, durante a chamada Anomalia Climática Medieval – período em que o clima no hemisfério Norte era mais quente do que o atual –, o clima era mais seco no Brasil e são as primeiras evidências a constatar uma relação entre as mudanças climáticas observadas durante a Pequena Era do Gelo e a Anomalia Climática Medieval no hemisfério Norte e alterações no padrão de chuvas sobre a América do Sul.

Conforme os pesquisadores, as amostras coletadas na gruta de Bonito sugerem um clima levemente úmido no território do Brasil central entre os anos 400 e 1400. Depois de 1400, os valores do oxigênio 18 nas amostras da gruta Jaraguá começam a declinar até 1770, sinalizando o aumento da umidade durante o período, que corresponde à Pequena Idade do Gelo no hemisfério Norte. Posteriormente, a tendência é invertida e os valores aumentam novamente até 1950, sinalizando a queda da umidade desde então.

“Os dados dos espeleotemas de Bonito, quando associados a dados paleoclimáticos peruanos conhecidos, indicam que, durante a Pequena Era do Gelo, a Zona de Convergência do Atlântico Sul estacionava com maior frequência mais a sudoeste, sobre uma faixa de terra que vai do Peru até São Paulo, passando pelo Mato Grosso do Sul”, explicou o físico Novello.

Resumindo, os registros dos espeleotemas investigados por Novello e por Cruz indicam que, durante o período de clima mais quente no hemisfério Norte (a Anomalia Climática Medieval), o clima por aqui era mais seco, e que durante a Pequena Era do Gelo do hemisfério Norte o clima no sudoeste do Brasil era mais úmido, enquanto no Brasil central e no Nordeste eram mais secos. “Quando comparamos nossos dados com outros dados isotópicos da América do Sul, verificamos a existência de outros períodos mais secos no passado. A chuva não foi muito bem distribuída nos últimos 1600 anos”, disse Cruz.

Rochas das grutas de São Bernardo e São Mateus, localizadas no Parque Estadual de Terra Ronca, em Goiás, também embasaram a pesquisa.

Com informações de Exame.

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