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23 de abril de 2024 - 08:30

Produção independente “Xanya e as Draguerreiras” grava nos estúdios da TVE Cultura

Registro do 2º dia de gravação. (foto: Daniel Rockenbach)

O seriado independente “Xanya e as Draguerreiras” gravou nos dias 3 e 4 de janeiro nos estúdios da TVE Cultura parte dos episódios que compõem a primeira temporada da série que é disponibilizada online aos espectadores. A gravação é uma parceria dos produtores do seriado com a Fertel (Fundação Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul) que cederam o espaço da fundação e os estúdios para a equipe.

De acordo com o diretor-presidente da Fertel, Bosco Martins, “As parcerias são uma prioridade com o governador Reinaldo Azambuja. Nossos estúdios estão abertos para todo o tipo de produção regional, todos são bem-vindos e convidados a usar a instalações. Nosso intento é fomentar a cultura e o povo do Mato Grosso do Sul.”

O seriado “Xanya e as Draguerreiras” começou por iniciativa de Thiago Silva, Guilherme Silva e Pamella Yule que, ao participarem de um concurso de uma loja cuja premiação era uma peruca e um kit de maquiagem, criaram a personagem que dá nome à série. “Xanya é irreverente e discute a diversidade e as questões LGBT de uma forma descontraída mas engajada”, conta Pamella.

No primeiro dia de gravação, preparando a cena. (foto: Daniel Rockenbach)

Na história Juca, interpretado por Guilherme, vai morar na cidade grande, Campus Imensus – uma paródia de Campo Grande –, e se depara com situações de homofobia, racismo, transfobia, machismo e outros tipos de preconceitos. Ele é um jovem alegre, nerd, que também se monta de drag. Um dia recebe a benção da mentora das drags Maria Quitéria, ganha superpoderes para combater as opressões sofridas pelas minorias sociais.

Com pegada trash e recheada de humor, essa primeira parte da saga, intitulada Xanya, acabou ficando sem o prêmio da loja, pois o vídeo acabou passando do tempo permitido por três segundos. A recompensa veio quando participaram do MAD (Mostra Audiovisual de Dourados) em 2016. Por lá o vídeo fez bastante sucesso, garantindo o 2º lugar na categoria Trash daquele ano. Em 2017, com Xanya 2, a equipe angariou novamente o 2º lugar da categoria Trash do MAD e o 1º lugar do Júri Popular. “Este sucesso nos deu gás para continuar”, afirma o diretor e um dos criadores da série Thiago Silva.

Depois disso gravaram o piloto da série, que foi lançado em julho de 2018, intitulado Maquiagem. O trio até tentou angariar fundos para fazer o resto da temporada, que deve ter 13 episódios no total, através de um edital da Ancine, mas acabaram não conseguindo.

Mesmo assim decidiram continuar com o projeto e gravar seis episódios entre dezembro e janeiro, para mostrar que estão produzindo e tentar vender o produto para alguma rede de televisão ou até um canal de streaming, já que no momento tudo é feito de maneira independente.

“Queremos mostrar que temos um produto que vale a pena, fala de diversas coisas. É humorístico, linguagem de fácil acesso e que as pessoas gostam, é caricata, nos baseamos muito em séries como Power Ranger, Sailor Moon e outros desenhos de luta que todo mundo gosta. Os personagens já cativaram o público. Queremos finalizar os 7 primeiros para vender e fazer mais 6 episódios, concluindo a primeira temporada”, explica Thiago.

 

Pegada social

 

A produtora Pamella Yule e a cinegrafista Larissa Anzoategui discutem o posicionamento das câmeras. (foto: Daniel Rockenbach)

A série aborda temas ligados ao preconceito. “Pouquíssimas produções falam desses temas, quando fazemos isso a aceitação do público é imediata, então sabemos estamos produzindo algo bacana”, reflete o diretor. Cada uma das draguerreiras tem um poder específico. Xanya, alter ego de Juca (Guilherme Silva), é alegre e colorida, seu poder vem da ferveção das baladas LGBTQs. Um de seus poderes é o Laço Sem-Vergonha e ela não sabe lutar corpo a corpo. A personagem é uma abertura para questionamentos sobre a diversidade de gênero e identidade presente na série, seus golpes são baseados em maquiagens de sua caixa. Ela é a líder das draguerreiras.

Já Maria (Nelly Stefany), tem vergonha de seu corpo e esconde-se atrás de roupas largas. Sua família representa a multiplicidade cultural presente no Brasil, como sua mãe angolana, seu avô japonês, sua tia indiana, tio italiano, primo chileno, etc. Ela se torna Mariah Scary, draguerreira com poder que vem do espírito da Santa Carminha, santa de Campus Imensus, e de outras mulheres que sofreram abusos e se vingaram. Ela sabe lutar corpo a corpo, possui a maior força entre as draguerreiras, além de possuir veneno nas unhas.

A terceira draguerreira é Black Card, alter ego de Neto (Wagner Torres). Ele foi criado por uma família rica e tem um certo ar esnobe. Quando se transforma é uma draguerreira fina e elegante, cujo poder vem de ser cartão com bandeira black ckard, sendo capaz de invocar aquilo que seu cartão comprou. Apesar do ar esnobe, representa o valor dos trabalhadores, “pelo poder do capital, maquiagem!” e, no decorrer da série, irá aprofundar seus discursos em relação ao consumo, mercado e relações de trabalho.

Para colaborar com o projeto, doações são aceitas na página do crowdfunding no Catarse.

Juntas elas combatem as opressões que acontecem em Campus Imensus. “Não estamos fazendo algo de maneira chata, educativa. Nós ridicularizamos essas situações, damos alfinetadas, deixamos estereótipos que vimos e vivemos diariamente, de certa forma caricatos, para que assim possamos empoderar pessoas” pontua Thiago.

“Nós abordamos assuntos relacionados a toda sociedade, principalmente a brasileira, por isso trazemos questionamentos para além do universo LGBTQ. Além das questões mostradas na história, quase toda a produção faz parte do universo LGBTQ. Não é só se ver na tela, também queremos nos ver produzindo”, conclui Thiago.

A finalização das gravações deve acontecer no fim da primeira quinzena de janeiro. Após o diretor começará a editar os capítulos, que serão postados um a cada sábado à partir do meio de março. Os criadores abriram um crowndfunding virtual para arrecadar dinheiro para a produção. Quem quiser fazer uma doação basta acessar o link. Os episódios do projeto são disponibilizados no YouTube, no canal “Xanya e as Draguerreiras”. Confira a seguir o primeiro episódio da série, “Maquiagem”:

 

 

Abaixo o registro das gravações nos dias 3 e 4 nos estúdios da TVE Cultura na Fertel.

 

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