Para que a população seja atendida de forma criteriosa e segura na Caravana da Saúde, que chegou a Campo Grande e região, os mais rígidos protocolos de limpeza e esterilização de equipamentos e instrumentais são adotados diariamente e a cada atendimento. Esses cuidados garantem a integridade dos pacientes e ainda despertam nos usuários a confiança do bom atendimento.
Emocionado, o aposentado Celso Firmino aguardava, na manha desta sábado (14), pela cirurgia de catarata. O ex-caminhoneiro falou da esperança na Caravana da Saúde e na grandiosidade do programa criado pelo Governo do Estado. Como outros pacientes, ele disse confiar nos procedimentos de higienização e nos profissionais que trabalham na Caravana.
“Mesmo não conhecendo, a gente se sente seguro em fazer a cirurgia de catarata. Eu estava esperando uma consulta no São Julião faz muito tempo. Esse é um projeto fantástico, grandioso. Nunca via nada parecido com isso. Tomara que outros estados copiem essa ação”, afirmou ele. Com os olhos cheios d’água, seu Celso subiu as escadas do centro cirúrgico e não disfarçou a emoção. “Meu coração está a mil por hora. Estou feliz demais. Agradeço muito por essa oportunidade”.
Processo criterioso
O que tranquilizou e transmitiu confiança ao aposentado Celso é o processo longo e criterioso de esterilização dos aparelhos. Em cada uma das três carretas de oftalmologia uma equipe da Central de Material e Esterilização (CME) utiliza máquinas, como a autoclave, e produtos de última geração para assegurar a limpeza dos instrumentais. O trabalho, que começa com a assepsia do ambiente, passa por outras etapas que incluem testes, inclusive o de detecção de resíduos.
O primeiro passo é o teste biológico feito nas autoclaves antes mesmo delas serem utilizadas. “A autoclave esteriliza o material usado nas cirurgias. Realizamos um teste que vai mostrar se o equipamento esta funcionando devidamente”, explicou o coordenador do Centro Cirúrgico, Crystian Wheslei.

Ao fim de cada cirurgia, o instrumental é lavado com detergente hospitalar e em seguida colocado na Lavadora Ultrassônica que completa a higienização. “Quando o material sai da Ultrassônica, onde fica cerca de cinco minutos, ele ainda passa por um novo teste, o de detecção de resíduos, para saber se foi bem lavado. É um teste que detecta resíduos de proteína originários de sangue ou tecidos humanos. Se acusar ineficiência na lavagem, o material deverá ser lavado novamente”, disse Crystian.
Depois deste processo, o material será seco em compressas estéreis e embalado em papel de grau cirúrgico para ser colocado na autoclave. Apesar dessa longa fase de descontaminação, outros dois testes irão certificar que os instrumentos podem ser usados em um próximo paciente, como explicou o coordenador.
“Aplicamos outros dois testes, o físico, que é uma fita, e o químico, que possui um identificador de temperatura. Esses testes vão juntos com o material embalado, dentro da autoclave. Quando o ciclo da autoclave, que dura uma hora, terminar verificamos se houve alguma falha nesses dois testes. Se isso acontecer, o material não segue para a equipe médica e será esterilizado mais uma vez”.
Segundo Crystian, muitos hospitais utilizam apenas o teste físico ou químico para comprovar a perfeita esterilização do material. “No entanto, para não termos nenhum tipo de problema fazemos os dois testes, o físico e o químico, e ainda o biológico, feito na autoclave antes de ser usada. Assim garantimos 100% da limpeza e higienização daquilo que fica diretamente em contato com o paciente”.
“É fundamental que todos os instrumentais usados no paciente passem por esse processo de esterilização. Desta forma, livramos o material de todas as bactérias que podem causar infecção”, disse o médico David Infante, um dos coordenadores da Caravana.
Feliz, após sair da cirurgia de catarata , Luiz Carlos Olvelar, 73 anos, afirmou que o “atendimento especial” faz a diferença em todo o processo. “Eu observei lá dentro tudo muito limpo e o atendimento foi muito bom”, disse Luiz.
Texto: Luciana Brazil. Fotos: Jéssica Barbosa e João Garrigó.