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16 de abril de 2024 - 04:33

Pessoas de todas as idades e cosplayers conferiram os mangás que agora são do acervo da Biblioteca Isaias Paim

Esse fim de semana, a manhã de sábado (19.02.2022), foi muito especial na Biblioteca Estadual Dr. Isaias Paim: foi apresentado para a população o acervo de mil mangás que a Biblioteca recebeu da Fundação Japão, em São Paulo.

Adultos, crianças, pessoas de todas as idades e animados cosplayers vieram conferir estas lindas histórias que contam um pouco da cultura japonesa.

Eduardo Ramos, de 11 anos, veio com sua mãe para conferir se os mangás são legais mesmo de se ler. “Eu vim aqui ver uns mangás legais para ver se eu gosto de algum para conseguir começar a ler. Eu comecei recentemente a ver animes, mangás, e estou gostando. Eu gosto muito das histórias, dos desenhos, é muito legal o que eles proporcionam. Eu desenho de vez em quando mangás, mas ainda não estão muito bons. Mas eu estou conseguindo sentir que os traços estão melhorando”.

Enir Amarilha e o esposo, Jaime Luiz Albino, são um exemplo de que os mangás alegram também a terceira idade: “Eu me interesso bastante pela cultura do mundo, em especial do Japão, e como foi um presente especial para o Brasil, para Campo Grande, eu fiquei louca para ver. E as crianças, os mocinhos também gostam de cosplay, e eu acho fantástica esta vivência de ilusão, porque acrescenta muito na pessoa deles. Meu neto, mesmo, que estava dormindo agora, eu passei o recado para ele vir porque ele tem todas essas capas aí, essas coisas de cosplay, e minha neta adora desenhar olho redondinho, pessoas com chifre, aquelas costelas sobrepostas, e eles adoram isso. Geralmente as histórias são boas, não muito reais, mas o real sonhado, que nos leva a ver essas figuras diferenciadas, que foram modificadas, como híbridos, pessoas com chifres, os dragões, os mutantes, e o olhinho deles assim, sempre alertas, me fascina isso”, diz Enir.

A coordenadora da Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim, Eleuzina Crisanto de Lima,, explica que os mangás foram um presente. “A Fundação Japão, em São Paulo, entrou em contato conosco em agosto de 2021 falando que a Biblioteca estava concorrendo a um acervo de mangás vindo direto do Japão. O pré-requisito para receber os mangás seriam as ações sociais com a população que a Biblioteca estava fazendo. Aí, em outubro, eles me ligaram novamente falando que a Biblioteca havia ganhado esse acervo de mangás. Pediram para agendar uma data de entrega, agendei para fevereiro, e daí chegaram no aeroporto para a Biblioteca. Nós recebemos a lista, conferimos um a um. É um acervo diferente para a biblioteca, a leitura é de trás para frente. Eu como bibliotecária era leiga neste tipo de literatura, achava que era só para entretenimento. Hoje eu vejo que é para conhecimento, tem a história do Japão, é bem interessante”.

Eleuzina diz que o projeto foi feito para estreitar laços de amizade entre o Brasil e o Japão: “Eles usaram a literatura para estreitar esses laços. Achei muito valioso pois eles poderiam estar fazendo isso por meio da gastronomia, por exemplo, mas eles usaram a literatura. É de uma grande importância para nosso Estado, para nossa cidade, há vários adeptos de mangás que nós vamos receber. Hoje estamos atendendo Campo Grande, posteriormente poderemos atender o interior, via festivais, nós estamos muito felizes com o sucesso que é este acervo. Como são coleções, não podemos disponibilizar para levar para casa, é somente para consulta local, na Biblioteca”.

Alex Moon, uma das cosplayers presentes na Biblioteca nesta manhã, disse que gosta bastante da cultura japonesa: “Eu acho incrível os mangás, teve uns que eu chorei lendo. Esse daqui [Your Name] representa almas gêmeas separadas. Eles estão sempre ligados por algo, porém em tempos diferentes, porque existe uma troca de corpo, eles trocam em três anos”, explica Alex.

A servidora pública federal Mabel Valverde, de 41 anos, sempre quis fazer cosplay mas antes, na infância e adolescência, ela não sabia nem o nome dessa atividade. “Eu era adolescente, inclusive eu ganhei uma bota que a minha irmã me deu quando eu tinha 15 anos, que um dia eu queria fazer uma das ‘Sailers’, que era um anime de garotas mágicas chamado ‘Sailor Moon’. Eu comecei  a ter acesso ao cosplay por volta de 2004 quando os eventos começaram a ficar mais famosos aqui em Campo Grande, mas o primeiro cosplay que eu fiz foi em 2009”.

Mabel disse que começou gostando de anime, desde os dois aninhos de idade, e depois, quando vieram os mangás aqui para o Brasil, ela ficou curiosa para ver como eram as histórias, se a história era igual, como eram os traços dos desenhos. “Eu me encantei. Eu me apaixonei pelos mangás, muitas vezes eu gosto mais das histórias dos mangás do que dos animes, porque eles fazem adaptações, e eu também aprendo muito lendo mangá porque eu acabo observando como são os traços, os desenhos, para eu aprender a desenhar também, melhorar o meu desenho. Mangá eu leio tanto por diversão, por eu gostar da história, e também para eu aprender a desenhar também. Eu desenho e crio minhas histórias desde os 15 anos. Estou estudando ainda o desenho, ainda tenho muito que aprimorar. Agora estou me dedicando bastante aos desenhos. Coloquei uma historinha no meu Instagram. É um trabalho incrível e você caba se divertindo”.

“Eu pretendo visitar e colaborar com o acervo porque eu tenho alguns números lá em casa sobrando, e foi uma ótima oportunidade de divulgar essa cultura do mangá, eu acho maravilhoso esse mundo, e saber que outras pessoas vão ter oportunidade de conhecer isso é muito bom. Quando mais as pessoas tiverem oportunidade de entrar nesse mundo que a gente tanto gosta, para mim é ótimo”, finaliza Mabel.

Dentro do acervo que a biblioteca recebeu existem mangás cujo valor de mercado chega a 500, 600 reais. Há histórias que falam do Japão pós-guerra, do artista visual Okunsai, que fez o desenho da grande onda e que inspirou Van Gogh e vários outros artistas – vai estar na moeda japonesa em 2024, mangás de filmes, como os “Sete Samurais”, de Akira Kurosawa, e até a Bíblia Sagrada em formato de mangá. A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim funciona de segunda a sexta, das 8 horas às 17h30, não fecha para almoço. Adultos, crianças, pessoas de todas as idades e também cosplayers são bem-vindos!

Fotos: Daniel Reino

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