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25 de abril de 2024 - 18:51

Pai assumiu guarda, depois de saber por telefone que ex devolveu filho adotivo

De costas, a filha mais velha de 12 anos, o pai de 35 e o irmão de 10. (Foto: Fernando Antunes)
De costas, a filha mais velha de 12 anos, o pai de 35 e o irmão de 10. (Foto: Fernando Antunes)

O vidraceiro de 35 anos sempre soube que adotaria uma criança. Após longo processo, quando ainda era casado, sentiu a felicidade de abraçar o filho que chegou aos 5 anos de idade. Depois veio a separação e a surpresa: ele soube pelo telefone que a ex-mulher havia devolvido o menino à Justiça. Começou então a luta pela guarda do garoto, mas o pai foi ainda mais longe, adotou também a irmã do menino e hoje os 3 são uma família.

Os personagens dessa história não podem ser identificados, nem pai e nem filhos. A irmã mais velha tem 12 anos e o caçula 10. Depois de sofrerem maus-tratos pela família biológica, os dois e mais quatro irmãos foram encaminhados pela Vara da Infância e Juventude aos abrigos para adoção.

O menino foi quem chegou primeiro à casa do vidraceiro, que diz ter sentido um amor incondicional assim que encontrou o garoto. “Quando as assistentes sociais me mostraram ele por foto, nem precisei ver outras crianças. Parece  um amor à primeira vista. Senti que ele era meu filho”, conta o pai.

Pai guarda com carinho os álbuns que chegaram junto com os filhos.
Pai guarda com carinho os álbuns que chegaram junto com os filhos.

Depois da adoção vieram as dificuldades no casamento. “Como todo casal, surgiram brigas e ciúmes, mas no meu caso ela não queria que ele se aproximasse de mim, eu sentia isso”, diz.

Na separação, a ex-mulher fez questão de ficar com o menino. “Nos separamos, mas sem muitas divergências, então achei que não tivesse problema ele ficar com ela, mas sempre deixei claro que meu sonho era que ele morasse comigo”.

O contato com o filho foi mantido até que em uma terça-feira de maio do ano passado, o pai recebeu uma ligação inesperada do Núcleo de Adoção da Vara da Infância e Juventude. “Foi quando eu soube que ela tinha ido até lá para devolver meu menino, assim do nada, sem muitas explicações. Ela só não queria mais”.

O filho não chegou a ser entregue ao abrigo e em poucos dias voltou para os braços do pai. “A ligação foi numa terça e na sexta-feira eu peguei ele de volta. Foi um alívio”.

A relação dentro de casa ia bem quando o pai percebeu uma mudança no comportamento do garoto. Durante uma conversa, o menino revelou a tristeza. “Ele me disse que queria ficar ao lado da irmã que ainda estava no abrigo. Os outros irmãos também foram adotados, mas a família não permite contato”.

Sei que eles só precisam de amor. (Foto: Fernando Antunes)
“Sei que eles só precisam de amor”. (Foto: Fernando Antunes)

O pai lembrou que havia conhecido a irmã do filho, mas à época não tinha escolhido ter dois filhos. “Eu sabia que queria ser pai de uma criança, não era nossa escolha. Mas quando ele me falou pensei que seria possível”.

Foi então que voltou ao Fórum para falar da sua situação emocional e financeira para a possibilidade de adotar outra criança. Para sua surpresa, o pai ouviu sim do Núcleo de Adoção e três meses depois, a filha mais velha passou pela porta de casa. “Foi uma alegria para ele e toda nossa família. Tenho muitos sobrinhos e minha mãe foi quem se propôs a me ajudar a cuidar deles”.

Diferente do irmão, a menina é quietinha e tímida, mas não deixa esconder o sorriso de estar em uma nova família. “Para ela ainda é difícil, porque foi devolvida duas vezes ao abrigo, então por isso é mais reservada. Mas aos poucos ela vai se adaptando”.

O desejo é que um dia, os dois o chamem de pai. “Por enquanto só ele me chama de pai, ela me chama de tio. Mas eu deixo claro que o amor que a gente sente é o mesmo e sei que ela só precisa de tempo“.

O juizado continua o acompanhamento com a família e agora a guarda definitiva está com o pai. Os três vivem em casa simples do bairro Zé Pereira com a avó e o quintal até parece mais alegre com a criançada correndo de um lado para o outro.

Para quem quase viveu o desespero de ter o filho devolvido, ver o sorriso de duas crianças para o pai é resumo da felicidade. “Até me emociono porque muita gente não entende. Me chamam de louco por ter uma vida simples e adotar duas crianças.  Dizem coisas terríveis de filho que mata pai depois que cresce, mas eu não acredito em nada disso, sei que eles só precisam de amor”.

FONTE: Campo Grande News

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