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29 de março de 2024 - 09:29

O Assunto é Cinema – Ridley Scott volta aos épicos em grande estilo

Jodie Comer é o grande destaque do filme “O Último Duelo” de Ridley Scott. (foto: divulgação)

 

Ridley Scott retoma a época medieval com “O Último Duelo”, produção de 2021 que adapta o livro homônimo de Eric Jager e está disponível no serviço de streaming Star+. Baseado em fatos reais, o filme conta a história do duelo entre o cavaleiro Jean de Carrouges contra o escudeiro Jacques Le Gris como desfecho do julgamento em que Jacques é acusado de estupro pela esposa de Jean, Marguerite, em 1386. O longa é dividido em quatro atos onde as três primeiras partes dão conta dos depoimentos dos personagens culminando no duelo do título.

Matt Damon interpreta Jean de Carrouges, o cavaleiro que inicia o longa com sua versão dos fatos. Uma narrativa com feitos de bravura que nunca são devidamente reconhecidos ou recompensados pelo Conde Pierre d’Alençon, interpretado por Ben Afleck, e que sempre favorece seu rival, Jacques Le Gris. Adam Driver atua como Le Gris que conta sua versão da história destacando seu valor em combate, sua dedicação ao conde e a lealdade não reconhecida pelo amigo de Carrouges.

Jodie Comer interpreta Marguerite de Carrouges cujo estupro por Jacques Le Gris é eclipsado pela rivalidade entre Jean e Jacques. O depoimento de Marguerite é o ponto alto do filme que retrata como a sociedade patriarcal ignora as mulheres até mesmo quando elas são as vítimas. A notável atuação de Jodie Comer destaca o quanto a rivalidade entre Jean e Jacques é fruto do orgulho ferido de Jean e da ambição de Jacques e que ela é tratada apenas como mais uma peça no conflito.

Confira o trailer do filme “O Último Duelo”:

 

 

 

Análise

O roteiro escrito por Nicole Holefcner, Matt Damon e Ben Afleck assume os riscos de entrar em um debate extremamente delicado para as mulheres – a cultura do estupro. A estrutura do filme é competente na construção do drama e dos personagens que retratam a realidade mesquinha do patriarcado da época a ponto de deixar o espectador perturbado em vários momentos do longa.

Ridley Scott mantém a obsessão com a estética já vista em seu longa “Cruzada” em que retratou o período das cruzadas, conflito que se inicia poucos anos depois do duelo retratado aqui. O apuro técnico com os cenários, roupas e acessórios da época impressiona tanto quanto a então inacabada catedral de Notre Dame que aparece em um dado momento do filme. Não há como não deixar de reparar na riqueza de detalhes e no cuidado com a retratação do período histórico.

A narrativa fica um pouco truncada com a estrutura dos atos dividida nos depoimentos de cada personagem. O começo pode soar confuso para o espectador já que a ação é intensa e os acontecimentos se sucedem sem que haja uma representação da passagem do tempo, mas essa impressão passa logo que começam as outras versões dos acontecimentos.

A trilha de Harry Gregson-Williams é mais intimista que épica e isso ajuda na construção do drama que se desenvolve a cada depoimento. Isso fica evidente no desfecho amargo do longa que poderia soar épico, mas deixa uma sensação incômoda no público. “O Último Duelo” é prova de que temas delicados como o estupro infelizmente seguem atuais.

 

Nota 9
  • Análise escrita por Daniel Rockenbach, colaborador do programa O Assunto é Cinema.

 

A resenha de “O Último Duelo” foi ao ar no dia três de fevereiro durante o programa O Assunto é Cinema na Educativa 104.7 FM. Você pode conferir o programa em formato podcast no Spotify da Rede Educativa MS:

Sintonize – O programa o Assunto é Cinema traz a trilha sonora da sétima arte para as ondas do rádio, e vai ao ar às quintas-feiras, das 22h às 00h, na Educativa 104.7 FM. Produzido e apresentado por Clayton Sales, o Assunto é Cinema pode ser acompanhado pelo Portal da Educativa ou em formato podcast no Spotify da Rede Educativa MS. Siga o programa nas redes sociais: facebook / instagram

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