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15 de outubro de 2024 - 08:07

Neva em Portugal? Sim! Conheça a divertida Serra da Estrela

O tapete branco de neve e as pistas de esqui podem parecer de uma paisagem da Áustria ou Suíça, mas, não: fica em Portugal. Nem sempre uma prioridade para os turistas brasileiros, a Serra da Estrela, região central do país, é muito procurada no inverno por portugueses e europeus, especialmente entre dezembro e fevereiro.

A cadeia de montanhas da Serra da Estrela concentra as maiores altitudes da parte continental de Portugal. O ponto mais alto, chamado de Torre, está a 1.993 metros —perde apenas para a Montanha do Pico, de 2.351 metros, na ilha do Pico, no arquipélago dos Açores.

Há vários caminhos para a Torre. A subida pela região de Ceifa permite uma parada na vila do Sabugueiro, que se considera a mais alta vila portuguesa. Bom para degustar o famoso queijo da Serra da Estrela e se informar se a rota e está aberta.

As paisagens geladas da Serra da Estrela, em Portugal Imagem: Ricardo Ribeiro.

O queijo é vendido na versão mole, onde corta-se a parte de cima e o interior está como um requeijão, ou na de fatias, mais curado (há embalagens a vácuo para longas distâncias). Já a estrada depende dos funcionários que retiram excesso de neve e do bom tempo.

A retirada da neve é rápida. O grande problema é a formação de nevoeiros, que frequentemente levam não apenas ao fechamento das vias de acesso, mas também das pistas de esqui. Além dos lojistas e dos soldados da GNR (Guarda Nacionacional Republicana), placas luminosas no acostamento são fontes confiáveis de informação.

“Frozen” Na metade do caminho, uma nova parada para aguardar a liberação da estrada é comum. Aproveite para conhecer o cenário mágico estilo “Frozen” da lagoa comprida. Parte dela fica congelada nesta época.

As paisagens geladas da Serra da Estrela, em Portugal Imagem: Ricardo Ribeiro

Após a barragem que gera energia elétrica para a região, há espaço para estacionar e uma área onde se pode caminhar na neve. É tradicional os visitantes fazerem bonecos de neve. Então, não esqueça de levar cenouras, galhos e o que  mais a imaginação sugerir. Vale até tocar “Let It Go” de fundo com o celular.

De cerca de 6°C no pé, passamos para -3 °C no topo. Ainda longe dos -10 °C que se pode pegar, mas, com fortes rajadas de vento, é o suficiente para comprometer a bateria do equipamento fotográfico, que para de funcionar sozinho.

Na torre, a estrutura de restaurantes e banheiros é simples e funcional. Um teleférico pode ser usado para passear e para retornar ao topo das pistas, no caso dos praticantes mais animados.

Há aluguel de equipamentos, dos profissionais a trenós de plástico para quem quer apenas escorregar. Preços vão de 10 a 100 Euros, a depender da quantidade e do tempo.

As paisagens geladas da Serra da Estrela, em Portugal Imagem: Ricardo Ribeiro.

Os sete metros que faltavam

Na Torre, em uma rotatória próxima da entrada das pistas de esqui e do centro comercial, é possível ver uma cruz sobre uma espécie de altar. A estrutura de sete metros de altura foi erguida por ordem do rei D. João VI, no século 19, para que a serra pudesse atingir os 2.000.

Na volta, aproveite para descer por Covilhã e Manteigas, onde se pode ver o Cântaro Magro, um dos mais imponentes cumes da serra, uma imagem de Nossa Senhora da Estrela esculpida em uma das pedras da montanha e o lago do Viriato.

As paisagens geladas da Serra da Estrela, em Portugal Imagem: Ricardo Ribeiro

Se pegar um dia de tempo ruim, não se aborreça. A quantidade de neve costuma variar e, mesmo em dias de Torre fechada, só uma visita ao Parque Natural da Serra da Estrela, que inclui toda uma floresta no entorno das montanhas, já vale a viagem. Aproveite para descobrir as trilhas, chalés, hotéis, restaurantes e vilas da região.

A Serra da Estrela fica 85% no distrito de Guarda e 15% em Castelo. Não há transporte público fácil até o topo e a caminhada é longa. É possível ir de carro. A estrada de requer algum cuidado nas curvas, mas é bem cuidada. Dias de muita neve, porém, podem fazer o policiamento exigir o uso de correntes nos pneus.

Uma saída é recorrer a pequenas agências de turismo locais que cobram cerca de 20 euros por um passeio de um dia, em grupos.

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