Obras de restauração do patrimônio histórico cultural valorizam e preservam edificações que contam a vida de um povo. Em Mato Grosso do Sul, duas construções com esse tipo de interesse público passam por intervenção, recebendo mais de R$ 5,8 milhões de investimentos. São elas o Castelinho de Ponta Porã e a Casa do Artesão de Campo Grande.
De forma geral, as obras de restauração do patrimônio histórico cultural possuem peculiaridades e singularidades que são inerentes a cada edificação, explica a arquiteta da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Claudia La Picirelli de Arruda.
“Cada prédio possui seu sistema construtivo único, alguns são de pedra, outros de taipa, etc. Então cada edificação é única e é preciso avaliar o sistema construtivo antes de iniciar a obra, fazer testes de argamassas para saber o traço, testes com materiais distintos e materiais novos (contemporâneos), verificar se a estrutura está sólida. É um trabalho singular, diferente de uma obra convencional, onde os materiais são ofertados no mercado sem a necessidade de uma produção específica”, diz a arquiteta.
As duas obras de restauração no Estado estão em andamento. Elas têm tipologias distintas e com alto grau de complexidade. O Castelinho de Ponta Porã já passou por limpeza geral e criteriosa. Agora, a equipe que trabalha no local prepara os testes de argamassa e a implantação de escoramento metálico para iniciar a restauração interna. Na Casa do Artesão, o restauro se concentra na parte de dentro e de fora do prédio.
Importância histórica
A Casa do Artesão é o principal centro de comercialização do artesanato produzido no Estado. Ela foi construída em Campo Grande entre os anos de 1918 e 1923. Com a restauração, os arquitetos pretendem resgatar a memória da expansão da cidade, tendo em vista a importância deste período para a história regional.
Já a construção do Castelinho ocorreu de 1926 até 1930, próximo à antiga estação Noroeste do Brasil, em Ponta Porã. De 1943 a 1946, o prédio foi sede do governo do Território de Ponta Porã e depois abrigou a cadeia pública e o quartel da Polícia Militar.
Já na década de 90 deixou de servir a segurança pública, com a transferência da corporação para outro prédio, perdendo assim sua função. Esta restauração proposta pelo Governo do Estado visa justamente dar um “novo caminho” para este local que faz parte da história.
“Preservar o patrimônio histórico é preservar a cultura, é valorizar a memória coletiva de um povo, de uma sociedade. Restaurar esses edifícios faz com que as pessoas olhem novamente para esses bens, que fazem parte do passado e das memórias afetivas da população”, finaliza Claudia.
Bruno Chaves, Subcom
Fotos: FCMS