O governador Reinaldo Azambuja destacou nessa sexta-feira, durante agenda em Miranda, os investimentos da indústria de celulose e papel como indicadores da potencialidade econômica de Mato Grosso do Sul num cenário em que a crise é apontada no resto do país como obstáculo ao crescimento.
Segundo o governador, o presidente da Fibria, Marcelo Strufaldi Castelli, comunicou a ele, por telefone, que os investimentos para expansão da fábrica em Três Lagoas serão de R$ 7,7 bilhões. Castelli fez a confirmação diretamente da Bolsa de Nova Iorque, após o Conselho de Administração bater o martelo sobre o projeto, que estava em maturação há pelo menos dois anos. A Fibria, que incorporou os ativos da International Paper e da VCP (Votorantim Celulose e Papel), é um dos maiores conglomerados do setor florestal no Brasil.
O governador destacou o potencial econômico do Estado durante discurso após assinatura de ordem de serviço para pavimentação de vias urbanas de Miranda. “Mato Grosso do Sul é maior que a crise”, disse o governador.
Reinaldo Azambuja chegou a Miranda às 8h acompanhado do chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, de dos deputados estaduais Felipe Orro (PDT) e Paulo Corrêa (PR). Integram a comitiva, ainda, o diretor-presidente da Fundação de Turismo, Nelson Cintra, o diretor-presidente da Rádio e TV Educativa, Bosco Martins, e o coordenador regional Gerson Prata. A comitiva foi saudada pela prefeita Juliana Almeida, vereadores e lideranças locais.
Em entrevista às rádios Xaraés e Vida e jornais Cidade, Guaicurus e Gazeta Pantaneira, o governador anunciou ainda a ativação do frigorífico na cidade e agenda em Brasília nos dias 19 e 20 para discutir, junto com prefeitos, a desconcentração das receitas públicas e mais recursos aos municípios, que tiveram uma grande queda na distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM.
Ainda na entrevista coletiva o governador destacou o alcance social do Programa Caravana da Saúde, mencionando a realização de 2.980 cirurgias e 30 mil procedimentos e atendimentos na região de Ponta Porã.
Investimentos – Reinaldo Azambuja disse, a propósito dos investimentos no setor de celulose e papel, que além do anúncio de R$ 7,7 bilhões da Fibria, a segunda fábrica instalada em Três Lagoas, da Eldorado, também aprovou plano de expansão que prevê investimentos de R$ 8 bilhões.
O chamado Projeto Horizonte 2, com foco no mercado de exportações, contempla a construção de nova linha de produção de celulose branqueada de eucalipto com capacidade nominal de 1,75 milhão de toneladas ao ano. A aprovação do projeto de expansão, após meses de estudos, ocorreu cerca de uma semana depois que a Fibria anunciou um acordo comercial com a Klabin para a compra de pelo menos 900 mil toneladas anuais de celulose a partir de 2016.
Além disso, a decisão que aprovou a nova capacidade foi tomada dias depois que a concorrente Eldorado Celulose anunciou o início de construção de uma nova linha de produção de celulose também em Três Lagoas, com capacidade para 2 milhões de toneladas por ano.
Para o governador Reinaldo Azambuja, a competição no setor florestal é salutar, já que no mundo há um crescimento na demanda de pelo menos R$ 1,5 milhão de toneladas por ano, o que sugere a construção de uma fábrica do porte da Fibria a cada 12 meses. O governador ressalta que é um investimento “extremamente importante” porque, em que pesem os incentivos fiscais, a expansão implica no crescimento de toda uma cadeia que deve ampliar na esteira do aumento da produção de matéria-prima, como o plantio de eucalipto, logística, transporte e insumos, dobrando a geração de empregos e renda no Estado.
A Fibria opera atualmente quatro fábricas com capacidade produtiva de 5,3 milhões de toneladas de celulose por ano, incluindo a participação de 50 por cento da companhia na Veracel, uma joint-venture com a finlandesa Stora Enso. A companhia afirmou que as licenças ambientais para a ampliação da unidade de Três Lagoas, incluindo a licença de instalação, já foram obtidas.
O suprimento de madeira necessário para a operação da nova fábrica virá de florestas cultivadas no Estado. A empresa vai precisar de 174 mil hectares de florestas plantadas em áreas próprias, arrendamento e parcerias, além da compra de madeira futura de terceiros. Atualmente, a Fibria já conta com excedente de 107 mil hectares plantados ou sob contratos de plantio.