A comunidade negra quilombola do distrito Águas do Miranda de Bonito (MS) realiza neste final de semana a terceira edição do Kshoa, encontro cultural que tem como objetivo desenvolver a cultura e tradição das comunidades e povos tradicionais da terra. O evento faz parte do calendário de comemoração dos 40 anos de emancipação política de Mato Grosso do Sul.
Conforme Valdecir Amorim, presidente da comunidade, o tema deste ano é ‘Um grito de cultura dos povos tradicionais da Terra’. “A ideia é que seja uma virada cultural ligada às populações tradicionais, com várias apresentações tanto dos artistas que representam a nossa história, o nosso conjunto, como também a confraternização das lideranças das comunidades tradicionais com as principais autoridades que se farão presentes neste evento”, detalha.
Ainda segundo Amorim, o encontro deste ano também objetiva a criação de uma Carta Magna onde serão expostas as questões que afligem as comunidades e o que esperam do poder público. “Às 16h30 teremos uma roda de conversa com as principais lideranças das comunidades negras e dos povos tradicionais, sobre a elaboração de uma carta magna aonde a nossa maior preocupação é com o rumo que as comunidades estão indo, a partir do Decreto 4887/03 que divulga a questão da titulação e demarcação territorial de populações tradicionais da terra, como indígenas e quilombolas”, explica.
A programação se inicia às 13 horas de sábado (16), com oficinas temáticas ligadas a questão Quilombola, conta com roda de conversa às 16h, apresentações culturais às 18h e inicio do baile às 21 horas. A proposta do segundo dia do encontro, domingo (17) é que a partir das 8 horas sejam iniciadas as apresentações culturais e na sequencia o tradicional baile carapé marca o fim das atividades.
A palavra Kshoa tem um significado em Iorubá que é ‘Sejam bem-vindos’. “Todos do nosso Estado são bem-vindos, independente de lutar pelas causas dos movimentos sociais, mas que façam parte desse momento histórico. Aqui no nosso distrito temos um histórico de vivenciarmos essa cultura, por sermos ribeirinhos e estarmos às margens do Rio Miranda e também por aqui se encontrar aqui uma comunidade negra pertencente a três grupos familiares: Cardoso, Modesto e Capitolino”, finaliza Amorim.
A virada cultural conta com apoio da Fundação de Cultura de MS, da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e Cidadania, ligada a Secretaria de Estado de Cultura e Cidadania e da Prefeitura de Bonito.
