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9 de outubro de 2024 - 07:04

Mostra “Transvisões” aborda mulheres e ambiente urbano no MIS

Imersa na temática da mulher, do ambiente urbano e abordando o periférico, o transgénero, o negro, o índio e o favelado, a mostra de artes visuais “Transvisões” é atração no Museu da Imagem e do Som (MIS) da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul. Com imagens ora mais figurativas, ora mais abstratas, porém cheias de sentidos e possíveis interpretações, a exposição será inaugurada nesta terça (6 de junho), às 19 horas. E a entrada é franca.

Realizada pelo Coletivo Transvisões em parceria com o MIS, a abertura da exposição contará com coquetel oferecido pelos artistas e uma performance de live painting. Permanecerá até o dia 30 de junho e oferece ao público um recorte sobre a recente produção de jovens artistas de Mato Grosso do Sul, que, em certa medida, representa as questões da sociedade sul-mato-grossense contemporânea.

Segundo Eliane Fraulob, uma das organizadoras da Mostra “Transvisões “é onde ocorre a interseção dos trabalhos de alguns jovens artistas de Mato Grosso do Sul. É o cruzamento de diferentes linhas de pesquisas, que juntas, demonstram a amplitude das linguagens artísticas presente no nosso estado. Os jovens artistas que compõem essa exposição são Mateus “Artetheus”, Bruno Girelli, Eliane Fraulob, Erika Pedraza, Leo Bueno, Letícia Maidana, Maria Chiang, Luis “Sonek”, Sara “Syunoi””.

A mostra reúne as fotografias de Leo Bueno, onde podemos notar a influência do mangá na escolha dos temas, além da figura transgênero expressa em sua obra. Erika Pedraza, traz a figura da mulher, a presença da mulher negra, com influencia tanto da linguagem dos quadrinhos do grafite no estilo do desenho, e também nas tags usadas.

Maria Chiang retrata Lídia Baís, uma das grandes pintoras sul-mato-grossenses. Fazendo uso do giz pastel, numa interpretação pictórica e vibrante. Já as obras de Eliane Fraulob trazem um colorido vibrante, a pintura abstrata parece trazer influências do Abstracionismo de Miró, porém, o uso da cor remete as feras do Fauvismo.

A obra de Arte Theus traz a mistura da forma da iconografia egípcia, maia e indiana, com temas contemporâneos, como a arte de rua e o grafite. Enquanto isso, Punish room, de Bruno Girelli, se apresenta como um projeto de colagismo com alto teor e o abuso de texturas, entrelaçado com um viés ideológico comunista entregue de forma sutil.  Sonek transpõe a linguagem do grafite para a galeria, trazendo em sua temática a figura do jovem marginalizado e da transgressão.

Já a obra de Syunoi traz a visão do abandono da cidade em aquarelas monocromáticas que parecem ressaltar o abandono e a melancolia de prédios e fachadas históricas que, no espaço urbano, passam a incorporar a pichação em suas fachadas. A névoa escura, ora mais tracejada, ora mais translúcida, parece representar um sentimento pesado, ora furioso, ora mais lânguido, porém escuro e sinuoso, parece expressar o peso e a confusão do abandono.

Leticia Maidana, transpõe o traço da tatuagem para a tela, uma aquarela figurativa simbólica, com o tema de um rosto feminino indígena de olhos fechados e a sobreposição da planta de uma cidade em retícula clara. A composição varia em tons de azul do claro ao azul profundo e o preto. Expressam a perda da terra A dor de ser engolida pela cidade A obra é prenhe de sentido e aberta a interpretações.

A exposição Transvisões permanecerá no MIS de 6 ao dia 30 de junho, com entrada gratuita. As visitações podem ocorrer de segunda a sábado das 8h às 17 horas.

Museu da Imagem e do Som fica na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar

Com reportagem de Ana Ostapenko FCMS

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