O calor intenso e um sol forte marcaram presença na Meia Maratona de Bonito e foram suficientes para tirar alguns ‘desprevenidos’ da prova e diminuir o percurso de outros. Teve gente que precisou até de uma ajudinha extra para chegar ao hospital e se hidratar um pouco, mas nada de muito sério. O marcante mesmo foi o cenário privilegiado que os competidores puderam contemplar e desfrutar desde o começo da prova, com largada e chegada no Balneário Municipal.
Um dos organizadores do evento, Rudnei de Souza, representante do vo2 Corrida de Rua, explicou que a temperatura elevada, somada a alguns descuidos dos competidores foram responsáveis pelos imprevistos. “Teve gente que saiu a noite, comeu alguma mais pesada ou bebeu um pouco mais do que o recomendado e daí não conseguiu completar o percurso, mas não foi nada grave. Eles foram encaminhados para o hospital pela ambulância que estava mais próxima e receberam o tratamento adequado”, detalhou.
Mas teve também quem destacou a falta de preparo como fator determinante para final mais breve. O turismólogo e estudante de Educação Física Rafael de Lima, 32, se inscreveu para o percurso de 21 km juntos com um grupo de amigos denominados “Amigos do Asfalto’, mas acabou terminando a prova em 13 km. “Quando cheguei aqui na rotatória eu percebi que não ia ter forças para completar o percurso, daí optei por vir direto para o balneário e pelo menos terminar a prova correndo”, explica.
Os competidores poderiam escolher os desafios de 5, 10 e 21 km na hora da inscrição. Todos saíam do mesmo local ao mesmo tempo, mas como a prova tinha o mesmo ponto de partida e chegada, as marcações no caminho indicavam quando cada categoria deveria fazer a volta e retornar até o Balneário para completar a quilometragem escolhida. A única diferença era para os competidores dos 21 km, que iam até a cidade, voltavam e na rotatória do balneário, seguiam em direção ao aeroporto municipal por mais 3,2 km antes de voltar até o ponto de partida.
Ao todo foram 426 inscritos e os cinco melhores de cada quilometragem, masculino e feminino, foram premiados com troféus. Bonito teve representantes no pódio em várias categorias. O destaque foi para Gitane Klain, que ganhou primeiro lugar entre as mulheres no percurso 10 km.
Ramon Gonçalves, 39, também conseguiu pontuar, ficando em 4º lugar no 5 km. Ele contou que esta era o segundo desafio dele em uma semana. “No último final de semana participei do Pantanal Extremo e consegui 3º lugar no percurso de 7 km, por isso até que optei pelo trajeto menor aqui, mas achei tão rápido. Mal dá tempo de cansar e já terminou”, brincou .
Ele ainda destacou ‘pequena’ participação dos bonitenses, relacionando ao valor da inscrição e a premiação. Já o policial militar Ailton Machado, 44, que não chegou a pontuar, afirma que o mais importante é a prática do esporte, independente de prêmios, mas que deveria haver mais incentivo por parte do poder público, para que eventos como este não fossem isolados e pudessem contemplar a toda comunidade.
A paixão pelo esporte também foi o que motivou os amigos Mayra Bettencourt, 38, e Luciano Aje, 41. Os dois vieram de Campo Grade, junto com mais 5 casais, para competir sem objetivar o pódio. “Eu ainda estou começando, é meu segundo desafio, mas pretendo melhorar meu desempenho para correr na maratona do Rio e quem sabe pontuar”, destaca Luciano.
Mesmo com um clima mais leve, a competição também serviu como treino para o jovem André Rodrigues, 23, que já é promessa de grandes alegrias para os sul-mato-grossenses e conquistou o primeiro lugar nos 21 km. Há dois anos ele dedica sua vida ao atletismo e tem buscado sempre melhorar seu desempenho. “Em dezembro eu vou participar da São Silvestre em SP. Espero conseguir um bom resultado no percurso de 15 km e trazer um troféu para o nosso Estado”, disse o jovem.
E se engana quem pensa que os 21 km foram moleza para ele. Na verdade o calorão judiou até de quem já tem preparo físico e psicológico para isso. “Tava muito quente e não favoreceu nada para os atletas. Já é complicado correr 21 km, assim então. Parecia que aquela rodovia nunca ia acabar”, brincou o atleta.
