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16 de abril de 2024 - 17:30

Major dos Bombeiros relata no Bom Dia Campo Grande aumento no número de incêndios em MS

Condições climáticas e mau hábito da população em realizar “limpeza” de terrenos e propriedades rurais com fogo causa danos ambientais e à saúde, explicou autoridade na Educativa 104.7 FM
Major BM Carminati explicou no Bom Dia Campo Grande que queimadas têm influenciado o clima no Estado. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Major BM Carminati explicou no Bom Dia Campo Grande que queimadas têm influenciado o clima no Estado. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

Nos últimos dias, moradores de Campo Grande e de várias outras cidades brasileiras convivem com um céu acinzentado, registrando pouco sol durante a manhã e ao entardecer, resultado em grande parte de queimadas registradas em áreas de floresta como a Amazônia e o Pantanal. Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) colocam Mato Grosso do Sul e Rondônia como líderes do ranking nacional de focos de calor em 2019: neste ano, o número de queimadas supera em três vezes o apurado entre janeiro e agosto do ano passado.

Para falar sobre o fenômeno e seus efeitos, o Bom Dia Campo Grande desta terça-feira (20) recebeu o chefe de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, o major BM Fernando de Almeida Carminati, que explicou à Educativa 104.7 FM que, além do fogo em território brasileiro, queimadas em áreas da Bolívia e do Paraguai próximas à fronteira colaboram com o aparecimento da fuligem e da névoa seca, que “causa um clima que aparenta ser de fumaça no céu, abafado”.

Corumbá e Porto Murtinho, no lado brasileiro das fronteiras, estão entre as campeãs de queimadas no país porque, conforme o bombeiro, são municípios de áreas extensas e de difícil acesso para as equipes de combate, inclusive com veículos. Os focos de calor, por sua vez, costumam ter duas origens: raios, que não ocorrem em períodos de tempo seco, e a ação humana, seja propositalmente ou por descuido no manejo com o fogo.

“Grande parte (dos incêndios) é provocada ou por vontade própria, um ato criminoso no qual a pessoa ateia fogo, ou por descuido no manejo dos pastos. Em Mato Grosso do Sul ainda há a cultura de renovar pasto com queimada, que acaba descontrolada e provocando grande incêndio”, reiterou o major.

O efeito das queimadas não é apenas ambiental, mas também prejudica a qualidade do ar, o que acaba por também gerar acionamentos dos bombeiros por conta de pessoas que têm a saúde prejudicada. “Além de apagarmos os incêndios, vamos socorrer pessoas com problemas respiratórios. Verificamos estatisticamente e, com altos números de queimadas, crescem as emergências clínicas em razão da fumaça no ar”, disse Carminati, apontando idosos e crianças como as maiores vítimas neste caso.

Estatísticas

O Corpo de Bombeiros do Estado levantou dados sobre o número de incêndios registrados nos últimos dias. Apenas entre segunda-feira (19) e hoje, foram 18 focos em Campo Grande e 38 no interior atendidos pela corporação. “O número de focos é muito maior”, disse, apontando a impossibilidade de equipes de enfrentamento às chamas atenderem a todas. Só em agosto, foram 468 na Capital e 918 no restante do Estado.

“Historicamente nos meses de junho, julho e agosto, até o início de setembro, há maiores incidências de incêndio florestal e vegetação”, disse o major, apontando que há um planejamento prévio no Corpo de Bombeiros para o período, inclusive com mobilização de guarnições extras.

Os números referentes a Campo Grande são mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2018 (202) e, no Estado, representam praticamente o triplo. A influência do El Niño (fenômeno de aquecimento das águas do Oceano Pacífico que resulta em maiores temperaturas no Sudeste e Centro-Oeste e redução da umidade do ar).

Chefe de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros apela à população para que denuncie prática criminosa de queimadas urbanas. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)
Chefe de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros apela à população para que denuncie prática criminosa de queimadas urbanas. (Foto: Pedro Amaral/Fertel)

“No mês de agosto ocorrem muitos ventos que, com a umidade do ar e o calor, ajuda a criar uma massa vegetal seca, situação propícia a incêndios”, disse Carminati, colocando como “ingrediente extra” o uso do fogo para “limpeza de terrenos”.

Penalidades

Embora a Capital tenha registrado 468 focos de calor até esta terça, não há notícias de prisões em flagrante pelo uso de fogo para limpeza –que configura crime ambiental. O major informou que a detenção é complicada porque muitos autores de incêndios criminosos estão transitando e realizam queimadas rapidamente, deixando o local. “Temos registros simultâneos de fogo em áreas próximas, isto é, de alguém que vai passando na rua e ateando fogo em terrenos baldios”, advertiu.

Mesmo sem os flagrantes, os casos acabam investigados. Por isso, o major pediu que a população formalize denúncias à PMA (Polícia Militar Ambiental), Polícia Civil ou, em Campo Grande, no telefone 156 da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), que notifica proprietários de terrenos sobre a prática irregular. Em todos os casos, é aberto inquérito para apurar o autor do incêndio em área urbana, com previsão de responsabilização criminal.

Quando o fogo já estiver consumindo as áreas verdes, porém, a orientação é para acionar o 193. Carminati reitera a impossibilidade de o Corpo de Bombeiros dar conta de todas as ocorrências de calor –resultando, inclusive, em uma triagem ao se comunicar os fatos, a fim de verificar os incêndios de maior risco à população. Por isso, pede que a população use outros meios para a limpeza de áreas, como roçadas.

Na área rural, o trabalho de brigadistas treinados com apoio de sindicatos rurais ajuda a conter alguns dos focos, da mesma forma que parceria como Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) forma equipes para atuar nos parques nacionais. Em propriedades no campo, porém, a recomendação para que se abandone o uso do fogo no manejo é reforçada.

“Muita gente pratica (a queimada em áreas rurais) por cultura, fazendo o manejo do solo com queima coma ideia de que vira adubo e fica mais rico”, disse o major, apontando uma mudança também nesse cenário.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite a você começar o seu dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.  Os ouvintes podem participar enviando perguntas, sugestões e comentários pelo WhatsApp (67) 99333-1047 ou pelo e-mail reporter104fm@gmail.com.

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