O jornalismo sério e comprometido com a sociedade sul-mato-grossense praticado pela Educativa FM 104.7, integrante da Fertel (Fundação Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul) foi reconhecido nesta sexta-feira (25) por lideranças do movimento de caminhoneiros que, há cinco dias, deflagrou uma greve em todo o país contra as altas consecutivas no preço do óleo diesel e de outros combustíveis.

Durante entrevista ao Bom Dia Campo Grande, conduzido pelo radialista Anderson Barão nesta manhã, Ademir Junior, que integra o comando da paralisação, agradeceu à equipe da Educativa pelo espaço dado para a categoria expor as razões do movimento.
Os microfones da Educativa FM 104.7foram abertos ao movimento paradista para que dessem detalhes sobre a recusa da proposta feita por ministros do governo de Michel Temer à categoria –na noite de quinta-feira (24), o Palácio do Planalto formalizou pedido no sentido de tentar uma trégua de 15 dias com os grevistas, reduzindo tributos sobre o óleo diesel e mantendo a desoneração da folha de pagamento no setor de transportes e de cargas.
Junior afirmou, porém, que houve uma “falsa montagem de acordo”. “Não fizemos acordo nenhum. Pegaram um pessoal, um que se disse presidente do Sindicato de Cegonha (carreta usada no transporte de veículos menores), que não nos representa. Na nossa paralisação em Campo Grande não tem um caminhão-cegonha”, afirmou.
“A paralisação continua, estamos fortes e convidamos a população para aparecer aqui com a gente, ver nossa situação, pois precisamos da força de vocês”, prosseguiu Ademir Junior.
Agradecimentos e desculpas
A entrevista ao Bom Dia Campo Grande começou com agradecimentos do líder do movimento. Primeiro, à sociedade do Estado e de vários Estados “que passam pela rodovia e dão apoio à classe. Doações de gente que nos deixam de coração alegre, de coração feliz, contentes de ver que a população está começando a acordar e a apoiar a gente”.
A liderança agradeceu à equipe da Educativa FM 104.7, “que está sendo a única com peito de vir aqui e ajudar a gente”.
Ademir Junior também pediu desculpas à população pelos impactos do movimento grevista –com a restrição de tráfego aos caminhões, diante da adesão das categorias e atos realizados por todo o país, notícias sobre desabastecimento de produtos como combustíveis e alimentos se tornaram frequentes, inclusive no Estado.
“Somos humildes o suficiente para pedir desculpas à população pelos transtornos”, declarou, reforçando que, sem essa pressão no governo federal, “não vai ter vitória. Não tem alegria, felicidade, sem passar pela tristeza. Estamos esperando vocês. Agradecemos aos milhões de brasileiros que estão conosco. Não é o que a gente quer, mas, se não fizer isso, não vamos ver o Brasil acontecer, o Brasil de coisas lindas maravilhosas. Sumiu a dignidade da gente, o prazer de gritar que somos brasileiros”.
A greve dos caminhoneiros se estende por 20 Estados e o Distrito Federal. Nesta manhã, uma liminar expedida pela juíza federal Janete Miguel proibiu os manifestantes de bloquearem a passagem de companheiros de trabalho que optaram por não aderir ao movimento pelas rodovias federais. A decisão ataca pedido da AGU (Advocacia-Geral da União).