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28 de março de 2024 - 19:23

Infectologista, professora da UEMS, esclarece dúvidas sobre o Coronavírus

Campo Grande (MS) – Diante da Pandemia provocada pelo Covid-19, a Assessoria de Comunicação da UEMS está concentrando esforços em difundir informações checadas e de relevância para a comunidade acadêmica. A UEMS desde o início está acompanhando toda evolução de enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19) e criou na semana passada o Comitê Multidisciplinar de Ações de Urgências e Emergências em Saúde da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (CAUES/UEMS).

O Comitê divulgou um documento que normatiza as medidas de proteção em saúde pública para o enfrentamento à doença no âmbito da Universidade. Acesse a Portaria UEMS n.º 018.

No último dia 16 foi publicada a Portaria Nº 019/2020 que suspende as atividades acadêmicas presenciais pelo prazo de 30 dias, a partir do dia 18 de março recomendando a substituição por atividades remotas (aulas com uso de ferramentas tecnológicas a distância). Acesse a Portaria UEMS n.º 019.

Para garantir informações corretas sobre o coronavírus conversamos com a infectologista Irirs Bucker, que é professora do curso de Medicina da UEMS e faz parte do Comitê Multidisciplinar de Ações de Urgências e Emergências em Saúde da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (CAUES/UEMS). Acompanhe a entrevista abaixo:

ACS – O que é o Coronavírus?

Professora Iris Bucker – O coronavírus faz parte de uma família muito grande, com cerca de 70 tipos de vírus, só que só 4 infectam os seres humanos. Esse novo Coronavírus foi batizado de Sars-Cov-2, e a doença causada pelo Coronavirus foi chamada de COVID-19. Esse novo vírus tem uma capacidade de transmissão um pouco maior que a Influenza, por isso essa facilidade de se pegar essa infecção. Mas a boa notícia é que ele tem menos chance de gravidade e de levar a óbito, se comparado a Influenza, portanto são poucos os casos que vão precisar ir para o Hospital, e desses casos que vão para o Hospital, uma parcela menor vai para o CTI e uma parcela ainda menor pode evoluir para a morte.

O que temos que fazer é manter a calma, porque o pânico está disseminado e ele acaba nos prejudicando nessa situação.

 

ACS – Quais os sintomas do Coronavirus?

Professora Iris Bucker – Febre, acima de 37,8º C; a maioria das pessoas tem tosse seca; dor de garganta; dor no corpo e dor de cabeça; uma pequena parcela de pessoas pode ter diarreia, ânsia de vômito, falta de ar.

É interessante diferenciarmos os estágios da Epidemia, em Campo Grande / MS. Temos quatro (4) casos confirmados (até o fim do dia 16 de março) de Coronavirus, então ainda estamos na fase de transmissão local (estágio 1). O que é isso? Sabemos quem trouxe o vírus para nossa cidade: pessoas que estiveram em outros Estados do Brasil, como São Paulo e Rio de Janeiro; pessoas que estiveram no Exterior e que vieram para cá, desenvolveram os sintomas, foram testados e foi positivo. Todas as pessoas que entraram em contato com esses pacientes estão em acompanhamento, e se elas desenvolverem os sintomas serão testadas. Nesse ponto a Epidemia está sob controle, sabemos quem entrou em contato com as pessoas infectadas e se estão com sintomas ou não.

ACS – O que fazer para se proteger e não transmitir a doença para outras pessoas?

Professora Iris Bucker – O Vírus é transmitido através das nossas secreções de nariz e boca, quando falamos, tossimos, espirramos. Então para nos mantermos protegidos, o ideal é ficarmos à distância maior que 1 metro a 1,5 metro de uma pessoa com a suspeita de infecção porque essa é a distância segura desses fluidos corporais que quando expelidos a essa distância não alcançam outra pessoa, pesam e logo caem no chão.

A pessoa infectada vai eliminar o Coronavírus pela secreção, logo ela pode tossir na mão, coçar nariz e boca, assim a mão dela fica contaminada. Essa mão pode pegar copo, talher, corrimão, porta, e a princípio o vírus fica um tempo nesta superfície com capacidade de infectar qualquer pessoa (para saber mais sobre cada tipo de superfície consulte a pesquisa do Nacional Institutes of Health (NIH), uma agência do governo dos Estados Unidos: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.03.09.20033217v2).

Importante esclarecer que se cumprimentamos alguém que tem Coronavírus com um aperto de mão, o vírus não vai nos contaminar dessa forma porque ele não pula, não corre e nem atravessa a pele. Para se contaminar é preciso levar a mão que cumprimentou alguém com COVID-19 ao nariz, boca ou aos olhos, por esse motivo a importância de lavar as mãos com frequência e usar o álcool-gel.

No estágio atual o Ministério da Saúde recomenda algumas ações ao público mais vulnerável, os idosos:

– Evitar que idosos compareçam em grandes aglomerações;

– Se o idoso trabalha, pode tentar trabalhar em casa;

– Evitar grandes eventos que acumulem muitas pessoas, por isso vários eventos por todo Mato Grosso do Sul, já estão sendo cancelados;

Para as demais pessoas temos as recomendações gerais:

– Lavar as mãos de forma correta (consulte aqui: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_simplesmao.pdf)

– Usar álcool-gel;

Esses são cuidados básicos para evitar a transmissão.

 

ACS – O que representa esse novo vírus, o Coronavírus, para a realidade do sul-mato-grossense?

Professora Iris Bucker – O próximo estágio da Epidemia chamamos de transmissão comunitária, que é o que já está acontecendo em São Paulo e Rio de Janeiro, nesse estágio não se consegue mais identificar quem está transmitindo o vírus para as pessoas, o vírus já se disseminou na comunidade, então os cuidados são ainda maiores. Nesse ponto o Ministério da Saúde recomenda que as aulas sejam suspensas, inclusive em universidades, eventos sejam cancelados, que as pessoas evitem aglomerações como em igrejas, que procurem ir aos mercados e ao trabalho em horários com menos fluxos de pessoas.

Algumas instituições aqui em MS já começaram a ter essa atitude, mas não quer dizer que já estejamos no estágio de transmissão comunitária, pois cada empresa, entidade, tem autonomia para decidir se vai cancelar suas atividades.

(A UEMS suspendeu as atividades acadêmicas presenciais pelo prazo de 30 dias, a partir do dia 18 de março recomendando a substituição por atividades remotas Acesse a Portaria UEMS n.º 019.)

ACS – Qual o público de risco, diferente de outros vírus, é verdade que as crianças não fazem parte do público de risco?

Professora Iris Bucker – A população que tem maior risco de evoluir com gravidade são as pessoas acima de 60 anos e as pessoas que tem alguma doença de base não controlada (doenças crônicas), como diabetes, pressão alta, problemas cardíacos, problemas renais (insuficiência renal, diálise), pessoas que usam corticoide em altas doses. Para essas pessoas, conforme descrito nos trabalhos da China (país que registrou o primeiro caso de COVID-19 no mundo), a doença tem evoluído com mais gravidade.

Os estudos que falam sobre crianças, relatam que a maioria delas quase não apresentam sintomas, ou nem apresentam sintomas, e que são raros os casos de gravidade. Então, a princípio as crianças evoluem bem, mas elas têm capacidade de transmitir para as outras pessoas.

ACS – E quanto as gestantes, o que dizer?

Professora Iris Bucker – Ainda são poucos os estudos desse novo Coronavírus em gestantes, mas a princípio não se viu uma relação de infecção e antecipação do parto, porque, por exemplo, se a gestante tem infecção urinária tem grandes chances dela entrar em trabalho de parto prematuro, mas não há hoje nenhum estudo com o Coronavírus que afirme que o mesmo possa acontecer no caso da gestante ser infectada pelo COVID-19. Então as orientações para gestante são as mesmas das demais pessoas.

Quando chegarmos ao estágio de transmissão comunitária, as gestantes são orientadas que só procure os serviços de saúde para suas consultas regulares de acompanhamento pré-natal e se ela estiver com mal-estar, falta de ar, fora isso apenas se ela estiver sentindo algum sintoma de gripe um pouco mais forte, caso em que ela deve entrar em contato com seu médico ginecologista e se ele considerar necessário, a gestante vai até o serviço de saúde, caso contrário ela fica em casa, toma as medicações utilizadas para tratamento de gripe (com a ressalva de que gestante não pode tomar todos os tipos de medicamentos, apenas os prescritos e orientados por seu ginecologista).

E para aquela mulher que acabou de ganhar o neném e pegou o Coronavírus não há contraindicação para amamentação, alguns estudos falam que é até benéfico porque se essa mulher está com Coronavírus ela vai produzir anticorpos e esses anticorpos vão passar para o bebê.

ACS – E as FAKE-NEWS?

Professora Iris Bucker – Elas são as grandes responsáveis por disseminar o pânico entre a população, existem muitas informações erradas e negativas servindo apenas para desesperar as pessoas.

No Ministério da Saúde tem muita informação confiável, de qualidade para o público em geral, para o profissional de saúde, é uma fonte fidedigna e segura, com fácil acesso, lá encontramos vários documentos que atestam a alta confiabilidade da fonte: artigos, consensos, protocolos, entre outros materiais. Então vale a pena entrar no site e ler o conteúdo, para obter as informações oficiais da realidade do Coronavirus no Brasil, acesse https://www.saude.gov.br/

O Ministério da Saúde disponibilizou um aplicativo nas plataformas digitais o Coronavírus – SUS para ser baixado nos smartphones e traz muitas informações, desde orientações sobre o que fazer em caso de estar com sintomas, localiza as unidades de saúde mais próximas. (IOS) (ANDROID)

O fundamental é entender que não devemos transmitir informações falsas e nem duvidosas que recebemos para não propagarmos o pânico. Se tem alguma dúvida, vá ao site do Ministério da Saúde e pesquise.

 

Assessoria de Comunicação Social UEMS

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