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20 de abril de 2024 - 10:27

HRMS 20 anos: Ambulatório de fertilidade auxilia casais com dificuldades para ter filhos

Casais que desejam ter filhos e tem dificuldades para engravidar. Esse é o público do ambulatório de fertilidade do Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS). No local eles contam com um diagnóstico rápido para saber o que está levando a infertilidade do casal. De acordo com a médica ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, Suely de Souza Resende, esses pacientes ficavam de dois a três anos para ter um diagnóstico completo e, muitas vezes, a mulher já estava beirando os 35 anos, quando começa a baixar a fertilidade. No ambulatório o trabalho leva em média três meses.

Desde 2009 o ambulatório vem orientando muitos casais. “No Brasil nós temos mais de nove serviços médicos que atendem pelo SUS [Sistema Único de Saúde] em Brasília, Pernambuco, São Paulo e outros. Aqui no Mato Grosso do Sul nós não temos nenhum. O que fazemos para otimizar para os casais: um diagnóstico rápido para saber o que está levando a infertilidade do casal. Pedimos análise seminal do parceiro, estudamos a parte hormonal da mulher, estudamos se tem obstrução das  trompas, observamos se tem disfunção de ovários microcístico, se o homem tem varicela, baixa da produção de espermatozoides, se o casal tem infecção, alguma doença sexualmente transmissível. Grande parte nós resolvemos com relação sexual programada, com indutores da ovulação, para que a mulher tenha dois a três óvulos no máximo e orientamos o período de maior fertilidade dela para ter relação. Acompanhamos depois quatro a cinco dias, para dar o suporte, fazer o teste de gravidez”, explica.

A médica ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, Suely de Souza Resende. Foto: Diana Gaúna

Quando o paciente precisa de inseminação, ou seja, colocar o sêmen dentro do útero na hora que está ovulando ou quando precisa da fertilização in vitro – que é colher o óvulo da paciente e introduzir no óvulo o espermatozoide do parceiro e depois transferir para o útero, os pacientes precisam ser encaminhados para outros estados. “A saída é pedir tratamento fora de domicílio, são encaminhadas para os estados onde é feito o tratamento pelo SUS ou entram pela Defensoria Pública e conseguem fazer os tratamentos nas clínicas de reprodução humana de Campo Grande que são privadas. Mas muitas mulheres só com orientação de perder peso, corrigir a dieta, fazer exercício físico, engravidam. As de baixo peso também”, pontua.

A médica conta que na natureza para ter gêmeos a chance é de 2%, ou seja, de cada 100 gestações duas são gemelar. No caso de trigêmeos são uma em cada sete mil. Com técnicas de reprodução, as chances de uma gravidez gemelar vai para 28% e a trigemelar vai para 3%. Sueli conta que a partir do primeiro ano de tentativas sem sucesso de engravidar já é possível iniciar a investigação.

“Quando é que nós pesquisamos um casal, como funciona a fertilidade no ser humano? Uma mulher de 35 anos para baixo e um homem com 45 para baixo, tendo em média três relações semanais, sem nenhuma alteração para causar infertilidade, tem taxa mensal de gestação de 20% de chance de engravidar. Veja que a espécie humana não é a melhor no quesito fertilidade. A taxa cumulativa em um ano chega a ser 93% de chance de conseguir. Por isso, passou um ano tentando nessas condições, nós já somos autorizados a fazer a pesquisa.

Fatores que pesam

A infertilidade é um problema de saúde pública, afeta saúde do casal, traz insegurança, depressão, angústia. Foto: Pro-Criar

Entre os fatores que prejudicam a fertilidade, Suely destaca alteração hormonal, mulheres e homens acima do peso, uso de álcool e cigarros, uso de drogas. “Tudo isso prejudica muito a produção dos óvulos e espermatozoides. Aí é o papel de educação do paciente porque muitos não sabem que isso pode prejudicar. Trabalhamos no sentido de repor vitaminas, ácido fólico para preparar organismo par receber uma gestação”, pontua.

A infertilidade é um problema de saúde pública, afeta saúde do casal, traz insegurança, depressão, angústia. Conforme Suelly, trabalhos da área médica mostram que o diagnóstico de infertilidade por vias naturais, principalmente para casais que não tem condições de financiar uma reprodução assistida, ou possui restrição religiosa, é o mesmo peso de dar um diagnóstico de câncer terminal.

“Filho significa para quem eu vou passar o que aprendi ao longo da vida, a vida eterna através do meu DNA, para quem vou deixar minha herança, minha lembrança no futuro, legado da característica. O resultado da infertilidade é a depressão, aumento de peso, auto estima muito ruim. Temos ainda situações clássicas de preconceito relacionando a infertilidade com masculinidade. Então quando o diagnóstico de infertilidade vem do homem, a auto estima cai muito. Muitas mulheres chegam a dizer que preferiam que fossem com elas, pela situação como eles lidam com isso. O que importa saber é que as taxas são as mesmas: 40% dos fatores de dificuldade de engravidar é causa masculina, 40% feminina, 10% mistura de fator masculino com feminino e 10% sem causa aparente”.

Óvulos envelhecidos

“… 40% dos fatores de dificuldade de engravidar é causa masculina; 40% feminina; 10% mistura de fator masculino com feminino e 10% sem causa aparente…”. Foto: Vix

Atualmente a maternidade é adiada cada vez mais, com as mulheres deixando para ter filhos com mais idade. A médica orienta que antes dos 35 anos, aquelas que não querem ter filho, façam congelamento de óvulos. A ação é aceita pelo o Conselho Federal de Medicina (CFM). “Não é a certeza de um bebê em casa, mas uma grande possibilidade. O óvulo tem a idade da mulher, quando maior a idade menor a qualidade e maior chance de ter bebês sindrômicos como Síndrome de Down entre outros nove erros cromossômicos mais comuns. Uma mulher abaixo dos 35 anos precisa haver 1,8 mil gestações para ter um bebê com síndrome. Com 38 anos, 800 gestações. Com 40 anos, 256 gestações. Com 44 anos, de cinco a dez. Aumenta muito a frequência. Por isso o congelamento social, se querem ter filho pelos 37, 40 anos. O óvulo vai ter a idade que tinha quando ela congelou”, pondera.

A gestação em fase tardia deve ser observada por muitos critérios. O Conselho Federal de Medicina orienta que seja feita até os 50 anos, acima disso fica a critério do médico clínico. São observados aspecto pulmonar, cardíaco, emocional, físico, porque a gestação depois dos 35 anos é considerada de alto risco. A partir dos 40 anos, aumenta a chance de pré-eclampsia, hipertensão, diabetes gestacional.

Suely revela que os casais homoafetivos buscam muito o trabalho de reprodução humana. “As mulheres podem gerar, mas os homens devem recorrer a uma seção de útero, que é programada e permitida. Desde que não tenha comércio envolvido. A seção pode ser feita pela mãe, avó, irmã, tia, sobrinha e a filha, essas duas últimas entraram recentemente”.

Gestação molar e o câncer

Um ambulatório especial foi criado há dois anos para atender mulheres que tenham gestação molar. É uma degeneração da placenta que perdura produzindo hormônios da gravidez, mesmo depois que a mulher já eliminou a placenta. Sem tratamento, isso pode fazer com que essa mulher desenvolva um câncer.

“Pode implantar no pulmão, no cérebro, aparecer um tumor abdominal. Ocorre que é altamente tratável. Acontece assim, a gestação molar pode ser completa, quando tem só placenta, ou parcial, quando tem um embrião. Antigamente a mulher ficava com um útero enorme, eliminando umas bolinhas que lembram sagu. Isso tem uma facilidade de proliferar para o corpo da mulher. Só que essas doenças têm cura muito rápida se for acompanhada. Fazemos o teste de gravidez, Beta HCG quantitativo. O teste dá um número bem alto. Uma gravidez de duas a três semanas, tem aí 200 a 500, a molar aparece em 40 mil, 100 mil”.

Atualmente a maternidade é adiada cada vez mais, com as mulheres deixando para ter filhos com mais idade. Foto: Victor Suriano

Nesse tipo de gravidez, quando faz o ultrassom pode não ter um bebê, mas tem uma placenta que está adentrando muito nas paredes do útero e replicando muito rápido, com comportamento agressivo. Ocorre muito em mulheres orientais, negras e está relacionado com padrão alimentar e social também. No Brasil estimam-se que ocorra uma em cada 400 gestações. Em todo Brasil existem os centros de referência de doenças trofloblásticas gestacional. No Mato Grosso do Sul são os hospitais Regional e Universitário (HRMS e HU).

“Toda mulher que tem um bebê ou aborto, depois de seis semanas esse beta HCG fica abaixo de cinco. Tem mulheres que persistem. O médico tem uma ideia. O que nós fazemos aqui para evitar que essa mulher desenvolva um câncer? Temos um atendimento humanizado ao abortamento que começa desde o centro obstétrico. Paciente adentrou no hospital em abortamento, ela é recebida, faz os procedimentos necessários, recebe orientação contraceptiva e, muitas vezes, já sai usando o DIU ou uma medicação que não vai comprometê-la para trombose ou outras circunstâncias. Também sai com a marcação de consulta no nosso ambulatório. Acompanhamos essa mulher e vemos se o beta está baixando e vamos até zerar. Com seis meses liberamos para engravidar. Muitos abortos que continuam sangrando podem ser a mola. Outro sintoma é o crescimento súbito do abdômen. Tem muitos casos que o bebê nasce normal, outros com anomalias, mas o problema é na placenta. O importante é saber que tem como tratar e não deixar de fazer o acompanhamento regular com o ginecologista”.

Diana Gaúna – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

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