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5 de outubro de 2024 - 17:33

HQ situada em Campo Grande conta a história de um trio de amigos na busca por caminhos possíveis

Um quati, uma pomba e um lobo-guará trintões discutem sobre o peso da vida adulta e o fim da juventude
HQ situada em Campo Grande foi a vencedora do Prêmio Ipê de Literatura. (foto: divulgação)

Se você já deixou algum sonho para trás por conta da rotina, a história em quadrinhos “Sonhos Selvagens” pode ser uma boa opção de leitura. Escrita e ilustrada por Dudu Azevedo, o livro traz um encontro entre o quati Simão, o lobo-guará Tobias e a pomba-asa-branca Joana, que receberam características humanas ao ganharem vida por meio do traço do artista.

A história narra uma noite em que os três amigos decidem se encontrar, depois de Joana passar um ano fora da cidade. Em uma conversa longa que só uma amizade verdadeira consegue proporcionar, eles compartilham experiências de vida de quem está passando pela fase dos trinta e poucos anos e precisa lidar com as demandas da vida adulta, o mal estar do fim da juventude, a repressão que o mercado de trabalho traz e com o abandono de sonhos, sobretudo para quem sempre planejou trabalhar com arte, como eles.

No tempo em que se passa a história, todos têm empregos formais, mas Simão sonhava em ser desenhista, Tobias é um música frustrado e Joana é uma pintora que teve que deixar as telas de lado para trabalhar em uma agência de publicidade.

Ambientada em Campo Grande, a HQ começa com o desenho de um outdoor onde está estampada a frase “Campo Grande, a cidade do tamanho de seus sonhos”, uma provocação que conduz a conversa dos amigos e que até o final da noite pode salvar as suas almas. O local do encontro é um prédio residencial antigo na avenida Afonso Pena, o coração da capital sul-mato-grossense.

“Embora os personagens estejam física e temporalmente confinados ao prédio na avenida, a história nos leva também pelos caminhos da imaginação e das memórias dos personagens, criando uma diversidade de cenários e composições visuais que dão ritmo ao diálogo”, explica Dudu.

“Sonhos Selvagens”, segundo o autor, é uma história sobre a sensação de encurralamento, mas principalmente sobre como a imaginação, a capacidade de sonhar e o olhar transformador são a chave para a construção de caminhos possíveis em espaços que parecem não ter saída.

Premiada

A graphic novel chega aos leitores já com um ótimo incentivo à leitura: ela foi a vencedora do 1º Prêmio Ipê de Literatura, realizado pela Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, em Campo Grande. “Ter um quadrinho como principal premiado mostra como esse gênero está crescendo e merece cada vez mais destaque no Estado”, pontua Azevedo.

Além disso, nos dias 6 e 7 de maio, “Sonhos Selvagens” estará na Feira Motim, em Brasília. O evento, que é uma feira colaborativa de arte impressa, é um dos mais importantes do mercado dedicado a publicações independentes e reúne desde 2014 grandes produtores de quadrinhos, livros, revistas, zines e afins. Nesta edição, a feira deve reunir mais de 150 expositores de todo o país, dentre eles Dudu, que além de Sonhos, leva também outras de suas publicações para o público.

A HQ “Sonhos Selvagens” tem 120 páginas coloridas. A capa leva a assinatura da artista campo-grandense Lívia Tinoco, com uma releitura do trio de amigos. Além disso, a edição traz prefácio de Fabiana Gibim, da editora Sobinfluência de São Paulo, e um pósfácio escrito pelo autor e compositor João Benitez, parceiro de produção artística de Dudu. No final da edição, há uma galeria de fanarts dos personagens principais, criadas por artistas do Mato Grosso do Sul, como Fabio Quill, Eliane Fraulob, Gabriel Quartin, Fernando Freitas e a já citada Lívia Tinoco.

Para adquirir “Sonhos Selvagens”, basta entrar em contato com o autor, pelo https://www.instagram.com/azevedudu.

Sobre o autor

Mais conhecido como Dudu, Eduardo Azevedo é autor independente de quadrinhos, ilustrador, designer e pesquisador da imagem pelo Programa de Pós Graduação em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Ele desenha desde que se entende por gente e publica quadrinhos desde 2018, tendo exposto seu trabalho em diversas mostras culturais, como o Festival de Inverno de Bonito, Festival Campão Cultural, Feiras ZineDie, CCXP e Miolo(s). Dudu já venceu alguns prêmios, como o Leia MS e o Prêmio Ipê de Literatura.

Suas principais produções, até o momento, são a história em quadrinhos “Biografia não autorizada de minha avó (Que viveu em Marte)” (2020). o curta animado “Interiores” (2021), disponível no Itaú Cultural Play, e a novela gráfica “Sonhos selvagens” (2023),vencedora do primeiro lugar no Prêmio Ipê de Literatura de MS.

Foto em destaque: Arquivo pessoal.

*Com assessoria

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