Em um evento que homenageou amigos e expoentes do chamamé e que celebrou os 50 anos de carreira do cantor e compositor Castelo, o Secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, confirmou a revitalização da sede da Colônia Paraguaia em Campo Grande. Um dos nomes mais conhecidos da música em Mato Grosso do Sul, Castelo lançou um CD com a participação de 40 sanfoneiros de chamamé. Durante a festa foram homenageados Athayde Nery, o presidente da Fertel, jornalista Bosco Martins, Moacir Chamamezeiro, Elinho do Bandaneon e Dino Rocha, representado pelo irmão Maninho Rocha.
Situada na Vila Pioneira, a Colônia é referência da cultura paraguaia a mais de 400 mil descendentes de paraguaios que residem em MS e aberto a eventos da sociedade civil, como formaturas de alunos da rede pública de ensino. Os recursos serão repassados por meio de convênio com a SECC conforme prioridades constantes no projeto de revitalização do espaço, que hoje possui cinco mil metros e há 16 anos não é reformado.
Para o titular da SECC, Athayde Nery ,não se fala da história de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul sem falar na Colônia Paraguaia, “Acredito da importância de estarmos aqui construindo a diversidade cultural para formar nossa identidade”.O secretário lembrou de elementos da cultura paraguaia que ajudaram a compor a cultura sul-mato-grossense, como o tereré, a chipa e a polca.
“Estou muito agradecido por tudo isso. É muita emoção ouvir um chamamé tocado com alma e coração. Sou privilegiado por fazer parte da cultura do estado com minha música”, resumiu Castelo.
Presidente da Associação da Colônia Paraguaia em Campo Grande, Albino Romero, agradeceu a parceria do governo e lembrou que o espaço é aberto a toda a sociedade e comporta até duas mil pessoas. A intenção é que após a reforma a associação possa receber mais visitantes, inclusive para apreciação de comidas típicas. “Vai ser um ponto turístico”, adiantou.
Presidente de honra do Instituto Cultural Chamamé MS, o jornalista Bosco Martins destacou a influência cultural do país vizinho na formação cultural de MS. ” Me sinto um legítimo paraguaio, um povo que amo. Quando vim do interior de SP para MS, encontrei uma receptividade e fraternidade que até hoje me honra muito”, enfatizou.
Bosco Martins lembrou que o governador Reinaldo Azambuja editou por meio de decreto o chamamé como bem imaterial de MS e que embora seja uma música de origem platina, o nosso chamamé já tem sua própria identidade construída através de músicos como Castelo, Dino Rocha e tantos outros.