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23 de abril de 2024 - 06:55

FLIB 2016: Daniel Munduruku leva a literatura indígena para Bonito

Nascido na Aldeia Maracanã, no estado do Pará, o índio e escritor Daniel Munduruku participou nesta sexta-feira da programação da Flib2016. Com 52 anos, ele é autor de 47 livros  para jovens e crianças com uma visão, sem estereótipos, sobre a verdadeira realidade do índio brasileiro.

Falando sobre a sua trajetória, Munduruku afirmou que se Inspirou em sua própria história de vida, em pesquisas sobre outros povos e, principalmente, nas perguntas que ouvia das crianças quando era professor e contador de histórias.  “Eu  acredito que, ao lerem livros escritos por índios, as crianças têm a chance de conhecer quem eles são de verdade, sem os estereótipos que durante mais de 500 anos foram ensinados. Um trabalho importante para derrubar preconceitos antigos e, de quebra, ainda recuperar a pureza das lendas e brincadeiras indígenas”, disse.

Segundo ele, a distância que existe entre a cultura urbana e as comunidades dos povos nativos brasileiros reforça preconceitos enraizados na população, desde os tempos da colonização. Isso vale também para a educação indígena que passou a existir formalmente apenas com a Constituição de 1988, quando as populações indígenas têm direito a uma educação diferenciada, que deve seguir os parâmetros das próprias comunidades. Os professores devem ser indígenas e ter formação superior.  “Após quase 30 de promulgação da Constituição, não houve uma continuidade na política educacional para as populações indígenas. Houve um avanço significativo nessa área, mas isso ainda não responde às demandas. Na prática, os indígenas precisam entrar em contato com a educação formal sem abrir mão dos conhecimentos tradicionais”, destacou.

A literatura indígena surgiu no Brasil há cerca de 20 anos. Existia sempre a crença de que o indígena é um ser da oralidade, mas muitos indígenas começaram a frequentar a universidade. Aprenderam os elementos da cultura ocidental e fazem aquilo que a cultura tem que fazer que é: se atualizar e assim criar respostas. Uma das respostas é a literatura. Os indígenas foram para o cinema, música, teatro, internet. A literatura não é só um instrumento de escrita, mas faz parte da essência. Adquirir essa técnica foi importante para que os indígenas fossem capazes de escrever a própria história.

Daniel Munduruku é graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia e é Doutor em Educação pela USP. É pós-doutor em Literatura pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Também é diretor presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais e é Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República desde 2008. Em 2013 recebeu a mesma honraria na categoria da Grã-Cruz, a mais importante honraria  oficial a um cidadão brasileiro na área da cultura e é

Recebeu diversos prêmios no Brasil e Exterior entre eles o Prêmio Jabuti, Prêmio da Academia Brasileira de Letras, o Prêmio Érico Vanucci Mendes (outorgado pelo CNPq); Prêmio Tolerância (outorgado pela UNESCO). Muitos de seus livros receberam o selo Altamente Recomendável outorgado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Atualmente mora em Lorena, interior de SP e é membro Fundador da Academia de Letras de Lorena.

Rose Rodrigues – RTVE

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