Nesta terça-feira (14) ocorreu a retirada dos filtros de terceiros das redes sociais: Instagram, Messenger e Facebook, o anúncio sobre a retirada dos filtros ocorreu em agosto de 2024, o Instagram informou os usuários que a plataforma SparK (tecnologia desenvolvida com aplicações de elementos digitais e mundo real) seria desativada. Ficaram disponíveis apenas os filtros desenvolvidos pela Meta no Instagram, Messenger e Facebook.
Entrevistada para falar sobre o fim dos filtros nas plataformas digitais e a vida sem filtro, a psicóloga clínica Giseli Oliveira destacou a importância do autoconhecimento para não se tornar dependente dos filtros como uma forma de fugir da própria realidade.
“O uso excessivo dos filtros pode ser sintomas do Transtorno Dismórfico Corporal, segundo o DSM-V, ou até mesmo desencadeá-lo. Os sintomas desse Transtorno são: Preocupação com um ou mais defeitos ou falhas percebidas na aparência física que não são observáveis ou que parecem leves para os outros”.
“Em algum momento durante o curso do transtorno, o indivíduo executou comportamentos repetitivos (por exemplo, verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele), ou atos mentais (por exemplo, comparando sua aparência com a de outros), em resposta à preocupação com sua aparência. A preocupação causa sofrimento significativo, com prejuízo em áreas como acadêmica, familiar, trabalho. Podem apresentar insight prejudicado e às vezes até crenças delirantes.”
“Existe tratamento, além da psicoeducação, a psicoterapia é um dos pilares no tratamento desses pacientes, com maiores evidências de eficácia quando é associada à farmacoterapia,” declara.
“Reforça que esse diagnóstico acima está relacionado com o excesso, não significa que todos que utilizam os filtros para postagens possuem algum transtorno mental. Na realidade, nossa sociedade está condicionada a apresentar uma vida incongruente, ilusória e de aparências, distante da realidade do dia a dia, causando comparações, frustrações e até mesmo depressão quando não se consegue o padrão das redes sociais na vida real,” conclui Giseli.