
Pelas águas do Paraguai uma expedição navegou a partir de Corumbá 340 quilômetros Pantanal adentro. A missão era complexa: garantir atedimento jurídico e social a uma das mais tradicionais comunidades indígenas de Mato Grosso do Sul.
Organizada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a Expedição Guatós faz parte do projeto ‘Juizados em Ação nas Comunidades Tradicionais de MS’ e levou para a população da Aldeia Uberaba, de etnia Guató, última dos povos indígenas canoeiros do Brasil, serviços de justiça e cidadania aos cerca de 150 indígenas residentes.

Durante a ação foram realizadas palestras sobre educação ambiental e orientações individuais sobre exploração sexual de crianças e adolescentes, violência doméstica, álcool e drogas. Ainda ocoreram distribuição de absorventes; atendimento médico, odontológico e de enfermagem; imunização contra Influenza 224, Dengue e outras doenças do calendário ordinário de vacinação.
Os Guató – Considerado o povo do Pantanal por excelência, os Guató ocupavam praticamente toda a região sudoeste do Mato Grosso, abarcando terras que hoje pertencem àquele Estado, ao Mato Grosso do Sul e à Bolívia.
Entre 1940 e 1950 iniciou-se de modo mais intenso a expulsão dos Guató de seus territórios tradicionais por fazendeiros de gado e comerciantes de peles. Foram poucas as famílias que permaneceram na ilha Ínsua, ao ponto dos Guató serem considerados extintos pelo órgão indigenista oficial na década de 1950 e, assim, excluídos de quaisquer políticas de assistência.
Foi somente em 1976 que missionários identificaram índios Guató vivendo na periferia de Corumbá. Aos poucos o grupo começou a se reorganizar e a lutar pelo seu reconhecimento étnico. Iniciou-se uma disputa judicial que durou anos até a oficialização da Ilha Ínsua como território Guató. Hoje são os últimos canoeiros de todos os povos indígenas que ocuparam as terras baixas do Pantanal.
O Jornal da Educativa embarcou nesta missão de levar cidadania a comunidade Guató. Confira nesta primeira reportagem de Leonardo Paraná como foi o embarque e as paisagens marcantes do Pantanal sul-mato-grossense:
Instituições participantes
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS)
Cartório de Registro Civil
Defensoria Pública Estadual (DPGE-MS)
Defensoria Pública da União (DPU)
Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI)
Instituto de Identificação (IIGP)
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
Polícia Militar Ambiental (PMA)
Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul (PC-MS)
Prefeitura Municipal de Corumbá (PMC)
Receita Federal do Brasil (RF)
Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS)
Secretaria de Saúde Indígena (SESAI)