Nem Proclamação da República, nem Ditadura e nem Diretas Já. O momento mais importante da história do Brasil é o atual. A afirmação é do ex-senador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, que nesta segunda-feira (5) esteve em Bonito, interior de Mato Grosso do Sul, ministrando a palestra “Ética na política e análise do momento atual”, na 26ª edição do Conaci (Congresso Nacional de Corretores de Imóveis).
Advogado e professor, Simon passou os últimos 60 anos envolvido na vida pública do país, e hoje, aos 80, entende que esta é a primeira vez que o Brasil realmente esta sendo mudado. O motivo disso, segundo ele, é a Operação Lava-Jato. “Até aqui vivíamos no país da impunidade. E ele tem mudado na medida em que foram para cadeia, chefe da Casa Civil, líder do governo no Senado, empresários dos mais importantes e até o ex-presidente está sendo investigado. Os crimes cometidos contra o povo brasileiro finalmente estão sendo investigados”, explica.
Ainda segundo o ex-senador, que antes da concretização do impeachment defendia a convocação de novas eleições, hoje o presidente Michel Temer tem diante dele uma ‘página em branco’, que ele precisa começar a escrever. “Se ele disser que não aceita a reeleição e convocar todo o Brasil para um grande entendimento nacional, visando as reformas das mudanças que o país precisa, se ele determinar que ninguém vai mexer com a Lava-Jato e que seu governo vai deixar que ela termine seu trabalho, convocando um ministro da Justiça que demonstre respeito e independência a operação, nos estaremos a caminho de um novo Brasil”, detalhou Simon.
Sobre um palpite para as eleições presidências de 2018, ele afirmou que não é hora de se falar em nomes, porque uma vez que essa hipótese é levantada, o espaço para o povo brasileiro lutar por um futuro mais digno, deixa de existir. “Não é hora de falar de eleição, mas sim de lutar pelo nosso país”, finalizou.