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29 de março de 2024 - 07:21

Detentas do Irmã Irma Zorzi participam de ação para levar mensagens a pessoas doentes

Detentas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ)  participam da ação que pretende levar mensagens de amor, paz, esperança e boa sorte a pessoas doentes, através de pássaros feitos a partir de dobraduras de papel. Nesta quarta-feira (31), 23 reeducandas da unidade aprenderam a técnica japonesa do origami como parte do projeto “1000 Tsurus por 1 desejo”.

Agora, elas irão atuar como multiplicadoras entre as demais internas, cuja meta é que pelo menos mil peças sejam feitas no presídio. Pelo projeto, a intenção é que sejam dobrados, por voluntários em geral, 10 mil tsurus – ave sagrada do Japão – símbolo de saúde, de boa sorte, de felicidade, de longevidade, de paz e fortuna. Desses, 1 mil serão colocados em uma caixa especial e enviados para Hiroshima, no Japão, e o restante será direcionado para crianças que estão em tratamento em hospitais do Mato Grosso do Sul.

A iniciativa no estabelecimento prisional foi possível graças a uma parceria dos organizadores do projeto com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). A proposta é que o trabalho seja realizado, também, junto a custodiados do Instituto Penal de Campo Grande e do Centro de Triagem, conforme acertado pelo diretor de Assistência Penitenciária, Gilson Martins, e durante reunião entre o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, e a organizadora da ação, Ligia Oizumi, com a participação da diretora do presídio feminino, Mari Jane Boleti Carrilho.

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Reunião incluiu detentos de MS na campanha.

Segundo Lígia, a ideia de levar o projeto até o presídio tem também como objetivo, apresentar para as detentas um pouco da cultura japonesa, falar da história do tsuru como símbolo da paz, e que esse pequeno gesto que transmite paz e solidariedade, possa ser colocado em cada tsuru dobrado. “E que elas coloquem os sentimentos mais belos e a esperança de uma vida melhor para elas e suas famílias”, destacou Lígia durante o encontro.

Para o diretor-presidente da Agepen, a iniciativa é uma “via de mão dupla”, pois reflete positivamente para quem faz e para quem recebe os tsurus de origami. “Quem confecciona cada pássaro produz e transmite uma energia positiva, uma mensagem de amor a quem recebe”, declarou.

No presídio, a organizadora parabenizou o empenho das custodiadas em confeccionar os pássaros de papel. “Não teve resistências das internas, todas toparam fazer e conseguiram fazer um pequeno e um grande, pois trouxemos dois tamanhos de papel”, comentou. “Pelo que eu senti, todas gostaram muito de fazer e vão replicar para as outras que não puderam participar da oficina”, completou.

Internas contam experiência

A reeducanda Juliana Aquino Pereira da Silva, 26 anos, foi uma das participantes e garantiu que fazer a dobradura proporciona uma paz de espírito. “Penso que um passarinho não tem nada de ruim, transmite coisas boas, e pra mim está significando paz, amor e esperança. Me ajuda a ter mais força de vontade, que eu ainda tenho uma vida lá fora, me ajuda a ter mais paciência e afeto pelas pessoas”, disse.

Para a interna Vanessa da Silva, 27 anos, a técnica do origami poderá representar uma importante distração e estimula a autoestima por saber que está ajudando o próximo. “É muito bom sabermos que estamos levando um momento de alegria para outras pessoas, e isso já é uma grande conquista”, afirmou.

Segundo a diretora do EPFIIZ, ações como esta são muito positivas no local, pois ajudam a amenizar o cumprimento da pena. “Traz harmonia para o presidio e ajuda a melhorar a disciplina de nossas custodiadas”, afirma Mari Jane.

As internas do presídio feminino irão trabalhar na confecção dos tsurus até o final de setembro, sob a coordenação da agente penitenciária Michele Aparecida Fruhauf. As peças serão entregues no Dia das Crianças em alas pediátricas de hospitais.

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Internas, voluntários e  seus tsurus.

Lenda do Tsuru

Sadako Sasaki, a menina que transformou o tsuru em pássaro da paz para os japoneses, tinha somente 2 anos de idade quando a bomba de Hiroshima foi lançada no Japão, no dia 6 de agosto de 1945. Sem qualquer ferimento, acabou levando uma vida normal, praticando até mesmo atletismo.

Com 12 anos, porém, em 1955, depois de participar de uma prova de corrida, sentiu tonturas e cansaço. O seu estado de saúde piorou nos dias seguintes e acabou sendo diagnosticada com a então “doença da bomba atômica”, acometida por leucemia.

Chizuko, sua melhor amiga, levou papéis de origami numa das visitas e contou a Sadako a lenda dos mil tsurus, dizendo que, se ela fizesse um pedido e dobrasse mil aves de papel, teria seu desejo atendido.

Sadako começou a fazer os origamis, pedindo aos deuses que lhe concedesse a cura. Para chegar aos mil, contou com a ajuda dos amigos e familiares, que iam visitá-la no hospital. No entanto, em 25 de outubro de 1955 acabou morrendo, antes de completar os mil tsurus.

Inspirados por sua força e coragem, os amigos e a família montaram um livro com as cartas escritas por ela e publicaram. Dali surgiu a ideia de construir um monumento para Sadako e para todas as crianças que morreram vítimas da bomba atômica. A ideia encontrou solidariedade em outros jovens, que passaram a arrecadar dinheiro para o projeto e, em 1958, a estátua de Sadako segurando um tsuru dourado foi instalada no Parque da Paz de Hiroshima.

Os jovens e crianças envolvidos no projeto tiveram sua marca escrita na estátua: “Este é o nosso grito. Esta é a nossa reza. Paz no mundo”.

Colaboração e fotos Jeremias Lima.

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