A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul instituiu a “Frente Parlamentar de Combate ao Turvamento e Assoreamento dos Rios da Região de Bonito/MS”. A medida foi oficializa pelo Ato 23/2019 da Mesa Diretora, publicado no Diário Oficial da casa, na semana passada. Os objetivos, segundo o documento, são discutir e implementar mecanismos, regramentos e normas contra as causas que tem contribuído para os frequentes problemas enfrentados na região. O tema também tem envolvido empresários do Turismo, ambientalistas, guias e moradores da cidade, que se mobilizam para que a soja seja proibida nos varjões. Projeto semelhante foi aprovado em 2008, quando o plantio de cana-de-açúcar foi vetado no Pantanal pelo Ministério do Meio Ambiente para diminuir erosões e o assoreamento dos rios.
Neste domingo de Páscoa (21) voltou a chover forte em Bonito, sendo registrados cerca de 115 mm em um intervalo de 2 horas. Guias, moradores e proprietários de atrativos, que participam do grupo ‘Unidos Conservamos’ no Whats App, atualmente com 252 participantes, monitoraram vários pontos da cidade durante a chuva, destacando alagamentos em alguns trechos da região central e bairros, interdições em algumas estradas de acesso a atrativos e condição dos rios. Segundo o grupo, a maioria dos atrativos não foi afetada pela chuva e funciona normalmente nesta segunda-feira (22), com exceção de alguns balneários. Passeios de flutuação, como Nascente Azul e no Rio Sucuri continuam cristalinos, mesmo com o nível das águas mais elevado. Já os rios Formoso e o Prata, voltaram a turvar.
Texto divulgado nas redes sociais do grupo e assinado pela advogada Marla Diniz Brandão Diase pelo guia de turismo Francisco Azevedo (Kiko) destaca a preocupação do grupo com a atual situação ambiental da cidade. “Temos falado dos problemas ambientais existentes em Bonito. Eles são muitos e, conforme sempre frisamos, não se concentram somente na zona rural. Quando chove, não há paz nem no campo nem na cidade…O grupo Unidos Conservamos recebeu diversos relatos, fotografias e vídeos estarrecedores, expondo a fragilidade da situação urbana de Bonito, ressaltando a gravidade deste problema, que precisa ser encarado com urgência. O Poder Público precisa se movimentar, pois é dele a atribuição de realizar um replanejamento, algo duradouro, de longo prazo. Sabemos que a questão é antiga, mas de nada adianta apontar o dedo e responsabilizar administrações anteriores sem, por seu turno, tomar alguma providência efetiva. Infelizmente, é algo que demanda tempo e investimento pesado e é provável que o atual gestor, mesmo se começar a agir imediatamente, não colha os louros em 2020. No entanto, na situação em que nos encontramos, é certo que enfrentar de frente a realidade, com propostas e ações, é um dos mais importantes legados que esta gestão pode deixar…Conclamamos a população e o Poder Público de Bonito para se unirem nessa causa, refletir sobre a questão e fazer cada qual a sua parte, somando esforços no intuito de apresentar propostas efetivas e solucionar os problemas verificados…Bonito pede socorro. E não tem mais como adiar”.
As discussões sobre a necessidade de instituição de uma frente parlamentar tiveram início em abril, após repercussão de reportagens retratando a situação dos rios após as chuvas torrenciais. Segundo o texto, a Frente busca a atuação unificada em função de interesses comuns sobre o tema e será coordenada pelo propositor, deputado Lucas de Lima (SD) – presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, deputado Lucas de Lima- e composto pelos parlamentares: Antônio Vaz (PRB); Cabo Almi (PT); Capitão Contar (PSL); Coronel David (PSL); Eduardo Rocha (MDB); Evander Vendramini (PP); Gerson Claro (PP); João Henrique (PR); Marçal Filho (PSDB); Marcio Fernandes (MDB); Neno Razuk (PTB); Paulo Corrêa (PSDB); Pedro Kemp (PT); Professor Rinaldo (PSDB); e Renato Câmara (MDB).