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18 de abril de 2024 - 04:55

Deputado fala no Bom Dia Campo Grande sobre o enfrentamento à pedofilia

Professor Rinaldo é autor da lei que criou a Semana de Combate à Pedofilia, que prevê ações de conscientização, e chama a sociedade para discutir tabus que podem custar vidas

Começa nesta segunda-feira (6) a Semana de Combate à Pedofilia em Mato Grosso do Sul, proposta em 2009 pelo deputado estadual Professor Rinaldo e que visa a aumentar a mobilização social no enfrentamento a esse comportamento que tem punições previstas em lei e, acima disso, deixa feridas profundas em suas vítimas. Ao Bom Dia Campo Grande de hoje, Rinaldo falou sobre as mobilizações realizadas para mostrar os efeito deste problema na vida de crianças e adolescentes abusadas, muitas vezes, por pessoas de seu convívio familiar.

Integrante do Fenasp (Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política) e com trabalhos de enfrentamento à pedofilia em mais de 50 municípios do Estado, o deputado afirma que ter se dedicado a mostra a realidade “chocante e inconcebível” dos abusos contra “aqueles que merecem ter o respeito, o carinho e a proteção, justamente daqueles que têm a incumbência e prerrogativa de proteger”.

Rinaldo lembrou que muitos dos abuso são cometidos por familiares. “É algo aterrorizante. Não tem como você entender que alguém tenha coragem de abusar de um bebê de 8 meses, de um ano. É preciso que todos os homens de mulheres de bem venham a ajudar a identificar”, disse, referindo-se tanto à denúncia do criminoso como do suporte que a vítima dos abusos precisará para seguir em frente.

Conforme o parlamentar, o medo é um dos maiores entraves para se receber ou mesmo confirmar denúncias envolvendo a pedofilia. A chamada “Lei do Silêncio”, prosseguiu ele na entrevista à Educativa 104.7 FM, facilita a continuidade dos atos –uma vez que a criança ou adolescente é alvo de pressão e ameaças para não denunciar os fatos. Por isso, conversar com os pais ou os professores é um meio para ajudar no esclarecimento.

“Na medida em que essa família tenha relação de conscientizar a criança, de não pegar bala de ninguém, não se aproximar de ninguém, isso vai ajudar. Porque a sedução, infelizmente, acaba beneficiando a prática do crime”. O deputado sustenta, ainda, que os professores nas escolas podem verificar comportamentos como inibição ou depressão, isolamento e outros que indicam que algo está errado com aquela criança.

Penas

Rinaldo também defende penas duras para autores desta prática, lembrando do projeto de lei do colega Coronel David que prevê a instituição do Cadastro Estadual de Pedófilos, já sancionado mas que aguarda que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul libere os dados. Público, o cadastro permitiria à sociedade identificar os pedófilos, servindo como um freio a mais para conter os abusadores.

O deputado afirma que em 2009, quando teve início o trabalho na Fenasp, uma criança era abusada no país a cada quatro segundos. “Não precisa acontecer a via de fato, mas um toque, o beijo”, disse. Além disso, ele advertiu que mais de 50% dos abusos ocorrem dentro de cada. “O padrinho, o pai, o avô, o líder religioso, o irmão mais velho”, enumerou.

Ele ainda alerta que o trauma que acompanha o abusado pode ser tão profundo que vai o acompanhar pelo resto da vida e “lamentavelmente ele estará reproduzindo o que aconteceu com ele. Quem foi abusado tem a probabilidade de ser abusador e, por isso, esse é um dos piores crimes que possa acontecer contra alguém vulnerável psíquico, emocional e fisicamente. Marca para o resto da vida”.

Na Semana de Combate à Pedofilia, Rinaldo explica que sua equipe foi mobiliza para realizar panfletagens pela cidade, como na avenida Afonso Pena e na porta de escolas. Futuramente, espera-se realizar um trabalho de conscientização mais intenso com professores, para que eles se capacitem e consigam identificar o problema.

O deputado também adverte que a prática é muito comum na internet, havendo redes especializadas no compartilhamento de material com pedofilia. “Lamentavelmente nas classes sociais, do mais pobre ao mais rico, tem gente com esse perfil. Mesmo com a polícia tendo um trabalho forte, respondendo de pronto”, afirmou.

O 190 da Polícia Militar, o Disque 100, número nacional de proteção à criança e ao adolescente e o (67) 3323-2500, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), são telefones à disposição da sociedade para o registro de denúncias, que são anônimas.

Tabus

O Professor Rinaldo ainda afirma que a pedofilia faz parte de alguns dos tabus da sociedade, que precisam ser enfrentados de forma a garantir proteção a setores da sociedade. Entre eles estão a questão das drogas, violência contra a mulher, aborto e o suicídio. O deputado afirma que tais temas devem ser debatidos abertamente, já que, ao serem ocultados, deixam vítimas ou pessoas que sofrem com os mesmos em situação de risco.

“Até 2016 Campo Grande era a segunda cidade de maior índice de suicídio no Brasil, perdendo só para Porto Alegre. A cada 48 horas, segundo estatísticas da Secretaria Municipal de Saúde, uma pessoa tentava o suicídio na Capital. A imprensa não falava, a família não falava. Um tema terrível, às vezes envolvendo alguém que trabalha com você, ao seu lado, pensa em praticar suicídio. Precisamos debater para ajudar. O silêncio muitas vezes é a pior situação nesse e em outros casos”, destacou.

O deputado finalizou o raciocínio lembrando de projeto encampado pela deputada federal Rose Modesto, que visa a reunir 1 milhão de assinaturas em apoio à iniciativa de se elevar de 12 para 20 anos de prisão, em regime fechado, a pena contra autores de violência contra a mulher e feminicídio. Campo Grande, destacou, foi a primeira cidade do país a receber a Casa da Mulher Brasileira, para atender as vítimas de violência doméstica, “prova inequívoca de que este é um Estado muito machista”.

Rinaldo foi autor do projeto Maria da Penha nas Escolas, para levar o tema ao ambiente educacional, lembrando que, no caso das mulheres, também impera a “Lei do Silêncio”. “À medida que foi divulgando se percebe que as mulheres estão mais encorajadas a denunciar aquele que, um dia, prometeu a amar, respeitar, proteger”.

“Você vê o quanto é difícil mudar uma cultura de que a menina é delicada e o menino machão, embasado às vezes na história da própria mãe. Isso acaba sendo negativo porque essa criança acha que a mulher é objeto de seu bel prazer. Tem de conscientizar as mães, mulheres, a cuidarem dos filhos e, desde o início, promover o princípio da igualdade”, finalizou Rinaldo.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigoes e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite ao ouvinte começar o dia sempre bem informado por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.

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