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Institucional

FM 104,7 [ AO VIVO ]

15 de outubro de 2024 - 09:19

Coordenadora da Central de Transplantes fala ao Bom Dia Campo Grande sobre o Setembro Verde

Em entrevista à Educativa 104.7 FM Claire Miozzo defende doação de órgãos como ato de amor e pede que pessoas que tenham essa intenção a comuniquem a familiares e amigos
Claire Miozzo (à direita) falou ao Bom Dia Campo Grande sobre ações do Setembro Verde. (Foto: Iasmin Biolo/Fertel)
Claire Miozzo (à direita) falou ao Bom Dia Campo Grande sobre ações do Setembro Verde. (Foto: Iasmin Biolo/Fertel)

Acontece ao longo deste mês o Setembro Verde, campanha que via a incentivar famílias à doação de órgãos e tecidos –em alusão ao Dia Nacional de Doação de Órgãos, no dia 27. A coordenadora estadual da Central de Transplantes, Claire Miozzo, participou nesta segunda-feira (16) do Bom Dia Campo Grande onde, além de exaltar a importância de as pessoas se tornarem doadoras, reforçou a importância de que também deixem clara terem essa opção perante a família e amigos.

Claire afirmou na Educativa 104.7 FM que Mato Grosso do Sul segue o cenário nacional que, desde 2017, com o aumento considerável no número de doações, é o melhor em 20 anos.

“Aumentamos muito, nesses dois anos, a proporção de doações por milhão de habitantes. Saímos de 5,8 por milhão em 2017 para 18,9 por milhão de habitantes agora. Mas ainda podemos melhorar bastante”, disse, alertando que, embora o quadro seja mais positivo, as filas de pessoas esperando doações pelo país ainda são imensas –daí a importância da campanha de conscientização.

Entre as ações, prosseguiu ela, está justamente o contato da família para fazer valer a vontade do doador após sua morte. Por isso, a pessoa que deseja doar órgãos precisa exaltar junto aos familiares essa disposição, haja vista que, diante do momento difícil da perda, muitos não têm condições de lidar também com esta situação.

“As pessoas não conversam sobre isso com a família, morrem e cabe a ela fazer. Entrevistamos o familiar e damos o direito de a família fazer a doação. Muitas vezes, quando dizem ‘não’, a maioria é porque desconhece a vontade de quem foi a óbito. Se foi deixado claro em vida com a família ela faz, pois atende ao último pedido”, disse.

Esse contato é realizado por pessoas treinadas, que passam por capacitações da Central de Transplantes a fim de deixar a família sair da conversa sabendo tudo o que está acontecendo. “Deve sair sem dúvidas em um processo transparente”, disse, reforçando a importância de o doador manifestar sua vontade.

Desde 2018, a Central de Transplantes atuou na captação e envio para outros Estados de um total de 26 corações, 914 córneas, 40 corações para retirada de válvulas, 114 fígados, 10 pâncreas, 291 rins e 4 pulmões. Muitos dos órgãos precisam ser remetidos a outros locais tanto pela falta de estrutura local para realização das cirurgias como pela necessidade de haver no país centros especializados que reúnem uma demanda nacional.

“Quanto a coração, temos dois estabelecimentos habilitados iniciando, depois de quatro anos sem fazer (Santa Casa e Hospital da Cassems, ambos em Campo Grande). Já fazemos rim, córnea, tecido e músculos. Fígado e pulmão não realizamos por serem ofertas da Central Nacional em Brasília, que distribui conforme a compatibilidade”, explicou Claire. Assim, doadores sul-mato-grossenses poderão, também, ajudar outras pessoas do Estado que estejam nos cadastros nacionais.

Corrida contra o tempo
Coordenadora da Central de Transplantes de MS destacou "ato de amor" existente na doação de órgãos. (Foto: Iasmin Biolo/Fertel)
Coordenadora da Central de Transplantes de MS destacou “ato de amor” existente na doação de órgãos. (Foto: Iasmin Biolo/Fertel)

O procedimento varia de acordo com a complexidade e da compatibilidade. Córneas, explicou a coordenadora, são tecidos não vascularizados, dispensando assim este aspecto. Por outro lado, o coração depende da compatibilidade do tipo sanguíneo, tamanho, peso e dimensão na caixa torácica. “Cada órgão tem suas peculiaridades que temos de obedecer”.

Confirmada a morte do doador, explicou Claire na entrevista, inicia-se uma corrida contra o tempo que envolve dois clínicos diferentes para confirmar o óbito, constatações de compatibilidade e contato com a família para oferecer o direito de doação. A partir daí acontece a sorologia, retirada e implante.

O trabalho contou com suporte do governo federal, que capacitou equipes e hospitais para reverter as filas. “Temos a Força Aérea Brasileira, que faz voos para nós e traz equipes para levar os órgãos, companhias comerciais que fazem, gratuitamente, os transportes de equipes com órgãos e tecidos e, aqui, a Casa Militar do Governo de Mato Grosso do Sul disponibiliza aviões para captação no interior, em Três Lagoas em Dourados. Já fizemos 20 missões buscando órgãos”, afirmou Claire.

No Estado, segundo a coordenadora, as filas são de 210 pessoas para córneas e 112 para rins. No caso de transplantes de ossos não há espera, pois os mesmos são remetidos pelo Instituto de Traumatologia do Rio de Janeiro quando solicitado.

Sensibilidade

Claire Miozzo salienta a importância de saber lidar com a perda das famílias a fim de se tentar melhorar a vida ou mesmo salvar outra. “Classifico como o momento mais difícil da família, não existe nada pior que a notícia do óbito. É preciso assimilar para, de forma rápida, tomar essa decisão”, afirmou, reforçando o acolhimento como fundamental independentemente do objetivo de se buscar a doação.

“É o momento que a família precisa de acolhimento sobre o que aconteceu e, posteriormente, a doação será consequência”, afirmou. Ela afirmou, porém, que a lei federal 9.175, que regula o Sistema Nacional de Transplantes, veda o contato entre familiares e o receptor do órgão. “Às vezes a família pode ter algum problema futuro com aquela pessoa, mas há o sigilo para conhecer e nós o obedecemos rigorosamente. Muitas vezes há programas de TV que mostra o receptor, mas, nestes casos, são procuras deles mesmos”.

Por fim, a coordenadora da Central de Transplantes agradeceu à disposição das pessoas e famílias em aceitar a doação dos órgãos. “O sistema de transplantes não existiria sem as famílias fazendo a doação”, pontuou, lembrando que muitas pessoas, hoje, podem vir a precisar no futuro. “É um assunto que as famílias deveriam discutir mais. Não é agradável, a morte assusta, mas é importante falar. A doação é o ato de amor mais nobre que se pode ter pelo semelhante”.

Sintonize – Com produção de Rose Rodrigues e Alisson Ishy e apresentação de Maristela Cantadori e Anderson Barão, o Bom Dia Campo Grande permite a você começar o seu dia sempre bem informado, por meio de um noticiário completo, blocos temáticos e entrevistas sobre assuntos variados. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na Educativa 104.7 FM e pelo Portal da Educativa.  Os ouvintes podem participar enviando perguntas, sugestões e comentários pelo WhatsApp (67) 99333-1047 ou pelo e-mail reporter104fm@gmail.com.

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