
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), os casos confirmados de dengue aumentaram cerca de 87% no Mato Grosso do Sul em 2023. Foram quase 40 mil casos confirmados neste ano, contra 21 mil em 2022. Além disso, os óbitos cresceram 62%, com 39 mortes registradas até outubro de 2023. O crescimento dos casos de chikungunya também chamam atenção, com 1.297 registros neste ano contra 231 em 2022. O aumento da incidência das doenças preocupa as autoridades saúdes do estado, que preparam para o dia 18 de novembro o ‘Dia D’ de combate às arboviroses – dengue, chikungunya e zika.
Para falar sobre o assunto, o programa Rádio Livre, da Rádio E 104.7 FM recebeu nesta segunda-feira (6) o coordenador estadual de Controle de Vetores e Zoonoses, Mauro Lúcio Rosário, que falou sobre as ações do ‘Dia D’ e os cuidados que a população pode tomar para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
O Boletim Epidemiológico da dengue, divulgado no dia primeiro de novembro, aponta que a mortalidade da doença no estado é de 1,41 para cada 100 mil habitantes, um aumento em relação à taxa de 0,85 registrada em 2022. Ainda neste ano, a SES registrou as primeiras mortes pelo vírus chikungunya desde 2018, com três vítimas fatais da doença.
Mauro destaca que os números da Secretaria alertam para uma possível epidemia no próximo ano. “Estamos temendo uma epidemia de dengue e chikungunya juntos, isso está nos preocupando bastante porque é possível, isso pode acontecer e se chegar a acontecer, eu não sei como será a estrutura para suportar isso, tendo em vista que nunca tivemos uma epidemia de chikungunya no Estado”.
O coordenador estadual aponta que a grande maioria dos focos de Aedes aegypti no estado se encontram em residências, e que é preciso consciência por parte da população na hora de administrar seus dejetos.
“Mais de 80% dos focos positivos para dengue, chikungunya e zika vírus estão dentro das residências, não é lá fora como as pessoas pensam, no terreno baldio ou nas construções, nas empresas. Esses mosquitos estão se proliferando em lixos domésticos, aqueles que às vezes as pessoas descartam de forma até criminosa, joga no fundo do quintal ou arremessa no terreno baldio mais próximo”.
Entre as ações de combate à proliferação do Aedes aegypti, está a borrifação do inseticida de Ultra Baixo Volume (UBV), conhecido como fumacê. Mauro ressalta que o fumacê tem como objetivo o extermínio dos mosquitos fêmeas em sua fase adulta, utilizado principalmente nas áreas de alta incidência do inseto. “A função do fumacê é cortar a cadeia de transmissão da doença, ou seja, se as pessoas daquela região onde está sendo aplicado o fumacê colaborarem abrindo portas e janelas, a gente vai conseguir matar aquela fêmea que está infectada e infectando outras pessoas”.
O fumacê não é prejudicial à saúde das pessoas, já que é pulverizado em microgotículas em dosagem baixa, numa área limitada. “Quando avistar o fumacê em algum lugar, significa que a situação ali está feia. As fêmeas quando nascem, elas fazem a cópula com o macho e dali elas saem e vão entrar dentro de uma casa, porque ela precisa de um local tranquilo”.
“Quando a pessoa fecha portas e janelas, ela estará protegendo as fêmeas”
Para evitar a proliferação dos mosquitos, a população deve descartar todos os objetos não utilizados que estão expostos às chuvas, como pneus, latas, garrafas, baldes e etc. Além disso, é necessário tampar os depósitos de água e trocar diariamente o bebedouro dos animais, colocar areia nos vasos de planta ou lugares que acumulam água, colocar o lixo em sacos plásticos e tampar bem os recipientes que acondicionam água, como garrafas e jarras.
Dia D
Para conscientizar a população sobre a importância do combate ao mosquito Aedes aegypti, a Secretaria de Saúde irá realizar no dia 18 de novembro o ‘Dia D’ de combate às arboviroses – dengue, chikungunya e zika. A ação irá ofertar diversos serviços para a população no Parque Jacques da Luz, no bairro Moreninha, em Campo Grande.
“Esse dia nós estaremos oferecendo diversos serviços à população da região ou de Campo Grande, e diante de cada serviço, nós vamos falar um pouquinho do controle vetorial, das arboviroses, de forma que todos que vão até lá, tenham a certeza absoluta que vão receber alguma informação referente à prevenção e as arboviroses”.